Isso é que eu chamo de profissa: um user do blogger chamado fperacoli tá fazendo um senhor trabalho e reunindo parte da produção psicodélica brasileira num mesmo sítio, essa pérola chamada Brazilian Nuggets, com bios e arquvios zipados dos discos inteiros. Tem Manduka, Baobás, Geração Perdida, Brazões, a trilha do Deus e o Diabo na Terra do Sol, Daminhão Experiênça, Liverpool, Ronnie Von, Zé Ramalho… Coisa que nem o Gavin pode relançar em CD porque não tá em acervo de major nenhuma.
Repetindo o link, aqui: http://brnuggets.blogspot.com/
Deus lhe dê em dobro, alma caridosa.
PS – Tomate saiu do limbo da cantina escolar pra passar dois linques nesta mesma vaibe, se liguem no Vinil Velho e no Acesso Raro. Outros dois bons brasileiros, fazendo sua parte. Alguém sabe de mais algum?
Pletora de shows e DJ sets por aqui (Luke Vibert, Air, Pastels, Coldcut, Optimo, Shadow, Bomb the Bass, Spooky, Red Snapper) e Four Tet ao vivo no site oficial.
‘- Cecília reativou o blog;
– Pedro manda notícias sobre seu doc sobre o Rec Beat (com a minha participação especial entrevistando a Nação);
– Maceió começa a respirar o mesmo ar do resto do Brasil (depois eu conto direitinho, mas, por enquanto, dá uma sacada no podcast do Coelho);
– Bruno aos poucos vira vidraça;
– China transforma uma comunidade de Orkut em algo útil;
– O Bonde do Rolê aparece na Rolling Stone;
– Mateus é o garoto da capa do Link;
– Imunização Racional pra download no UOL;
– Arnaldo lança sua candidatura à presidência.
– O Eduf também aderiu ao podcast.
Alguém mais?
O ano tá só no começo.
Surfar no YouTube, um novo passatempo: saca só.
Mais um defunto no meu obituário pessoal: meu PC Tranqüilo, que me acompanha desde 1998, pediu arrego terça passada. Dedos cruzados pro HD não ter ido pro saco, mas se tiver, paciência. Zerar é sempre bom pra cabeça.
Enquanto seu substituto não sai da parteira, estou freqüentando lan houses, esse antro subcultural de jogos em rede e meninas adolescentes que acessam o MSN em dupla. Como eu me sinto numa bowa por aqui…
Sabe qual é o primeiro resultado que aparece quando você digita “failure” no Google?
Antes do CD entrar no mercado. Quem tiver tempo pra traduzir, pode me mandar que eu posto aqui:
A PROPOSAL FOR A SYSTEM TO REPLACE PHONOGRAPH RECORD MERCHANDISING
Ordinary phonograph record merchandising as it exists today is a stupid process which concerns itself essentially with moving pieces of plastic, wrapped in pieces of cardboard, from one location to another.
These objects, in quantity, are heavy and expensive to ship. The manufacturing process is complicated and crude. Quality control for the stamping of the discs is an exercise in futility. Dissatisfied customers routinely return records because they are warped and will not play.
New digital technology may eventually solve the warpage problem and provide the consumer with better quality sound in the form of compact discs [CDs]. They are smaller, contain more music and would, presumably, cost less to ship … but they are much more expensive to buy and manufacture. To reproduce them, the consumer needs to purchase a digital device to replace his old hi-fi equipment (in the seven-hundred-dollar price range).
The bulk of the promotional effort at every record company today is expended on ‘NEW MATERIAL’ . . .the latest and the greatest of whatever the cocaine-tweezed rug-munchers decide to inflict on everybody this week.
More often than not, these ‘aesthetic decisions’ result in mountains of useless vinyl/cardboard artifacts which cannot be sold at any price, and are therefore returned for disposal and recycling. These mistakes are expensive.
Put aside momentarily the current method of operation and think what is being wasted in terms of GREAT CATALOG ITEMS, squeezed out of the marketplace because of limited rack space in retail outlets, and the insatiable desire of quota-conscious company reps to fill every available slot with this week’s new releases.
