Eis a faixa-título do disco novo de Lana Del Rey, “Lust for Life”, uma bela balada soul em que ela convidou o Weeknd pra dividir os vocais.
o Ibifornia, do ano passado, e seu beat envolvente funciona perfeitamente para as justaposições visuais propostas pelo autor do clipe.
Depois de shows arrebatadores no Nublu Jazz Festival, em São Paulo, o saxofonista californiano Kamasi Washington anuncia o lançamento de seu primeiro disco desde seu aclamado The Epic, de 2015. O EP Harmony of Difference (cuja capa, acima, foi feita pela irmã de Kamasi, Amani) foi apresentado esta semana com o clipe de “Truth”, abaixo:
O disco vai ser lançado oficialmente no meio do ano. Abaixo, meia hora do último show que Kamasi fez no Sesc Pompeia, filmada por mim:
O primeiro clipe do disco novo do Spoon, a faixa-título “Hot Thoughts”, foi filmado durante os três shows realizados durante o SXSW 2017, que acontece na cidade-natal do grupo, Austin.
Criolo arqueia a sobrancelha para olhar no olho do sujeito que descreve em sua nova “Menino Mimado”. Mas o ar de ameaça (“Então pare de correr na esteira e vá correr na rua”, “Este abismo social requer atenção”, “Pois quem não vive em verdade, meu bem, flutua nas ilusões da mente de um louco qualquer”, “Eu não quero viver assim, mastigar desilusão”) dissipa-se ao som do violão, do tamborim, do violão de sete cordas, do pandeiro, da cuíca, do sax, do surdo e do trombone que o acompanham. Não é um dedo na cara, é só um toque, numa boa, na sincera:
É também um recadinho pro presidente postiço e todos os novos aspirantes a líderes que surgem por aí. Será que o próximo disco do Criolo está prestes a ser lançado? Será que o tom é mais político e pesado que o normal? Ou será um disco específico dedicado ao samba? De qualquer forma, eis uma voz a ser ouvida em 2017.
A produção, mais uma vez, é do Marcelo Cabral com o Ganjaman e a música pode ser baixada no site do Criolo.
O grupo paulistano Garotas Suecas se apresenta de graça nesta quinta-feira no CCSP, lançando o clipe de “Me Erra”, do EP Mal-Educado, do ano passado. O disco é parte da transição que o grupo atravessa após a saída do vocalista Guilherme Saldanha, processo concluído neste semestre, quando o grupo termina de compor e gravar seu próximo álbum. Mais informações sobre o show aqui.
Depois de anos sem lançar nada, Frank Ocean parece disposto a tirar o atraso – e lança mais uma música inédita, desta vez ao lado de Jay-Z e Tyler the Creator, sobre andar de bicicleta. Eis “Biking”, que ele apresentou em seu programa na rádio digital Beats, da Apple, no sábado passado.
https://www.youtube.com/watch?v=4S5-cwxm7Wk
É a segunda música nova que ele lança desde o disco Blonde, do ano passado – a primeira foi “Chanel“, lançada no mês passado.
A ex-vocalista do Gossip Beth Ditto prepara o primeiro álbum solo e dispara o incendiário single de apresentação, “Fire”.
O clima da música é mais épico e sério do que o clima punk rock de sua antiga banda e começamos a assistir sua autotransformação em diva da pista de dança (com um gostinho do sul dos Estados Unidos) – coisa séria. O disco de estreia chama-se Fake Sugar e esta é sua capa, seguida da ordem das músicas:
“Fire”
“In and Out”
“Fake Sugar”
“Savoire Faire”
“We Could Run”
“Oo La La”
“Go Baby Go”
“Oh My God”
“Love in Real Life”
“Do You Want Me To”
“Lover”
“Clouds”
Quando estive em Salvador durante o festival Radioca no final do ano passado, vários amigos e conhecidos da cidade reforçavam a importância de assistir ao show de Giovani Cidreira. O ex-Velotroz já estava gravando seu primeiro disco solo e o comentário geral era de que ele era um dos novos nomes de Salvador para ficar de olho. Antes do show começar fui com a Roberta tomar um sorvete perto do Elevador Lacerda e quando cheguei no Trapiche Barnabé, onde acontecia o festival, o show tinha acabado de começar. Dei a volta por fora do lugar onde o festival acontecia para chegar perto da entrada de imprensa e pude ouvir uma canção interminável, épica, sem refrão, que ia crescendo e se tornando mais arrebatadora à medida em que eu apertava o passo para ouvi-la. Havia algo de Milton Nascimento, algo de Taiguara, uma carga dramática que unia Roberto Carlos e Raul Seixas a Belchior e Fagner, algo bem diferente do que escutamos na música pop brasileira atual.
