Curadoria

Mais uma vez vamos de Inferninho Trabalho Sujo na Casa Rockambole, desta vez selando a parceria com A Porta Maldita em grande estilo, numa sexta–feira 13 daquelas. No dia 13 de junho apresentamos três bandas reincidentes na festa que estão em pontos-chave de sua carreira, reforçando a ótima fase que atravessa a nova cena paulistana. A noite começa com o show da Orfeu Menino, que segue em ascensão nos palcos de São Paulo, afiando cada vez mais seu repertório autoral, entre o jazz dos anos 70 e o pop dos anos 80. Depois vem o quarteto Boca de Leoa apresentando pela primeira vez ao vivo seu disco de estreia, o irresistível No Canto da Boca. A noite fecha com o show da big band Tietê, prestes a lançar seu primeiro disco, gravado na Inglaterra. Uma noite de muito groove pra não deixar ninguém parado. A Rockambole fica na Rua Belmiro Braga, 119, entre os bairros Vila Madalena e Pinheiros, a festa começa às 20h e os ingressos já estão à venda.

Muito bom acompanhar o nascimento de uma obra desde seu rascunho à materialização – afinal, o que Antônia Perrone – que agora assina como Antônia Midena – apresentou nesta terça-feira no Centro da Terra foi uma versão espetacularizada de uma série de questionamentos que a vi fazendo desde que conversamos sobre sua apresentação pela primeira vez. Começando pela sensação de desgarramento entre o som da palavra e de seu sentido e com ela pode ir moldando seu espetáculo autocentrado chamado Antônima a partir da música. Acompanhada por Alex Huszar (baixo), Amanda (guitarra), Bel Aurora (teclados) e João Rodrigues (bateria), ela desbravou um território fictício entre letra e música em que falava sobre duplos, cópias e clones, em uma apresentação que sobrou até para a ovelha Dolly (quem lembra dela?). Uma apresentação lírico-teatral que usa a música e o formato palco como plataformas para uma investigação a respeito de personalidade e identidade, plantando questões existenciais em todos que estiveram presentes. Bravo!

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Imensa satisfação em chamar para apresentar no palco do Centro da Terra a primeira apresentação musical da artista plástica Antônia Perrone, que encarna o pseudônimo Antônia Midena para apresentar o espetáculo Antônima, uma peça sonora e textual que mergulha no mundo das palavras para tentar explicar o inexplicável, ao unir música e teatro numa apresentação sobre som e sentido, em que será acompanhada por Acompanhada por Alex Huszar, Amanda, Bel Aurora e João Rodrigues, misturando textos inéditos e canções próprias. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão esgotados.

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Abrindo a roda

Ruben Jacobina vai erguendo o que se tornará seu próximo álbum pouco a pouco na temporada que está fazendo no Centro da Terra e nesta segunda noite trouxe dois novos elementos além da banda que montou para estes shows, que estreou na semana passada. Desta vez, o trio formado por ele, Gabriel “Bubu” Mayall e Theo Ceccato tornou-se quarteto com a entrada do guitarrista Allen Alencar, que também trouxe um teclado e pedais para entrar na brincadeira, trazendo luzes mezzo psicodélicas mezzo românticas para a formação e deixando Rubinho mais solto para cantar – e assim será pelo resto da temporada, que pode ter outras surpresas. A noite, que, como a primeira, contou com parcerias inéditas do autor com Otto, Domenico Lancellotti, Nina Becker e Mãeana, além de hits da era de ouro do rádio brasileiro (como o “Mimoso Colibri” de Adoniran Barbosa e “Sei Lá”, eternizada por Doris Monteiro), também viu a primeira participação especial do mês, quando convidou a parceira Sílvia Machete para reverenciar Jorge Mautner, começando pela única parceria dele com o mestre, “Ba-Be-Bi-Bo-Bu”, que Sílvia gravou em seu primeiro álbum, produzido pelo próprio Rubinho.

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Na sexta-feira tivemos mais um Inferninho Trabalho Sujo no Redoma com uma estreia que valeu por duas, afinal da banda Boia, formada na Unicamp por estudantes de música, não fez apenas seu primeiro show na festa como aquele foi seu primeiríssimo show da vida. Surgida a partir da parceria do violonista Leo Bergamini com a vocalista Luli Mello, a banda surgiu a partir da própria república, uma vez que quatro de seus integrantes moram na mesma casa – e os dois que não moram são vizinhos – em Barão Geraldo, distrito de Campinas onde fica a Unicamp. A convivência constante traduziu-se muito bem no palco e ao lado do flautista e saxofonista Renato Quirino, do guitarrista Murilo Costa Rosa, do baixista Murilo Kushi e do baterista João Decco, os dois dominaram a abertura da noite com um repertório autoral baseado nas canções de Leo e Luli, esta um colosso no palco, tanto em termos de voz quanto de carisma. A banda inteira esmerilha no território do jazz brasileiro mas sem cair na caretice típica das faculdades de música e seu entrosamento de casa os coloca num lugar em que podem embalar versões de Moacir Santos e Hermeto Pascoal sem perder o frescor nem o groove. Uma estreia e tanto de uma banda que tem tudo pra crescer bem esse ano.

