Tocando para uma casa cheia, Marcos Suzano mostrou que não precisa de muito para criar um universo. Apresentando seu espetáculo Suzano San Duo no Centro da Terra, ele entregou-se ao improviso rítmico por mais de uma hora de transe hipnótico ao lado de seu comparsa de groove, Guilherme Gê, que disparava efeitos enquanto pilotava teclados e synths. A apresentação começou com Suzano só ao berimbau, como se saudasse o público sem interferência eletrônica. Mas logo que chamou Gê para o palco, entrou numa frequência contínua de loops que gravava a partir de levadas feitas ao pandeiro ou tocando com as mãos os pads do instrumento de percussão eletrônica HandSonic e a superfície sensível do enorme sensor de tato do ATV aFrame, conduzindo o público para rodas de samba que se transformarvam em grooves retos próximos do techno e da house, improvisos de free jazz polirrítmico ou delírios puramente prog, numa noite em que a percussão era protagonista com toda excelência de linguagens. Ao final da apresentação, ele trouxe uma releitura para “Samba Makossa” de Chico Science & Nação Zumbi ao pandeiro, no único número que cantou em todo o show. Foi demais.
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Enorme satisfação em receber o renomado percussionista Marcos Suzano pela primeira vez no palco do Centro da Terra, para onde traz sua apresentação Suzano San Duo, em que divide a noite com Guilherme Gê. Os dois embarcam numa viagem percussiva que sai de instrumentos clássicos como pandeiro e berimbau para ferramentas eletrônicas rítmicas como HandSonic e ATV aFrame, experimentando ritmos afrobrasileiros em loops e bases que passeiam por diferentes searas musicais, sempre voltando para a base do percussionista carioca, as mil facetas do samba. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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A imersão começou. Com a primeira apresentação do Kartas em sua temporada 4A no Centro da Terra, a dupla carioca formada pela poeta Marcela Mara e pelo baterista Zozio, que desta vez vem acompanhada do tecladista Guilherme Paz e da baixista Karin Santa Rosa, fez o público entrar em um universo de texto e música que abraça tanto o improviso quanto a poesia falada, resvalando no free jazz, no canto livre, no noise, em sons da natureza e no ambient enquanto projetavam imagens no fundo do palco, lentamente hipnotizando os presentes rumo a um túnel de som e sentido que ainda contou com a guitarra frenética de Marcos Campello (que por vezes tocava trompete), o teclado frito de Negro Leo, o discurso dedo na cara de Siddhartha Animaina e o trompete de Talita de Jesus, convidados que entraram em momentos distintos da apresentação e, aos poucos, povoaram o palco ao mesmo tempo para um final de transe extático. Uma noite de tirar o fôlego que é só o começo de um mês de viagens ainda mais intensas.
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Começamos o segundo semestre de 2025 no Centro da Terra mergulhando no universo multidisciplinar dos cariocas Kartas, que completam dez anos em atividade fundindo ruído e texto na temporada 4A, que toma conta do teatro em todas as segundas-feiras de julho. Formado pela dupla Marcela Mara e Zozio, o Kartas vem acompanhado de Guilherme Paz e Karin Santa Rosa, que engrossam o caldo sonoro e textual das apresentações que, a cada nova semana, recebem diferentes convidados. As atividades começam neste dia 7, quando incluem Negro Leo (na vitrola e teclado), Marcos Campello (no trompete e guitarra), Siddhartha Animaina (na voz e eletrônicos) e Talita de Jesus (no trompete) na formação. Na próxima segunda, dia 14, é a vez de receber Paola Ribeiro (na voz e berimbau), Cacá Amaral (bateria), Paula Rebellato (no tambor, voz, pedais e teclado), Eldra (no trompete), Gustavo Torres (fazendo uma instalação sonora), além de receber os performers Herik Reis Kohl, Pedro Gutman e Nova Buttler. A terceira segunda, dia 22, tem como convidados TudoLiga NadaFunciona AKA Pacola (teclado, vitrola, monotribe e efeitos), Bernardo Pacheco (processamentos sonoros) e Bruno Trchmnn (rabeca), e na última segunda do mês, dia 28, os Kartas recebem Romulo Alexis (trompete), Bernardo Pacheco (processamento sonoro e guitarra), Rômulo França (saxofone alto), Clóvis Cosmo (flauta transversal), Rayra Pereira (eletrônicos), além das performances dos SVSTVS. Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.