Qual minha surpresa ao avistar um hipster com o cabelo pra cima como o do Shamir, vestindo um macacão e uma camisa com estampas do Mickey. Giovani Cidreira parece conter contradições aparentemente indissociáveis e complexas, mas resolve-as musicalmente, deixando a música fluir. O fato de seu primeiro disco, o passional e intenso Japanese Food, cuja capa você vê em primeira mão aqui no Trabalho Sujo, ter sido beneficiado por um edital da Natura e ser lançado pelo selo paulistano indie Balaclava também conversa com essas idiossincrasias da cena independente brasileira no inicio do século. Conversei com ele por email sobre este início de carreira solo e suas impressões sobre a música no Brasil hoje.
Fala um pouco sobre a sua trajetória até aqui. Como você começou e encontrou este caminho musical?
Música sempre foi um troço forte na minha vida, na infância eu andava com um daqueles violões de brinquedo imitando Zezé Dicamargo, me ligava muito nas musicas de Luiz Gonzaga e Roberto Carlos, coisas que a gente ouvia em casa. Vim morar em Salvador com 9 anos e a essa altura nós já tínhamos uma radiola que pegava fita k7, lembro de meu pai chegar do trabalho a noite e colocar umas fitas de Raul Seixas pra a gente ouvir. Foi nessa época que comecei a fazer as letras. Logo depois ganhei um violão, a partir disso comecei a gravar em umas fitas com as primeiras musicas, acho que começou a valer daí. A música vai te levando, você vai conhecendo pessoas que gostam tanto quanto você.. Aí veio a primeira banda, Gramodisco, e depois fui chamado pra cantar na Velotroz. Gravamos três discos: Parque da Cidade, em 2007, Banda do Futuro Apresenta Espelho de Sharmene, em 2011, e o último, História do Tempo, em 2015. Também fizemos os shows mais verdadeiros de salvador, era um caos maravilhoso. Gravei o primeiro EP solo com a banda ainda na ativa, estava tocando o EP por aí quando Tadeu Mascarenhas, que dirige o disco novo, me convidou pra dar uma olhada num tal edital da Natura… É muita história.
Quais são suas influências musicais mais presentes? Quem você ouviu que mais lhe direcionou por esse caminho?
As coisas mais presentes em mim são as que eu aprendi em casa, com a minha família. Com música é a mesma coisa. Volta e meia eu vejo um traço de Roberto Carlos ou Renato Russo em alguma música, coisas que minha avó e minha mãe sempre ouviam. Quando eu fiz uns dezessete, um amigo me emprestou uma vitrola – inclusive ele nunca mais viu essa vitrola -, eu comecei a comprar LPs, uma cortina se abriu pra um mundo novo. Eu só fazia isso, meu dia se resumia a Caetano, Gil, Elis, Amelinha, Paulinho da Viola, Marcos Valle, Ivan Lins, Ney, Arrigo, e principalmente Clube da Esquina. Esses discos foram moldando meu jeito de escrever, acho que fica claro essas influências em algumas músicas.
Como você vê o crescimento da cena independente no Brasil? Quem são seus artistas favoritos hoje?
O campo de trabalho da música independente é a internet e o nível de informação e dispersão é absurdo, não dá pra acompanhar metade das coisas que acontecem, me surpreendo toda semana: Sara Não Tem Nome, Vladvostock, Caoexpiatorio de Paulo Diniz, Dark… O último disco de Negro Leo é simplesmente FODA! Adoro tudo que a Karina Buhr faz e adoro a Ava Rocha e Matheus Mota. Apesar das condições insalubres de trabalho, tem sempre alguém bom. A cena rap é uma maravilha a parte, os caras estão indo além. As pessoas que reclamam que na música atual não tem poesia não ouviram as rimas de Neto do Síntese, ou de Don L, Cintia Savoli, Dark do Contenção 33, Lívia Matos ou de Bacu.