Every major record company has vaults full of (and perpetual rights to) great recordings by major artists in many categories which might still provide enjoyment to music consumers if they were made available in a convenient form.
MUSIC CONSUMERS LIKE TO CONSUME MUSIC … NOT SPECIFICALLY THE VINYL ARTIFACT WRAPPED IN CARDBOARD.
It is our proposal to take advantage of the positive aspects of a negative trend afflicting the record industry today: home taping of material released on vinyl.
First of all, we must realize that the taping of albums is not necessarily motivated by consumer ‘stinginess.’ If a consumer makes a home tape from a disc, that copy will probably sound better than a commercially manufactured high-speed duplication cassette legitimately released by the company.
We propose to acquire the rights to digitally duplicate THE BEST of every record company’s difficult-to-move Quality Catalog Items [Q.C.I.], store them in a central processing location, and have them accessible by phone or cable TV, directly patchable into the user’s home taping appliances, with the option of direct digital-to-digital transfer to the F-I (SONY consumer-level digital tape encoder), Beta Hi-Fi, or ordinary analog cassette (requiring the installation of a rentable D-A converter in the phone itself . . . the main chip is about twelve dollars).
All accounting for royalty payments, billing to the consumer, etc., would be automatic, built into the software for the system.
The consumer has the option of subscribing to one or more ‘special interest category,’ charged at a monthly rate, WITHOUT REGARD FOR THE QUANTITY OF MUSIC THE CUSTOMER WISHES TO TAPE.
Providing material in such quantity at a reduced cost could actually diminish the desire to duplicate and store it, since it would be available any time day or night.
Monthly listings could be provided by catalog, reducing the on-line storage requirements of the computer. The entire service would be accessed by phone, even if the local reception is via TV cable.
One advantage of the TV cable is: on those channels where nothing ever seems to happen (there’s about seventy of them in L.A.), a visualization of the original cover art, including song lyrics, technical data, etc., could be displayed while the transmission is in progress, giving the project an electronic whiff of the original point-of-purchase merchandising built into the album when it was ‘an album,’ since there are many consumers who like to fondle & fetish the packaging while the music is being played.
In this situation, Fondlement & Fetishism Potential [F.F.P.] is supplied, without the cost of shipping tons of cardboard around.
Most of the hardware devices are, even as you read this, available as off-the-shelf items, just waiting to be plugged into each other in order to put an end to the record business as we now know it.
Resenhinha pro livro The Future of Music que saiu na Bizz 195, a com os Strokes na capa e, pra deixar registrado, uma senhora matéria do Lucio.
“A água tem um papel essencial em nossas vidas – nada acontece sem água. Centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo trabalham no mercado de prover água para outras pessoas, bilhões são gastos para garantir o suprimento regular de água e exércitos de pesquisadores e trabalhadores lidam com projetos relacionados à água. Ao lado do ar, a água é absolutamente essencial à vida. Não pagamos pelo ar – ainda – mas pagamos por água e, por conseqüência, algumas das companhias de lidam com água estão entre as empresas mais ricas do planeta”.
E o que o futuro da música tem a ver com a água? Na verdade, a água é apenas uma metáfora que David Kusek e Gerd Leonhard usam para explicar como a música será consumida no futuro. “The Future of Music” é, sim, um exercício de futurologia, mas baseado em números e situações atuais de empresas e pessoas que já encontraram soluções para a chama “crise na indústria na música”. Que, salientam os autores, não existe. A crise é da indústria do disco: “Muitos de nós estamos acostumados a pensar que toda a indústria é fundada em uma fórmula simples: volume de venda de discos = valor da indústria”, escrevem, “isso é um mito porque, na verdade, a indústria do disco é só uma fatia da indústria de música como um todo – e muitas das outras fatias são sequer conhecidas pelo consumidor médio de música”.
Os autores traçam um panorama sobre a indústria da gravação de discos e sobre a digitalização da música que, a partir dos anos 80, liberou-a do formato disco para qualquer outro suporte de natureza digital. Ao cogitar que os consumidores pagassem mais caro por um produto mais barato (o CD) e forçando o público a comprar novamente os mesmos discos, a indústria fonográfica criou um formato fácil de gravar, copiar, distribuir, dar. Achou que estava vacinando-se, quando provava um veneno cujo gosto está sendo sentido hoje em dia.
