Dua Lipa Club Mix

, por Alexandre Matias

dua

Quando a nostalgia é muita, o santo desconfia… E o anúncio que Dua Lipa lançaria uma versão de seu excelente Future Nostalgia inteirinho remixado com um time de convidados de peso criou uma expectativa de elevar ainda o patamar de um disco perfeito para a pista de dança. O primeiro single, com as participações de Madonna e Missy Elliott, não era nada revolucionário, mas às vezes era só pra botar banca… E quando o time completo de convidados revelou-se conter nomes como Joe Goddard (Hot Chip e LCD Soundsystem), Masters At Work, Dimitri From Paris, Gwen Stefani, Mark Ronson e Jacques Lu Cont, entre outros, parecia que o disco realmente poderia atingir as expectativas, mas foi só Club Future Nostalgia aparecer nesta sexta para perceber que, por mais que diferentes nomes tenham sido chamados, o disco soa como uma coisa só, sem tanta diversidade. E o que poderia ser coesão, no fim é uma camisa de força ao redor de praticamente um único BPM – bem diferente do disco original, diga-se de passagem -, soando como uma versão daqueles remixes de rádio FM nos anos 90 que colocavam qualquer música na mesma batida repetitiva, estéril e constante, sem requebrar nem dar respiro. Talvez tenha a ver com a produção do disco todo vir assinada por Blessed Madonna (o novo nome da antiga Black Madonna), que tirou a alma de um disco perfeito para fazer um comercial genérico de música eletrônica, um desserviço ao próprio conceito de remix. E aí nem Mark Ronson pedindo Neneh Cherry ou Dmitri From Paris citando Jamiroquai salvam a festa…

Uma pena: maculou o nome de um disco nota 10.

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