Clipe

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Prestes a lançar mais um novo disco, a banda norte-americana Deerhunter pode estar dando um ousado passo rumo ao pop. Não espere nenhum remix dançante ou colaboração com algum rapper ou vencedor de programa de calouros (pelo menos não por enquanto). Mas a julgar pelo passado de ruído, microfonia e experimentalismo pop do grupo de Atlanta, os dois singles que eles já mostraram de seu novo disco, Fading Frontier, apontam para um futuro mais ensolarado e definitivamente pop. Primeiro veio o groove irresistível de “Snakeskin”, que deixa escapar-se para o lado do ruído só no finzinho da canção:

Agora eles vêm com essa deliciosa “Breaker”, que já desponta como hit do próximo verão (e também guarda seu cavalo de Tróia experimental no final):

Fading Frontier, portanto, pode ser o disco que finalmente mostre a banda para um público maior – sem que ela necessariamente abra mão de sua natureza vanguardista. E aí entra outro fator importante (e comumente menosprezado hoje em dia) que está no fato de eles serem lançados pela mesma gravadora 4AD que trouxe bandas esquisitas como Pixies, Cocteau Twins e Throwing Muses para um cenário pop.

O disco será lançado no meio do mês que vem e conta com essa bela capa abaixo. A ordem das músicas vem logo depois:

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“All The Same”
“Living My Life”
“Breaker”
“Duplex Planet”
“Take Care”
“Leather and Wood”
“Snakeskin”
“Ad Astra”
“Carrion”

Blur-I-Broadcast

O clipe novo do Blur é composto por imagens feitas por fãs a partir do imaginário de seu disco mais recente, The Magic Whip:

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Diogo Strausz tira mais um clipe de seu ótimo disco de estreia – o austero e dançante Spectrum – Volume 1 – e o timbre desértico de sua guitarra conduz a direção do vídeo (a cargo de Marcelo Mattina) para um sombrio cenário lyncheano, que conversa perfeitamente com o bucólico tom de “Ítalo”, a curtinha instrumental.

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Mais um clipe tirado do disco novo do Unknown Mortal Orchestra. Desta vez a faixa escolhida é a excelente “Can’t Keep Checking My Phone”, que vira uma espécie de supertrunfo de esquitices na mão do diretor Dimitri Basl: “Sua letra é tão elusiva que eu decidi que uma só idéia não faria justiça à faixa, então minha abordagem foi apresentar várias ideias como se fosse um jogo de cards, como Marte Ataca, que tem uma descrição rápida acompanhada de ilustrações. Neste caso o jogo é sobre ocorrências, síndromes e fenômenos estranhos”, explica o diretor na descrição do vídeo no YouTube. É a tal psicodelia 2015…

loubarlow

O novo disco solo de Lou Barlow, chamado de Brace the Wave, sai por esses dias. E além das duas músicas que ele já havia mostrado (“Moving” e “Wave”), ele vem agora com um clipe da última faixa do disco, “Repeat”, todo pé no chão e de coração partido:

tulipa-proporcional

“Proporcional”, a primeira música que Tulipa Ruiz revelou de seu novo disco, também é a primeira canção de Dancê a virar clipe.

littleboots-jeanmicheljarre

A parceria de Jean Michel Jarre com M83 era, na verdade, o prenúncio de uma volta do pioneiro da eletrônica francesa. Electronica Part 1: The Time Machine, o novo disco de Jean Michel Jarre, será lançado no mês que vem e trará composições do francês ao lado de novos nomes como Air, Fuck Buttons, Boys Noize e Massive Attack, além de parcerias com veteranos como Laurie Anderson, Pete Townshend, Tangerine Dream e John Carpenter! O projeto foi sacramentado com o dueto de Jarre com Little Boots, “If I…!”, que já nasceu com clipe.

E o projeto deve ter uma parte 2, já agendada para o primeiro semestre do ano que vem.

rodrigo-amarante

Rodrigo Amarante lança mais um clipe de seu Cavalo – desta vez “I’m Ready”, gravada ao vivo num túnel na Cisterna de Marvão, em Portugal.

