Enquanto a maioria das pessoas fazia pão, cursos à distância, assistia a lives ou bebia com os amigos no zoom, o catarinense Fabio Bianchini, fundador de uma das lendas do indie brasileiro do século passado, o Superbug, se distraiu durante a pandemia fazendo tie-dye, que foi a inspiração para o novo single de seu projeto solo, Gambitos, que será lançado nessa sexta-feira, apenas no Bandcamp. “Coração de Tie-Dye” é o início do EP que lançará ainda neste semestre, Winter Electromisses, e ele adianta em primeira mão para o Trabalho Sujo com o clipe caseiro que fez para acompanhar o lançamento da música.
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O artista e produtor de Niterói Dadá Joãozinho encerra 2024 lançando mais uma parceria ao mesmo tempo em que anuncia o último show do ano, comemorando os feitos no ano que chega ao fim, ano que começou em São Paulo fazendo uma apresentação no Centro da Terra. “Ano maravilhoso, tocando em palcos foda pelo Brasil, turnê independente na Europa, Cultura Livre, Coala Festival e tudo isso conseguindo articular uma visão nossa da música, design, performance, também gravando muita”, enumera, incluindo o single “Olha Pra Mim”, que será lançado nesta terça-feira, uma colaboração com a banda Raça que ele antecipa junto com o clipe em primeira mão para o Trabalho Sujo. “Pra mim é uma alegria muito grande lançar junto com Raça que é minha banda preferida em São Paulo e também por ser diferente do que fiz no meu último disco e me jogar nesse novo momento é muito refrescante”, fala sobre a música mais pop que já lançou. “É a primeira parceria minha e do Popoto (vocalista do Raça) que a gente publica, nós que moramos juntos em 2020 quando ele me recebeu aqui em São Paulo e fizemos muita música juntos. Muita coisa que foi parar no meu disco e no disco novo do Raça vieram daquele momento. ‘Olha Pra Mim’ é uma composição mais recente e reflete um outro tempo pra nós enquanto artistas e comunicadores.” Para o ano que vem ele visa fortalecer seu lado estilista ao lançar peças de sua marca, 1997, como gancho para novas composições no ano que vem. “Feliz em fechar o ano lançando esse som com Raça, que eu amo, e com meu primeiro show que faço num Sesc aqui em São Paulo, e junto de Bebé!”, ele se refere à apresentação gratuita que fará no próximo dia 12, às 19h, no Sesc Vila Mariana.
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Há anos o guitarrista gaúcho Guri Assis Brasil vem guardando esse segredo e agora começa a compartilhá-lo com o resto do mundo. Fundador da banda Pública e atualmente na banda do pernambucano Otto, ele começou a trabalhar em um projeto solo quando o mundo foi imposto ao isolamento da pandemia. Assombrado pela paranoia daquela época, ela viu-se, como todos nós, encurralado pelo vírus recém-descoberto e tal momento de reclusão foi a deixa para que ele se conectasse com outros músicos – à distância, como fazíamos naquele período de trevas – e começasse a trabalhar em um projeto solar, alto astral, que fosse o antônimo dos dias de pesadelo que atravessamos. Batizou o novo trabalho de Animal Invisível em referência à ameaça do próprio vírus e compôs uma coleção de canções instrumentais ao lado de uma big band que remonta referências ao groove e às boas vibrações de grandes nomes da música brasileira como Artur Verocai, Marcos Valle, Azymuth, João Donato e Banda Black Rio, tocando com metais, teclados, percussão e quase sem vocais num projeto que já vinha sendo comentando e ouvido por poucos, criando uma expectativa para sua vinda. Agora ele finalmente lança as primeiras pistas deste seu Animal ao mostrar uma versão ao vivo no estúdio da faixa que batiza o projeto em primeira mão para o Trabalho Sujo. A faixa foi gravada em uma sessão no Estúdio da Pá Virada com direção do Rafa Rocha, reunindo, além da guitarra de Guri, Pedro Dantas (baixo), Arquétipo Rafa (teclados), Big Rabello e Thomas Harres (bateria e percussões), Reginaldo 16 Toneladas e André Levy (trompetes), Bruno Conrado e Marcos Oliveira (trombones) numa groovezeira pesada anunciando o disco que sairá no ano que vem.