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O público que foi ao Centro da Terra no último dia do primeiro semestre de 2025 pode ter sentido que estava em um episódio de Além da Imaginação, ao entrar num universo paralelo proposto pelo encontro das guitarras de Rainer T. Pappon e Murillo Mathias com o baixo de Renato Muniz e a bateria de Carlos Camasi. A surf music proposta pelo grupo Ippon cria um universo em que o astral praiano do gênero musical sintoniza menos na cultura californiana e mais num rock mais cabeçudo da virada dos anos 70 para os 80, quando as duas guitarras solavam juntas, variando apenas na escala – uma escola que junta bandas tão diferentes quanto Thin Lizzy, Iron Maiden e a fase mais pop do King Crimson, com Adrian Belew. E o grupo emendou mais de uma hora desses estranhos mas mágicos entrelaçamentos de melodias sobre bases que, mesmo que soem como levadas puras de grupos como Ventures, Surfaris ou Bel-Airs, habitam o mesmo universo mutante setentista que mescla hard rock inglês e rock progressivo como se a psicodelia britânica dos anos 60 não tivesse se dividido nestas duas principais correntes. E o melhor é que eles fazem isso como toda banda deveria atuar no palco: se divertindo à beça, sorrisos estatelados nos rostos. O disco de estreia do quarteto paulistano sai ainda este mês…
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Uma banda de surf paulistana, nascida à luz do pós-punk, mostra seu próximo álbum pela primeira vez ao vivo no palco do Centro da Terra, no início de nossa programação de julho. A apresentação, batizada de A Prévia do Ippon, traz o grupo formado por Rainer T. Pappon (guitarra), Murillo Mathias (guitarra), Carlos Camasi (bateria) e Renato Muniz (baixo), mostrando seu homônimo disco de estreia, que será lançado ainda este semestre. Rock instrumental praiano com ecos e dark wave e new wave, o grupo traz referências de artistas como Thin Lizzy, New Model Army, Killing Joke, King Crimson e Frank Zappa que misturam-se à linha básica e solar da surf music. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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Morris está pronto para mostrar seu próximo trabalho, Fé na Desordem, coleção de canções que está transformando em disco com o auxílio de Romulo Fróes, que o ajuda a levantar um álbum sobre como sobreviver nos dias caóticos que vivemos, como ele mostrou nesta última segunda-feira de junho no Centro da Terra. Acompanhado de Décio 7 na bateria e Paulo Kishimoto no baixo, guitarra e guitarra lapsteel, além dos belos vocais dos novatos Caio Teixeira e Joy Catharina, todos trabalhando para elevar a voz, o violão e as canções de Morris, que veio com pintura de guerra no rosto e começou a noite repassando canções de seu disco anterior, Homem Mulher Cavalo Cobra, lançado no ano da pandemia. Aquecendo esta nova formação de músicos – incluindo Juliana Perdigão, que cantou “Longe da Árvore”, que dividem naquele disco logo no início do espetáculo – com músicas já conhecidas, ele preparou a noite para seu salto no escuro, ao mostrar as canções do próximo trabalho pela primeira vez para além do círculo ligado ao novo trabalho. E provou que este repertório está pronto para vir a público, incluindo mais uma colaboração com Perdigão, que voltou ao palco outras duas vezes, tanto para tocar a nova música quanto para repetir a que fizeram na primeira parte da noite, quando o público que lotou o teatro pediu bis.
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Encerramos a programação de junho do Centro da Terra nesta terça-feira, quando recebemos mais uma vez Morris no palco do teatro, desta vez experimentando o que será seu novo disco, Fé na Desordem, que conta com direção artística de Romulo Fróes e canta sobre a aceitação do caos em que vivemos para buscar caminhos viáveis. Com uma banda formada por Paulo Kishimoto e Décio 7, ele também recebe as participações de Juliana Perdigão, Joy Catarina e Caio Teixeira, além de cantar músicas de seu disco mais recente, Homem Mulher Cavalo Cobra. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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Junho está chegando ao fim, hora de anunciar quem tocará no palco do Centro da Terra no mês de julho. As segundas-feiras ficam a cargo da dupla carioca Kartas, em que Marcela Mara e Zozio, acompanhados por Guilherme Paz e Karin Santa Rosa, aproveitam a temporada paulistana para encontrar no palco chapas que por aqui estão e comemorar uma década fundindo som e palavra . A temporada 4A começa dia 7 com as presenças de Negro Leo (na vitrola e teclado), Marcos Campello (no trompete e guitarra), Siddhartha Animaina (na voz e eletrônicos) e Talita de Jesus (no trompete). Na segunda seguinte, dia 14, a dupla recebe os músicos Paola Ribeiro (na voz e