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SamPa Beats

O Jeroen Revalk, do programa de rádio belga Cucamonga, esteve no Brasil no começo de 2006, para fazer entrevistas sobre a atual cena de São Paulo. O resultado é a série SamPa Beats, e tem dois trechos diferentes (dá pra ler e ouvir) de uma entrevista que ele fez comigo no hall do 7 Colinas (meu lar em Recife), quando eu tava no Porto Musical. Além deste seu correspondente, há entrevistas com o Maurício Takara, Tom Zé, Cunha Jr., Sérgio Dias, Hermano Vianna, Maurício Bussab, Arnaldo Antunes, Cadão Volpato, Apollo 9, Rica Amabis (do Instituto), Zeca Baleiro, Bid, Guilherme Barrella (da Peligro), Rodrigo Brandão, Stela Campos, Otto, Alexandre Youssef, João Marcello Bôscoli, Loop B, Suba, Gilberto Gil, Rodrigo do Pex Baa, Claudio Silberberg (da ST2), Rob Mazurek, Caetano Veloso, Jorge Ben, Jair Oliveira, Benjamin Taubkin, João Parahyba, entre outros… Bom trabalho, Jeroen.

Mexâp

Jay Z + Bill Gates. É fato.

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Pra encerrar a tour e o mês, é a vez de Pernambuco, representado por Isaar (que canta com a Aparelhagem de DJ Dolores), o luthier Neilton (dos Devotos), três integrantes do Re:Combo e dois do Chambaril. E assim se encerra a trip por cinco cidades, depois eu faço o apanhadão. Mas se tu quiser se inscrever, inda dá tempo…

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De volta à terra-natal, é a vez de repetir a dose com os bacanas locais da música eletrônica, como o pioneiro Pedrinho Tapajós (a.k.a. The Six), o DJ Quizzik, a dupla Amnésia & Loro, Mak, Droors (do Jamanta Crew) e o Nego Moçambique. E vai ser na Torre de TV, que garante um puuuta visu. Dá um pulo lá!

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Sábado é o dia paulistano, em que, a partir das 19h, estarão reunidos pra produção instantânea Daniel Ganjaman, Rica Amabis e Tejo Damasceno (o coletivo Instituto), o produtor Carlos Eduardo Miranda e os vocalistas Tatá Aeroplano (Jumbo Elektro), Anelis Assumpção e Andréia Dias (Donazica). Vai colar lá?

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Nessa quinta é a vez de Porto Alegre – e aqui eu tou reunindo o Nitro Di, o Fred da Comunidade Ninjitsu, o DJ JZK, o Mini dos Walverdes, o Carlinhos (do Bide ou Balde) e a Lica (que era do Groove James). Vamo ver que bicho vai dar. O vídeo com o que foi feito no Rio já tá online, clica no site lincado na imagem e check for yerself.

Essa também saiu na última Simples. Mas é coluna, não é matéria.

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Era uma vez um tempo em que as pessoas não sabiam se informar. A era eletrônica tirou o começo-meio-e-fim das coisas e percebemos que informação é produto. Esteja no Jornal Nacional ou no Orkut, é só o final de um processo. Não nos iludimos tanto porque o alerta de Lenin (“para saber os motivos, procure saber quem se beneficia”) transformou-se em equação de reconhecimento do inconsciente coletivo, que percebe o quanto foi enganado.

Assim, vemos a dissolução do crítico de música. O sujeito que, numa penada, lança uma banda ou destrói as vendas de um disco, está com seus dias contados. Não porque está em vias de extinção, mas porque suas prerrogativas básicas tornaram-se requisito mínimo para qualquer pessoa, graças à internet. Um bom dia dedicado à frente do computador pode lhe transformar num especialista em quase tudo – no caso da música, tudo.

Escolha um artista e passeie pelos AllMusic, Wikipedia, Pitchfork e NME da vida, baixe discos, veja fotos, filmes, e sua fachada está pronta. Foi-se o tempo em que poucos semanários ingleses ditavam a moda. O mundo girava em torno de LA, NY e Londres, porque eram as únicas cidades capazes de exportar notícias locais como produto internacional.África, América Latina, Ásia? David Byrne e Peter Gabriel ainda não tinham inventado a world music.

A internet mudou isso. Hoje qualquer um pode produzir conteúdo sem a necessidade de um intermediário para publicar e distribuir. Todas as músicas do mundo estão à mão de qualquer um. E percebeu-se que o crítico musical é apenas um sujeito com mais tempo para dedicar-se ao estudo, à leitura e à apreciação do que uma pessoa comum. Não é uma divindade encarnada (“a Crítica”), nem um guru ou uma diretriz do bom gosto. É só um cara que pode explorar seu gosto pessoal com o respaldo de um veículo de grande alcance.

Mas isso não significa o fim da crítica, pelo contrário. Como a internet é o veículo de maior alcance da história (sem contar o potencial de alcance, ainda maior), todo mundo é um crítico musical cujo gosto e preferência devem ser respeitados e nutridos. Ninguém melhor do que um especialista em algo que você não faz questão de acompanhar para te dizer o que merece atenção. E estamos todos nos especializando.

Depois eu falo mais disso.

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Hoje começa série de InfoSessions dentro da programação da Red Bull Music Academy. São noites de papos e prática com personalidades da cena musical de cinco capitais brasileiras, que estarão reunidas pra falar de sua relação com a música e como as novas tecnologias interferem em seu trabalho. Depois do papo, as mesmas pessoas se reúnem para compor e produzir uma música na hora. É, na hora. Sem ensaio, sem nada pré-determinado. O barato é ampliar o conceito de jam session para algo prático e rápido – em vez de altas viagens instrumentais, uma canção certeira.

No Rio, os nomes são a dupla Berna e Kassin, a cantora Deize Tigrona, o músico Lucas Santtana, o produtor MPC (do grupo Digitaldubs) e o rapper BNegão. Depois do Rio vem Porto Alegre, Brasília, São Paulo e Recife.

E eu com isso? Bom, eu bolei esse conceito e tou acompanhando esse papo in loco, mediando os papos e assistindo a todas as produções. Voce também pode – é só se inscrever aqui nesse site.

Nos vemos, portanto.

…e me mandou esse link. Vê se não é de chorar mesmo.

Mombojó novo

Já ouviu?