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Outro dia Bonifrate me escreveu dizendo que estava prestes a lançar o que ele achava que era seu melhor disco. Há tempos longe dos grandes centros, Pedro leva uma vida pacata em sua Parati, tocando a vida com os filhos longe do caos da cidade grande, e isso lhe fez ter uma perspectiva diferente, inclusive como compositor. E para anunciar Dragão Volante, seu sexto álbum numa carreira solo que começou quando ele ainda era a força-motriz dos saudosos Supercordas, ele antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo o single “Corisco (Parte 3)”, que será lançado nesta quinta e abre os trabalhos do disco que vai ser lançado no início do próximo mês. “’Corisco (Parte 3)’ foi uma das primeiras canções que escrevi depois de lançar o último álbum Corisco, em 2021, e mesmo antes disso, os versos como ‘olha pro rio, viaja no tempo’ já vinham me perseguindo com aquela melodia”, ele me explica, dizendo que a canção foi escrita durante o período de trevas da pandemia. “Aquele momento catastrófico da política brasileira que talvez tragam essa obscuridade pra alguns aspectos dos versos”, ele continua. “Mas morando na roça e podendo trabalhar de casa, também pudemos curtir as crianças, as matas, os pássaros e os rios ao redor e uma canção pode ser otimista olhando para cima do fundo do poço. Talvez esse seja o recado.” Ele reforça que a nova canção tem elementos dos primeiros estágios da Cate Le Bon, uma estrofe meio Jovem Guarda e um refrão meio Grandaddy. “Na real são dezenas, talvez centenas de referências que a gente injeta numa produção musical, muitas vezes sem nem perceber”, completa. “Acho que é uma gravação bonita em seus artifícios de estúdio, mas também é uma canção que dá pra tocar no violão, uma canção bem inteira.”
Ele vê o novo disco como uma continuação conceitual do anterior, embora em outra praia sonora. “Sinto que tem menos arestas que o anterior, que os sons são mais aconchegantes, e isso se deve em parte ao conjunto das canções e em outra parte a uma evolução da captação sonora, mais pelo desenvolvimento das técnicas caseiras do que por incremento de equipamentos”, explica, reforçando que o disco é fruto de uma longa parceria que mantém com o amigo e produtor Diogo Santander, outro supercorda. “Felizes com as mixagens finais e buscando um terceiro olhar na finalização, entregamos a master para a nossa amiga Alejandra Luciani, grande gênia da engenharia sonora e das canções em seu duo Carabobina”. Tirando as vozes, o disco foi todo gravado em casa, “no olho do redemoinho da vida, do trabalho, das crianças, da família, que compartilho com a companheira Thalita, com apoio da mãe Indalecia, nas dobras temporais que encontro para produzir música no meio disso tudo”, divaga. “Sem glamour, sem dinheiro, sem frescura, apenas com a vontade invencível e inexplicável de lançar mais um álbum de canções.”
“O vídeo eu editei em umas poucas semanas a partir da ideia de apresentação dos versos, nesse chroma-key vintage de software pirata, sobre vídeos diversos que eu fiz com o telefone nos últimos anos, meio como um álbum familiar animado com texturas e paisagens”, conclui. E, como sempre, é bom demais. Veja a capa e o clipe do primeiro single abaixo: Continue
Geral tava esperando, mas agora tá vindo: os Boogarins acabam de anunciar Bacuri, seu quinto álbum de inéditas ao mostrar a curta “Crescer”, que você escuta na íntegra abaixo. Não há informações sobre data de lançamento, o que significa que pode ser A QUALQUER MOMENTO.
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E o tributo que o Mombojó fez ao mestre Alceu Valença no início do ano segue em movimento, quando o grupo pernambucano acrescenta não só uma mas duas novas músicas ao disco original – e uma delas lançada em primeira mão aqui no Trabalho Sujo. O hit “Coração Bobo” entra no repertório celebrado pelo grupo num clipe que marca a estreia do vocalista Felipe S na direção. Ele explica como essas novas músicas surgiram depois que o disco já estava pronto: “Queríamos estender um pouco a turnê para conseguir chegar a algumas cidades onde ainda não tocamos — já passamos por mais de vinte cidades, mas ainda faltam algumas pelas quais temos muito carinho, como Fortaleza e Salvador, e essas duas músicas já estavam no nosso setlist ao vivo, e achamos que seria uma forma de fortalecer essa circulação.” Além de “Coração Bobo”, a nova versão do disco Carne de Caju ainda conta com a regravação que o grupo fez para “Solidão”, fechando uma dezena de canções de Alceu celebradas pelo Mombojó. Sobre a possibilidade de um show conjunto com o mestre, o grupo não tem nada em perspectiva, mas cogita novas versões para o próximo Carnaval. “Seria uma felicidade imensa, mas estamos aproveitando este ano para trabalhar com calma em um novo álbum autoral, que deve sair apenas no segundo semestre de 2025.” As duas novas músicas entram nas plataformas digitais neste sábado dia 12, mas “Coração Bobo” pode ser ouvida anteriormente abaixo: Continue
Não sou propriamente fã do disco que o sambista Xande de Pilares gravou ano passado cantando Caetano Veloso porque acho que cai naquele lugar cinzento entre a MPB e o elemento fofo do cenário independente deste século, dois recortes que gentrificam – com meio século de diferença – a música brasileira (e eu que não vou entrar nessas polêmicas caça-clique, que preguiça…), mas entendo a importância do disco ao apresentar diferentes artistas para diferentes públicos, passo crucial rumo à união das duas metades de um país que sempre foi partido. Mas ao regravar “Banho de Folhas” de Luedji Luna, meu xará acerta na mosca em uma veia que precisava ser pressionada há tempos. Pois são dois artistas contemporâneos que vêm da mesma matriz mas saem de cenários distintos e a nova versão para a música de Luedji (com seu belo clipe, veja abaixo), reforça uma beleza sambista que a música original apenas insinuava – e isso sem precisar recorrer à nostalgia. A versão ficou lindona e, com isso, consagra de vez “Banho de Folhas” como um estandarte do repertório da atual música brasileira.