E a cena em Salvador, há uma evolução? Não apenas de mercado, mas também estética?
Há uma mudança. A explosão do carnaval do BaianaSystem é uma das coisas que deixa claro que os tempos são outros pra cidade, o surgimento de artistas como Livia Nery e Jadsa Castro e bandas como Atooxa comprovam que são tempos de ouro. Quando comecei a tocar em Salvador eu tinha impressão de que todas as bandas independentes tinham que ser de rock, lembro que era um lance esquisito você levar um violão pra tocar no Nhô Caldos – bar lendário do Rio Vermelho – e era 2007!! Acredite! Eram bandas ruins demais pra mim, salvo raras exceções como a Ladrões de Bicicleta, banda do fera Ronei Jorge. A coisa mudou muito de dez anos pra cá, a minha geração tá interessada em ouvir e fazer não importa o segmento,nem a cor da sua camisa. Mas ainda não temos lugar pra tocar, é muito trabalhoso.
Fale um pouco sobre o novo disco, o que você queria dizer quando entrou no estúdio? Quem mais esteve junto contigo durante este percurso?
Entrei com um pensamento que parece muito besta no estúdio… Queria dizer pra as pessoas cuidarem mais umas das outras e prestarem atenção pra o fato de que amanha não tem ninguém vivo, acho que a mensagem é a mesma depois de meses todos ensaiando, gravando, mixando e lá vai… Meus amigos sempre estão comigo, e fiz muitos durante essa produção. Entre Salvador, Rio e SP foram muitas pessoas que contribuíram pra a finalização desse trabalho, ainda não acabou, eu sinto que estamos só começando.
Há previsão de show em São Paulo?
Chego em São Paulo em maio, mas não tem show até agora, nesse primeiro mês eu devo ficar ensaiando, vai rolar uma banda nova com dois nomes quentes daí de Sp, Rubens Adati ,do Vladvostock, e Ale Sater, do Terno Rei. Inclusive, SP, chama pra tocar que a gente vai!!
D2 volta a dar o ar de sua graça depois de quatro anos parado com o primeiro capítulo do álbum-visual que pretende lançar no fim do ano, mais precisamente no dia 5 de novembro, quando completa cinquenta anos de idade. Marcelo explicou o conceito do próximo álbum ao Matias Maxx na Vice, mandando a letra sobre o que podemos esperar:
O filme é uma ficção não linear que conta a história desse cara que nasce numa favela não pacificada do Rio de Janeiro, tem as tretas dele lá, tem que sair do morro fugido, um cara que cresceu gostando de arte, mas vindo de um lugar violento arte era quase que uma utopia na vida dele. Depois disso ele encontra uma modelo e artista plástica francesa que vem estudar Tarsila do Amaral e modernismo aqui no Rio e aí eles acabam se encontrando e a vida tá ótima, mas o passado o atormenta. Eu vejo uma molecada de revólver na mão tirando onda, e me veio à cabeça que isso daí qualquer otário faz, empunhar um revólver e se achar foda, agora quer ver amar, segurar bronca mesmo, de ter amor, carinho e compaixão pro próximo. Amar é para os fortes! E a história é meio sobre isso, tem sexo, drogas e rap.
O clipe de “Resistência Cultural” foi todo filmado com celular, além de produzido e dirigido pelo novo crew de Marcelo, chamado Mulato. A música ainda conta com participações de Siba e do Hélio Bentes, vocalista da banda de reggae Ponto de Equilíbrio, e é uma clara tentativa de Marcelo se reconectar com seu passado recente, quando, logo após sair do Planet Hemp, começava a reconfigurar o hip hop brasileiro traçando pontes com outras musicalidades e usava a política como cultura – e vice-versa.
Mas ainda não bateu. As referências estão corretas, o flow é bom como sempre, a estética é bonita, a mensagem foi passada. Mas há algo entre a melodia do refrão e a forma como o auto-tune é usado que não transforma esta canção no que ela poderia ser, um hit pesado, que marcasse realmente a volta de D2 à praça. Mas é só o começo, vamos ver o que vem por aí…











