Jornalismo

Nesta quinta-feira o Inferninho Trabalho Sujo atingiu um novo patamar. Em nossa terceira edição no Cineclube Cortina, batemos nosso recorde de público ao mesmo tempo em que apresentamos um artista que foge do padrão de um artista iniciante – apesar de sê-lo. Em vez de mais de um show por noite, uma única apresentação, inspirada num único disco, mostrando que mesmo que as pessoas no palco ainda estejam na casa dos vinte anos isso não se traduz apenas em urgência, intensidade ou carisma, elementos intrínsecos do início de qualquer carreira artística. Claro que o coletivo Maria Esmeralda tinha tudo isso, mas ao apresentar pela terceira vez a história de seu disco no palco, reforçam os elementos daquilo que chamam “nova ternura” no disco, algo que é sensível e responsável ao mesmo tempo, equilibrando diferentes metades para que possamos driblar esse futuro espartano que teima em se avizinhar. E ao espalharem-se mais uma vez pela sala de estar que montam em seu palco, o inacreditável Thalin, VCR Slim, Pirlo, Cravinhos (de novo esmerilhando na guitarra e no violão) e Langelo reuniram mais uma vez parte das participações do disco, celebrando-o ao lado dos grandes Doncesão, Servo, Quiriku, Rubi, Matheus Coringa e Marília Medalha (mais uma vez em uma gravação), que ajudaram a temperar ainda mais a noite épica, mostrando que um dos melhores discos de 2024 também é um dos melhores espetáculos do ano. Baita orgulho de dar esse palco pra eles, afinal é essa nova geração que vai tomar conta daqui a pouco – ou como eles mesmos dizem: “Ainda há tempo de fazer algo mudar!”

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Mais Inferninho Trabalho Sujo essa semana? Outra vez na Porta? Sim, numa programação relâmpago reuni duas apresentações novíssimas para celebrar a parceria com esta que é uma das melhores novas casas de show de São Paulo. A noite começa com a segunda apresentação autoral de Francisca Barreto, que desta vez juntou-se a Bianca Godoi e Victor Kroner para mergulhar em canções lindíssimas com sua voz e violoncelo formidáveis. Depois é a vez de Fernando Catatau e Isa Stevani apresentarem a composição audiovisual Outra Dimensão, performance em que imagens digitais geradas em 3D reagem de forma generativa ao som de guitarras e samplers em tempo real. E além das duas apresentações, também discoteco antes, entre e depois dos shows. A Porta fica na rua Horácio Lane, 95, entre os bairros de Pinheiros e Vila Madalena, em frente ao cemitério, e abre a partir das 19h. Os ingressos já estão à venda neste link – e comprando antes sai mais barato.

Baita perda para o rap nacional: Leonardo Irian, o MC Leo do grupo Síntese, faleceu nesta sexta-feira. Fundador do grupo de São José dos Campos ao lado do MC Neto, Leo entrou para a história do rap brasileiro com o disco Sem Cortesia, lançado em 2012, com faixas curtas, de produção crua e sem refrão, que lançou a banda para o resto do país no mesmo ano em que ele descobriu que era esquizofrênico. Esta condição colocou sua carreira em pausa, fazendo o grupo seguir principalmente na voz de Neto, que ainda mantinha o parceiro por perto, levando sua palavra e tentando, quando pode, trazê-lo de volta aos discos e aos palcos, que sofria com internações e até um período que ficou desaparecido em 2020. A causa de sua morte não foi informada.

Nós vamos invadir sua praia! O Picles acaba de anunciar sua primeira incursão para fora de São Paulo e o foco inicial é o Rio de Janeiro, quando promovem, entre os dias 5 e 9 de dezembro um festival itinerante passando pro quatro diferentes casas de show do balneário fluminense. Dia 5 eles levam O Grilo e Chorões da Pisadinha para o Agyto, no dia seguinte Anelis Assumpção, BNegão e Tulipa Ruiz tocam no Sacadura 154, no sábado tem Esteban Tavares, Jonas Sá e Julia Mestre no Galpão Ladeira das Artes e encerram a invasão dia 8 com shows de Rafael Castro e Silvia Machete, além de DJ set de Alice Caymmi no MotoCerva. Os ingressos já estão à venda e tem mais informações no Instagram que eles criaram pra divulgar a nova fase. Mas será que eles teriam coragem de abrir um Picles no Rio?

Eis o primeiro trailer de 1964, documentário sobre a chegada dos Beatles aos Estados Unidos produzido por Martin Scorsese com cenas inéditas e entrevistas exclusivas que estreia no próximo dia 29 no Disney+.