O hermano também assina a música da abertura do seriado Narcos (chamada “Tuyo”), produção do Netflix que conta a história de Pablo Escobar, com direção de José Padilha e Wagner Moura no papel principal.

brunomorais

“Foi uma abalroação louca!”, ri Bruno Morais, ao lembrar do dia 6 de julho deste ano, quando descobriu, ao mesmo tempo, que a respeitada revista norte-americana Wax Poetics (bíblia dos colecionadores de disco) havia feito uma matéria sobre seu projeto de compactos que começou a lançar logo após trabalhar seu segundo álbum, A Vontade Superstar, entre 2010 e 2015 e que uma das músicas do disco de 2009, “Há de Ventar”, estava na trilha sonora de uma novela da Globo – e isso tudo quando ele estava entrando na reta final da gravação de seu novo disco.

“Eu tinha essa sensanção de que, mesmo que a contagotas, o Vontade Superstar havia realizado seu potencial quase que completamente, e os compactos também”, me explicou por email. “Estava vivendo minha vida massa, feliz e me preparando para a segunda etapa de gravações do meu proximo disco conforme eu havia planejado: álbum – compactos – álbum… Quando de repente, dia 6 de julho – devia ter jogado na mega-sena! – veio a notícia de que a Wax Poetics havia publicado em sua versão online uma segunda review sobre o meu trabalho e dessa vez sobre os compactos e um big artigo! A Wax Poetics é minha revista favorita, coleciono há anos, sempre fui um colecionador de discos antes de mais nada e o trampo de pesquisa deles sempre me interessou muito, então foi uma honra ter o meu trabalho revisitado e super comentado por eles.”

“Alguns dias antes havia sido avisado de que ‘Há de Ventar’ estava na novela”, continua. “Sou noveleiro , já estava seguindo e continuei, pensei que ia tocar uns segundinhos e PAM: tocou praticamente inteira, num episódio catarse e emendou na abertura! E melhor, a audiência começou a reagir super bem e rapidamente entrou para o top 20 de músicas mais procuradas no Shazam no Brasil. E é uma música quase prog, tem quase sete minutos e foi descoberta pelo produtor musical da novela sem intermédio nenhum. Isso tudo, da música mais experimental do álbum se revelar um hit em potencial e o big artigo na Wax, deram uma vitaminada no processo de gravação, uma respaldada, entrei no estúdio com uma vontade ainda maior de fazer, sem medo de experimentar tudo, e essa energia fez com que as sessões de gravação até aqui tivessem uma sabor muito especial, raro, único.”

Bruno também preparou uma versão editada da música e publicou o clipe que dá pra ver aí embaixo, numa versão “Radio Edit”. Pergunto sobre a sensação de ser descoberto por um público completamente diferente do que ele já tinha e, principalmente, bem mais jovem, usando trechos da música como hashtags no Twitter ou fazendo colagens online com fotos e versos da canção. “É uma delicia né? Uma galera muito sincera, descobrindo a vida. Fiquei pensando em como é bonito ver a sua obra sendo devorada, usada, ver as pessoas se apropriando do seu trabalho. É pra isso que serve a música, né? Pra invadir a vida das pessoas, para elas chamarem de sua como eu mesmo sempre faço com as minhas canções favoritas. Fiquei com vontade de ouvir junto com elas, havia um tempo que não ouvia essa gravação e então nasceu o clipe dirigido pela Daniela Cucchiarelli, onde eu ouço a música com o espectador. Fico maravilhado, essa geração que vem por aí é muito livre, tem um acesso e poder de escolha muito maior, então quando eles gostam é muito de verdade.”

Sobre o disco novo, ele já está na reta final. “Está sensacional, cada passo que a gente dá é um salto, uma surpresa. Comecei a gravar em abril do ano passado mas já estava levantando o repertório desde dezembro de 2013. Muitos artistas incríveis participando, com certeza é o processo de gravação mais fluído que já vivi até agora. As bases já estão todas gravadas. Gravei 21 bases, escolhi 14 e estamos gravando todos os arranjos de cobertura (Sopros, Synths, Backins, cordas) e vai ser assim até novembro, depois edit e mixamos com o Gran master Victor Rice em fevereiro.” Vamos aguardar.

mosdef

Bem quando estávamos nos acostumando a nos referir ao velho Mos Def pelo seu novo nome, Yasiin Bey, ele lança uma pedrada com o produtor Ski Beatz chamada “Sensei on the Block” com seu velho codinome e confunde geral.

Mesmo porque não tem nem um mês que ele lançou a quase abstrata “Basquiat Ghostwriter” com o nome que vinha usando.

O que quer dizer isso? Foi um erro de tagueamento, uma breve recaída, um flashback, uma nova fase? Vamos acompanhar…