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Prestes a lançar seu disco de estreia, Muitos Caminhos Prum Lindo Delírio (que sai de forma independente no próximo dia 16), a banda Miragem, daqui de São Paulo, é mais uma integrante da safra promissora de novas bandas que estamos vendo nascer durante esta década. Liderada pela multiinstrumentista. vocalista e compositora Camilla Loureiro, a banda viaja por paisagens bem diferentes de suas contemporâneas ao fundir músicas pop introspectivas com baladas épicas com temperos improváveis como música brasileira dos anos 70, rock progressivo e pós-punk, e começa a mostrar esse disco nesta quinta-feira, quando lança o primeiro clipe, “Não Aguento Mais Sonhar Com Você”, “uma balada ao piano com tema onírico-romântico”, como a própria vocalista explica, e que estreia em primeira mão no Trabalho Sujo.
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O grupo escocês Franz Ferdinand acaba de anunciar o lançamento de seu sexto álbum para o início do ano que vem (e já o colocou em pré-venda). The Human Fear é o primeiro disco da banda em seis anos e provavelmente ouviremos algumas músicas deste novo disco quando o grupo passar pela América do Sul em novembro – eles tocam em São Paulo no dia 14. Alex Kapranos e companhia deram início aos trabalhos mostrando o primeiro single, “Audacious”, que abre o disco com os característicos riffs pontiagudos da banda, mas que também flerta com momentos tensos e apoteóticos – e o clipe segue essa mesma linha, como você pode ver abaixo, junto com a capa do novo disco e o nome das músicas. Continue
Uma das heroínas mais simpáticas da história do rock, nossa querida Kim Deal nunca lançou nenhum disco solo – até agora, quase quarenta anos depois de iniciar sua carreira fonográfica. Afinal, ela sempre foi mais afeita a trabalhar em conjunto, seja no grupo seminal dos anos 80 que tornou possívell para o rock independente atingir um público maior na década seguinte (os Pixies, quem mais?), no grupo que montou com sua irmã gêmea Kelley e com quem compõe, toca, grava e viaja até hoje (as Breeders tavam abrindo a turnê da Olivia Rodrigo até outro dia) ou o feliz mas breve encontro batizado de Amps. Desde o início da década passada ela começou a trabalhar com seu próprio nome, primeiro ao fazer um show solo no festival inglês All Tomorrow’s Parties de 2012 e depois ao lançar uma renca de singles (“Walking with a Killer”, “Hot Shot”, “Are You Mine?”, “The Root” e “Biker Gone”, todos com seus respectivos lados B), entre 2012 e 2014. As Breeders voltaram a tocar em 2017 (participando inclusive do álbum de Courtney Barnett do ano seguinte, Tell Me How You Really Feel) e ela deixou quieto essa história de lançar suas próprias músicas. Até o meio deste ano, quando lançou o single “Coast” para, nesta quarta-feira, não apenas lançar mais um single (“Crystal Breath”) como para anunciar que seu primeiro álbum, chamado Nobody Loves You More, sairá em novembro pela gravadora inglesa 4AD. Parte do disco foi gravado pelo falecido Steve Albini e conta com várias participações especiais, como integrantes das Breeders (a irmã Kelley, Jim Macpherson e Britt Walford), um Raconteur (Jack Lawrence), um Teenage Fanclub (Raymond McGinley) e duas Savages (Fay Milton e Ayse Hassan). A capa, o clipe do novo single e a ordem das músicas podem ser vistos abaixo: Continue