Final estarrecedor

, por Alexandre Matias

Jair Naves fechou sua temporada no Centro da Terra com o show mais alto que o teatro assistiu neste ano, quando dividiu o palco com a bordoada sonora desferida pelo trio paraense Molho Negro, ao repetir um encontro que só havia acontecido uma vez, quando os dois artistas se encontraram na edição deste ano do festival Se Rasgum, em Belém. É impressionante o volume e a dinâmica que João Lemos (vocal e guitarra), Raony Noar (baixo) e Antonio Fermentão (bateria) desferem no som, funcionando como um altar de riffs e microfonia para Jair declamar sua liturgia a plenos pulmões. Antes de chamar a banda ele começou sozinho ao violão, com a sua “Um Passo Por Vez”, chamando o trio paraense em seguida para cantar “O Jeito de Errar”, do grupo. Daí em diante foram alternando canções de Jair, seja no Ludovic (com “Desova”. “Vane, Vane, Vane” e “Janeiro Continua Sendo o Pior dos Meses”) ou de sua carreira solo (como “Pronto para Morrer (O Poder de uma Mentira Dita Mil Vezes)” e “Nasce Um Saqueador ​/​ Morre Um Apaziguador”, esta última tocada pela primeira vez ao vivo), com outras do Molho Negro (como “Me Adaptar”, “Fim do Mês”, “23” e a inédita “Claustrofobia”), com Jair revezando-se entre um segundo baixo, o teclado ou só no vocal, sempre em canções ruidosas e verborrágicas. A noite e a temporada terminaram com um bis improvisado, quando o quarteto saudou “Eu Tenho Pressa”, clássico da banda de hardcore pernambucana Devotos. Uma paulada!

Assista abaixo:

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