Mas “música de graça” não é equivalente à artistas sem dinheiro, como as grandes gravadoras fazem supor. Mesmo porque “música de graça” nunca é de propriamente gratuita – ninguém baixa MP3s e queima CD-Rs sem ter uma boa conexão online ou um computador decente, que foram pagos por alguém.
Voltamos então ao paralelo com a água, que está sempre ao nosso redor e, aparentemente, é de graça. Mas quando lavamos a mão no restaurante, abrimos a torneira num parque público ou tomamos banho num hotel estamos, mesmo que indiretamente, pagando a conta. E a troca de parâmetro básico – música como um serviço, não como um produto – faz com que o pagamento pela música aconteça mais pela comodidade do acesso do que pelo valor agregado ao disco propriamente dito. Ou alguém consegue explicar outro motivo para o fato de um trecho tocado em MIDI de uma determinada música (o famigerado ringtone) custar mais caro que a música inteira, na versão original, nas lojas de MP3s online?
Íntegra do texto sobre o Cine Falcatrua que saiu na Folha de hoje. Só que nego viajou na edição e, sem querer, tranformou as aspas do entrevistado em texto meu, no terceiro parágrafo. Normal, acontece…
***
Imagine um festival de cinema sem pré-seleção. Sem curadoria. Em que todos os filmes inscritos são exibidos, independente de formato, época de produção, duração, tema ou outro tipo de classificação a que possam ser submetidos. Em que ordem e que trechos dos filmes – se a íntegra, se uma cena inteira ou alguns frames – irão ser exibidos, isso depende do humor do projecionista e de sua química com o público daquela sessão. Assim é o festival CortaCurtas, idealizado pelo coletivo capixaba Cine Falcatrua ao lado do instituto Itaú Cultural, que recebe inscrições até o dia 20 de janeiro de 2006, com suas exibições acontecendo entre os dias 21 e 28 de março, em São Paulo.
“Uma das idéias é mostrar que o cinema digital não implica necessariamente na instituição de um controle rígido, como algumas fantasias paranóicas podem levar a pensar – a MGM controlando os cineminhas de Taubaté à distância, lançando propagandas entre as trocas de rolos, como se fossem canais de TV”, explica o grupo capixaba que surgiu no campus da Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória.
“E também não significa a misantropia final, onde cada espectador, de posse do seu DVD pirata – ou cópia-doméstica-lançada-simultaneamente -, vai se trancar em casa para ver o filme no seu próprio home theather”, continua o grupo, respondendo coletivamente sob o codinome de Gilbertinho, “como qualquer outra tecnologia, por mais ideológica que seja, a sala de cinema pode ser cooptada e utilizada de forma criativa e criadora. Como festival, o CortaCurtas se propõe a promover uma nova forma de consumo audiovisual, definida menos pela vontade dos curadores/ patrocinadores/ realizadores, e mais pela relação momentânea entre projecionista e público. É uma forma de celebrar a sala de cinema enquanto local de diálogo e convívio”. Maiores informações podem ser conseguidas pelo site www.itaucultural.org.br ou pelo email cortacurtas@gmail.com.
O improvável festival talvez não fosse impossível sem a transição do analógico para o digital, mas a mudança é crucial para sua realização – como é o próprio Falcatrua. O coletivo começou há dois anos, em janeiro de 2004, como um projeto de extensão de estudantes da UFES, de diferentes cursos (psicologia, comunicação, artes, arquitetura). “Chegaram uns datashows na universidade e a gente resolveu utilizá-los para projetar filmes. Daí, seguimos nessa vontade de fazer e ver cinema”, explica Gilbertinho, “o Falcatrua organiza-se de maneira místico-anarco-punk-banda-larga e atua não só exibindo filmes, mas também publicando e pesquisando idéias ligadas a utilização de novas mídias aplicadas ao cinema”.