berimbau), Cacá Amaral (bateria), Paula Rebellato (no tambor, voz, pedais e teclado), Eldra (no trompete), Gustavo Torres (fazendo uma instalação sonora), além de receber os performers Herik Reis Kohl, Pedro Gutman e Nova Buttler. Na terceira segunda-feira, dia 21, os convidados são TudoLiga NadaFunciona AKA Pacola (tocando teclado, vitrola, monotribe e efeitos), Bernardo Pacheco (fazendo processamento sonoro) e Bruno Trchmnn (tocando rabeca). A temporada encerra dia 28 com os músicos Romulo Alexis (trompete), Bernardo Pacheco (processamento sonoro e guitarra), Rômulo França (saxofone alto), Clóvis Cosmo (flauta transversal), Rayra Pereira (eletrônicos), além das performances dos SVSTVS. Mas o mês começa na primeira terça-feira, dia 1º, quando o guitarrista paulistano Rainer Pappon traz seu grupo de surf music pós-punk Ippon, antecipando o disco que lançarão no segundo semestre no espetáculo A Prévia do Ippon. Na terça seguinte, dia 8, temos o prazer de receber o mestre carioca Marcos Suzano, que apresenta seu espetáculo Suzano San Duo ao lado de Guilherme Gê, que fica nos teclados e synthbass enquanto o percussionista passeia por modalidades clássicas (como berimbau e pandeiro) e eletrônicas (HandSonic e ATV aFrame) de seus instrumentos. No dia 15 é a vez do guitarrista paranaense Vitor Wutzki, que musica poemas de Adélia Prado, Angélica Freitas, Nanao Sakaki e Rilke em canções inéditas que estão gravadas na pasta Meus Documentos, do seu computador, que acaba por batizar o espetáculo, que apresenta ao lado de Gabriel Edé (baixo), Tomás Gleiser (teclado) e Bruno Iasi (bateria e eletrônicos). Na semana seguinte, dia 22, recebemos a dupla formada pelo autor, o poeta César Obeid e a educadora e compositora Branca Brener, que transformam ao vivo um livro de Obeid no espetáculo Canções para a Paz, acompanhados de Daniel Szafran (teclados, guitarras, violões, baixo e acordeon) e Vicente Falek (teclados, flauta, viola caipira, percussão e acordeon). A programação musical do mês termina no dia 29, quando a dupla de hip hop experimental Kim e Dramma apresentam o espetáculo inédito Nodo, inspirado no aniversário de um ano de seu disco de estreia, No Ombro Dos Outros, além de canções inéditas em que são acompanhados por uma banda formada por Valentim Frateschi (baixo), Caio Colasante (guitarra), Eduardo Barco (teclados) e Leandro Serizo (vocal e sanfona). Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.
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Não sei se dá pra cravar que foi o melhor, mas Tatá Aeroplano fez um dos melhores shows de sua carreira nesta terça-feira no Centro da Terra, quando escolheu o teatro, que estava lotado, para registrar seu primeiro disco ao vivo, plano que ele acalenta há uns bons anos – e o resultado não poderia ser melhor. Ele começou a noite mostrando diferentes músicas do início de sua carreira solo, quando deixou sua primeira banda, o Jumbo Eletro, para dedicar-se aos discos gravados no estúdio Minduca ao lado dos feras que se tornariam sua banda oficial, o guitarrista Junior Boca, o baixista e tecladista Dustan Gallas e o baterista Bruno Buarque. Primeiro trouxe apenas os três ao palco visitando pérolas que não tocava faz tempo, como “Mulher Abismo”, “Um Tempo Pra Nós Dois”, “Te Desejo Mas Te Refuto”, “Cão Sem Dono”, “Entregue A Dionísio”, além dos hits “Tudo Parado na City” e “Cama”, ainda revelando que fará um segundo show que também será transformado em disco ao vivo, puxando as músicas mais dançantes, enquanto optou por um repertório mais intimista – mas com alguns espasmos de loucura – no palco do teatro no Sumaré. Depois, ele chamou Malu Maria, Kika e Bia Magalhães para o palco para puxar algumas músicas de seu disco pandêmico Delírios Líricos (como “Deusa de 67”, a versão para “Ressurreições” de Jorge Mautner e a primeira vez que tocou ao vivo uma de suas músicas que mais gosto, “30 Anos Esta Noite”, com a presença surpresa de Richard Firmino no sax), para depois emendar músicas mais melancólicas dos discos em que o quarteto original incluía a participação das vocalistas, como Não Dá Pra Agarrar e Boate Invisível (como “A Carta na Mão”, “Sinfonia da Manhã” e “Na Beleza da Vida”). Metódico como sempre (quem conhece sabe), ele aproveitou para dizer que está gravando mais dois discos e apresentou uma inédita, que ele não vê como parte de nenhum desses dois novos trabalhos, dedicada a Raul Seixas, que completaria 80 anos se estivesse vivo no próximo sábado – algo que Tatá nem sabia até cantar “Eu Sou do Tempo de Tocar Raul”, que também contou com o sax de Firmino. A noite brilhante terminou com um quase bis pois a banda nem teve tempo de sair do palco para cantar outra de suas assinaturas musicais, a excelente “Night Purpurina”. Que show!
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