Assista ao trailer abaixo: Continue

E o Inferninho Trabalho Sujo tem o prazer de apresentar o disco Maria Esmeralda ao vivo como parte das comemorações dos 29 anos do Trabalho Sujo no próximo mês. A oportunidade única de ver ao vivo em 2024, em São Paulo, a obra-prima feita por Thalin, Cravinhos, Pirlo, VCR Slim e Iloveyoulangelo acontece na edição do dia 14 de novembro no Cineclube Cortina. Corre que os ingressos são limitados e se você ficar de fora dessa, vai saber quando é o próximo…A festa é a primeira atração das comemorações dos 29 anos do Trabalho Sujo, que acontece no mês que vem. Os ingressos são limitados e já estão à venda aqui.

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Forte, bonito e triste: assim é Ainda Estou Aqui, o novo filme de Walter Salles sobre a história de Eunice Paiva, mãe de Marcelo Rubens Paiva (autor do livro original), e mulher do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello genial, humanizando um nome que ficou associado apenas à política), sequestrado pela ditadura militar brasileira dos anos 70. Com uma atuação soberba de Fernanda Torres como a protagonista do filme e uma direção de arte impecável, Salles recria o clima tenso do início dos anos 70 no Brasil, nos atira nos porões da ditadura num segundo ato devastador e depois nos embala entre a beleza da resistência insistida por Eunice e a tristeza da inevitabilidade de sua situação, nos fazendo pensar sobre esse momento de trevas que ainda atravessamos no país, mais de meio século passado – e começa a ser visto pelo exterior a partir do dia 17 de janeiro, quando estreia nos cinemas dos Estados Unidos. De ver com olhos marejados.

Eu queria tanto ver o show da Olivia Rodrigo sem precisar ir ao Lollapalooza e parece que essa vontade vai ser realizada em Curitiba, quando ela faz seu show solo no estádio Couto Pereira no dia 26 de março junto com a St. Vincent! Os ingressos começam a ser vendidos nessa sexta-feira, neste link.

Sem embaraço

Desembaraçou! Sempre é bom ver um artista desabrochar e nesta terça-feira tivemos mais uma oportunidade no Centro da Terra de ver outra carreira musical tomando corpo naquele palco pela primeira vez. Quando Leon Gurfein me falou que queria soltar seu canto profissionalmente no palco, minha intuição disse que seu senso estético espalharia-se facilmente para a música. Há uma década convivendo com artistas de diferentes portes pelos bastidores (Leon faz cabelo, maquiagem e produção visual para nomes como Ava Rocha, Liniker, Tulipa Ruiz e Johnny Hooker, entre outros), ele mostrou sua familiaridade com o palco a partir de sua paixão pela música, que começou pela coleção de discos do pai nas proximidades daquele mesmo teatro, como fez questão de contar nos vários momentos em que conversou com o público e transformava o palco em seu salão e num divã ao mesmo tempo. A apresentação começou com uma cama ambient proposta por sua banda, que Leon batizou de Las Gatas Embarazadas, e Helena Cruz (guitarra, baixo e synthbass), Lauiz (teclas e MPC) e M7i9 (sintetizador, flauta, guitarra e saxofone) emudeceram a plateia por longos minutos, deixando a expectativa palpável para que a estrela da noite entrasse e cantasse suas próprias músicas – parte delas em espanhol – e versões, duas delas divididas com Manu Julian, que subiu ao palco para cantar duetos com Leon em versões em castelhano para “Little Trouble Girl” do Sonic Youth e em português para a clássica “Sea of Love”. Leon encerrou a noite misturando músicas de Ava Rocha, d’O Terno, Portishead e Luiza Lian a “Lágrimas Negras” e “Jorge da Capadócia”, como se invocasse proteção de seus orixãs pessoais da música para aquele momento, antes de cantar mais uma canção própria para fechar a noite. Ele nem esperou sair do palco para anunciar o bis, quando voltou à primeira música da noite acompanhado de um coral estelar formado por Manu, Lorena Pipa, Thiago Pethit, Laura Lavieri, Luiza Lian e Ana Frango Elétrico, espalhando a catarse que claramente sentia para o resto do teatro. Agora já está no mundo!

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Que satisfação poder não apenas anunciar que o primeiro show da carreira musical de Leon Gurfein acontece no Centro da Terra, como também comemorar que a sessão de estreia já está esgotada. Depois de anos fazendo cabelo, maquiagem e produção visual de artistas como Luiza Lian, Liniker, Tulipa Ruiz e Johnny Hooker, ele agora solta sua voz e sua produção audiovisual no espetáculo Leon y Las Gatas Embarazadas, quando, ao lado de uma banda composta por Helena Cruz (baixo), Lauiz (teclas e MPC) e M7i9 (sintetizadores e saxofone), passeia por um prólogo visual seguido de momentos autorais e versões inusitadas para músicas alheias. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão esgotados.

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