Assim, começaram exibições gratuitas de filmes em locais públicos. Baixados via internet, raridades, lançamentos e curiosidades desfilavam pela tela do cineclube. “As exibições sempre foram gratuitas, mas nunca primamos por um público especifico. Como priorizamos a diversidade tanto dos locais de exibição, quanto do produto audiovisual exibido, acabamos tendo uma diversidade de público constante”, explica o grupo, “exibimos esde seriados de TV até curtas metragens em película: tudo encontra seu denominador comum no cineclubismo gambiarra. Sempre utilizamos equipamentos digitais”.
O cineclube teve problemas com a lei na metade do ano passado, quando foram notificados por exibirem filmes como “Kill Bill”, de Quentin Tarantino, e “Farenheit 11 de Setembro”, de Michael Moore, antes de suas estréias oficiais no Brasil. “Culpa da primeira matéria veiculada na Folha”, ironizam, “claro que depois também veio uma onda de moções de apoio: o movimento cineclubista nacional e internacional, cineastas, produtores, festivais, jornalistas, intelectuais – enfim, uma galera se manifestou pela continuidade do videoclube, e botou lenha no debate sobre os cruzamentos entre cinema e internet. Foi aí também que muitos realizadores começaram a enviar filmes espontaneamente para o Falcatrua”.
Assim, saíram pela esquerda, adotando a transparência e a generosidade intelectual como ferramentas de trabalho. Passaram então a exibir filmes publicados em Creative Commons e copyleft, além de entrar em contato com os próprios realizadores para obter autorização de exibição – tudo mais barato, mais perto do Brasil, longe de Hollywood e dentro da lei. “Freqüentemente, o Falcatrua faz sala para filmes inéditos. São lançamentos nacionais que acontecem no Falcatrua e contam, por vezes, com a presença dos realizadores”, como o documentário “Sou Feia Mas Tou na Moda”, de Denise Garcia.
“A gente vê no Creative Commons uma forma de conformar o direito constituído à economia inevitável da rede. Por enquanto, é a saída mais viável para quem quer aproveitar determinados potenciais de difusão e criação propiciados pelas novas tecnologias e virar as costas de forma limpa a uma economia que perde cada vez mais o sentido”, explica o coletivo. “Daí buscamos difundir as vantagens desse tipo de licenciamento para quem está envolvido com o trabalho realmente criativo – escritores, cineastas, artistas plásticos, músicos, etc. -, como uma forma de compartilhar conhecimento livremente e construir subjetividades coletivamente. Uma forma de aproximar a produção cultural da cultura real”.
Dentro desta lógica, o Falcatrua realiza programações que contam apenas com filmes publicados de acordo com este pensamento open source, as Mostras de Conteúdos Livres. “Levamos para exibir quando somos convidados a participar de algum evento. Junto dessas mostras, programamos bate-papos sobre cinema, internet e direito autoral”.
Aos poucos, o Falcatrua vai se expandindo – além do CortaCurtas que acontece em São Paulo, eles também participaram da XXV Jornada Internacional de Cineclubes e do festival de mídia tática Digitofagia, que aconteceu na Unicamp em novembro passado. E já se tornou exemplo. “Desde as primeiras sessões ensinamos a quem quiser como montar seu próprio cineminha utilizando eletrodomésticos de última geração, através de cartilhas xerocadas e e-zines”, explica o grupo. “A gente até fazia uma piada dizendo que, enquanto outros cinemas itinerantes queriam formar público, nós queriamos é formar exibidores”.
“Claro que teve um momento que a coisa saiu do controle – e nem podemos nos orgulhar e dizer que foi fruto do nosso trabalho, porque não foi. Aconteceu espontaneamente. Quando menos esperamos, descobrimos sessões de ‘Cine Falcatrua’ na PUC-RS e do Cine FalcaTróia, em um espaço chamado Tróia, em Florianópolis. Falcatrua acabou virando uma modalidade de consumir cinema”, comemoram.
Flu avisa:
Coloquei todo o meu primeiro CD pra baixar.
É só ir no www.gmail.com
user = fludomundo
senha = maravilha