Depois foi a vez do Saravá e o trio formato por Joni (guitarra), Roberth Nelson (baixo) e Antonio Ito (bateria) também mostrou que não está pra brincadeira, fazendo o rock clássico e o indie rock conversarem como se fossem da mesma geração. Três instrumentistas de peso, passearam pelo repertório já estabelecido em dezenas de shows pela cidade e mostraram músicas novas, além de recuperar um trecho do show que haviam abandonado, quando se entregavam ao improviso elétrico, meio psicodélico meio jazz, no número que batizam adequadamente de “Fritação”. É outra banda que está criando uma ótima casca e já tem uma reputação, ainda que nova, dentro da nova cena paulistana – que não para de ferver!

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Nessa sexta-feira temos mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Redoma e no palco do Bixiga subirão duas bandas novíssimas em ascensão: a banda Boia, que está fazendo seus primeiros shows com repertório autoral, e o trio Saravá, que já passou pelo Inferninho e faz mais uma de suas apresentações fulminantes. Como as bandas dessa nova geração paulistana, as duas equilibram-se entre o rock independente, a MPB dos anos 70 e 80 e o rock clássico, e mais uma vez discoteco antes, entre e depois dos shows. A noite começa a partir das 21h e os ingressos já estão à venda.

O próximo Sonho

Lindo demais o concerto Voz e Coração que Tagore concedeu ao público que foi ao Centro da Terra nesta terça-feira, quando mostrou várias canções inéditas que comporão seu próximo trabalho, já batizado de Sonho Verão, apenas ao violão, pinçando algumas músicas de ídolos – como Tom Zé (“Todos os Olhos”) e Ave Sangria (“Dois Navegantes”) -, além de repassar por diferentes fases de seu repertório autoral (tocando as faixas-título de seus discos Maya, Barra de Jangada, Movido a Vapor e Pineal). Mas o ápice da noite aconteceu no final, quando convidou dois velhos compadres – “classe de 2015”, como brincou antes do show começar – para dividir o palco, mas em vez de chamá-los um por vez e dividir algumas músicas com cada um deles, Tagore convidou Julito (da banda Bike) e Dinho (dos Boogarins) para subirem juntos no palco, cada um com sua guitarra, deixando os três instrumentos – dois elétricos e um acústico – criar um fluxo de melódico e harmônico em que seus convidados pudessem deslizar suas músicas – “O Enigma do Dente Falso” da Bike e “Erre” dos Booga, em versão baião acústico – numa tríade musical que não pode ficar só nessa única apresentação.

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Nesta terça-feira recebemos mais uma vez o grande Tagore no palco do Centro da Terra, que traz sua apresentação Voz e Coração para mostrar as músicas de seu próximo trabalho, ainda em elaboração, somente com seu violão. Mas o pernambucano não estará só esta noite, quando também recebe convidados, como Julito Cavalcante da banda Bike e Dinho Almeida dos Boogarins, que o ladeiam nessa travessia abençoada. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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Preparando o mês

Muito bom o início de temporada de Rubinho Jacobina no Centro da Terra, quando começou a mostrar em público músicas que deverão ser a base de seu próximo álbum, entre elas parcerias com Otto, Nina Becker, Domenico Lancelotti e outros camaradas. Além de seu sagaz violão jorgebeniano – sua mão direita amacia bem o groove acústico como poucos de seus contemporâneos conseguem -, Rubinho esteve acompanhado de uma cozinha montada para essa temporada, quando reuniu o baixo de Gabriel “Bubu” Mayall à bateria de Theo Ceccato, os três desvendando juntos os mistérios das músicas inéditas de Jacobina. Além delas, também pinçou músicas menos conhecidas de nosso cancioneiro, como faixas de Jackson do Pandeiro e um literal lado B de Adoniran Barbosa, “Mimoso Colibri”, que quando lançada estava no outro lado do compacto “Saudosa Maloca”, e encerrou a apresentação depois que o público pediu bis e ele sacou um de seus hits, a ótima “Artista é o Caralho”. Bom demais.

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O mês de junho no Centro da Terra começa com a temporada que o carioca Rubinho Jacobina faz nas segundas-feiras do mês, quando apresenta a temporada Segurando a Chama ao lado de seus compadres Gabriel “Bubu” Mayall (no baixo) e Theo Ceccato (na bateria). Em quatro datas, eles investigam o que será o quarto disco solo de Rubinho, que testará as canções pela primeira vez no palco, além de buscar clássicos da música brasileira que foram cruciais para sua formação. Na primeira segunda, dia 2, ele apresenta-se apenas com seu novo trio para receber, nas semanas seguintes Sílvia Machete (dia 9), Péricles Cavalcanti (dia 16) e Juliana Perdigão (dia 23), sempre experimentando como será seu novo trabalho. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

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