Ernest Green, que responde pelo Washed Out, tinha planos de lançar um novo single no final de março, após filmar um clipe para sua nova música, “Too Late”, que iria fazer na costa italiana, tendo como inspiração o por do sol no Mar Mediterrâneo. Mas a pandemia do coronavírus o fez cancelar seu plano original, que foi transferido para a Espanha… logo que o país entrou também em quarentena. Uma última tentativa foi feita na Inglaterra, que também começou a sofrer com a doença, o que o fez mudar completamente de ideia. Publicou em seu Instagram um pedido para os fãs enviarem cenas do por do sol, mesmo que fossem feitas fora da quarentena, e a partir de mais de 1.200 vídeos, ele montou o clipe, que traz sua atmosfera tranquila para este momento tão bizarro que vivemos.
Mas ele também não sabe quando irá lançar mais algo, embora esteja otimista em relação ao futuro de sua banda após toda essa situação que estamos passando.
Baco Exu do Blues instigou os fãs mais cedo nesta quinta no Instagram para ver se eles queriam ouvir música nova – e é claro que ele sabia a resposta, liberando a pesada “Mate Todos Eles”, faixa-bônus do EP Não Tem Bacanal Na Quarentena, que ele lançou há pouco tempo. E como o título entrega, ele atira pra todo lado:
O multiinstrumentista Meno Del Picchia usou o confinamento que nos isolou em quarentena durante essa epidemia como processo criativo e decidiu gravar um disco sozinho em casa. “Bora enfrentar essa loucura que não tem outro jeito”, ele me escreve. “Resolvi que é tudo orgânico, sem metrônomo, instrumentos elétricos ou eletrônicos. Só eu, bem vazio – voz, violão, piano, baixo acústico – e a casa. Resolvi também que vou lançar do jeito mais orgânico possível – clipes caseiros no Instagram e YouTube primeiro e depois só o áudio no Bandcamp pra quem quiser baixar e ouvir em casa. Minha casa agora é esse disco, esse disco é minha casa.” A primeira música chama-se “Pele de Água”, que também batiza o disco, e ele lança aqui no Trabalho Sujo.
Depois de casar (com a DJ Amandine de la Richardière) e ter filhos durante a década passada, o produtor francês Sébastien Tellier tem repensado bastante sua carreira e ao anunciar o novo álbum Domesticated com seu primeiro single, “Domestic Tasks”, deixa claro o quanto a vida do lar afetou sua estética, optando por uma toada mais tranquila e, por que não, caseira. Um bom tom para esta era quarentenada que vivemos.
O disco já está em pré-venda e sai no final de maio.
O músico e produtor paulista Pipo Pegoraro começou o ano lançando seu ótimo Antropocósmico, disco de jazz funk instrumental que passeia pela música eletrônica, o pop do inicio dos anos 80 e pelo trip hop em uma viagem pesada ao lado do baterista Daniel Pinheiro, do trombonista Victor Fão e do percussionista Ricardo Braga. Pilotando sintetizadores e baixo, o músico e produtor lança o primeiro clipe deste trabalho em primeira mão no Trabalho Sujo, uma versão visual para a faixa-título em que o animador Vital Pasquale transformou o groove repetitivo da faixa em uma jornada retrô e psicodélica, misturando o espaço sideral, a geometria e o corpo humano como elementos de uma viagem intergalática – para dentro.
Semana agitada para a inglesa Dua Lipa, como se não bastasse a pandemia: seu álbum Future Nostalgia vazou antes da hora, o que lhe obrigou a antecipar o lançamento para esta sexta, mas como já deu pra sacar que ela não está pra brincadeira, o clipe de “Break My Heart” saiu nesta quinta e é mais um hit certeiro, aproveitamento impecável para um disco que, lançado em condições normais, seria um clássico das pistas.
Vamos esperar como todos reagirão ao álbum nesta sexta-feira.
O baixista Marcelo Cabral – integrante do Metá Metá e produtor, ao lado de Daniel Ganjaman, do Nó na Orelha do Criolo – lançou seu ótimo primeiro disco solo, Motor, em 2018 e logo depois mudou-se para Berlim, onde passou quase um ano imerso nas novas possibilidades de improviso – tema, inclusive, da temporada que fez ano passado no Centro da Terra, quando veio para São Paulo durante um mês. Cabral voltou ao Brasil no fim do ano passado e começou a trabalhar em um disco novo, eletrônico, processo que se intensificou à medida em que a quarentena anticoronavírus começou no país, uma vez que ele está gravando este disco sozinho em seu estúdio caseiro. “É algo que vem desde a época do skate dos anos 80, new wave e pós-punk que foi se ligar nos clubes em Berlim, em pesquisas na internet e dicas de amigos fanáticos pelo eletrônico alemão e inglês”, me explicou. Enquanto o novo projeto não sai do papel, ele ainda trabalha com o seu primeiro disco, lançando o clipe de “Cadê”, com direção de Guilherme Destro, o Guime, em primeira mão no Trabalho Sujo.
“Nos cadinho de cadê nosso de cada dia, a música de Marcelo Cabral apareceu para transformar essa palavra – uma pergunta – em imagens”, explica o diretor. “Fui pro íntimo, onde essa palavra se processa para construir essa música/pergunta em filme. Até certo ponto foi fácil, pois já tinha coisas filmadas, como o encontro que tive com o bailarino Milton Coatti numa festa. Antes de entrar na festa, vi que havia um restaurante vizinho que havia feito uma detetização, transformando a rua num cemitério de baratas e e pusemos o acaso a filmar naquela madrugada. Depois juntei com a temporada de buscas que Marcelo Cabral fez no Centro da Terra em 2019 e me deparei no começo do show, com a figura de Paulo Climachauska, o Clima, ao fundo do palco, inerte, sentado, com todas as projeções psíquicas que podia colocar naquela pessoa: lamber a imagem, vir descendo com a câmera, eu sendo lente. Um encontro entre filme, pessoa, musica e fotografia. Estava formada a inquietação e suas desangústias, que com ela, retribuí em imagens que se movimentam”. Cabral completa: “Fiquei bastante emocionado com a sensibilidade e a beleza de como o Guime construiu algo em torno da música sem ser literal ou de querer explicar algo que não se explica, que é a inspiração que nos move através da arte.”
É um remix do ano passado, mas só ouvi agora: o produtor alemão David Jackson pegou a velha “Only Love Can Break Your Heart” do St. Etienne e levou para dançar em uma outra pista de dança, entre a house e o techno dos anos 80. E esse clipe com essa festa adolescente na Rússia do início dos anos 90 é ouro puro.
https://youtu.be/WWMroH97Cfk
O antigo sexteto australiano Avalanches, que agora é um duo formado por Robbie Chater e Tony Di Blasi, lança mais um novo single, ainda sem anunciar data para o lançamento de seu terceiro álbum, que segue sem título. O novo single, “Running Red Lights”, conta com as participações do vocalista do Weezer Rivers Cuomo e do rapper Pink Siifu, que canta uma letra do grupo mais recente do saudoso David Berman, Purple Mountains, que morreu no ano passado. Berman havia colaborado com os Avalanches em uma demo em 2013, (“A Cowboy Overflow of the Heart“) e na faixa “Saturday Night Inside Out”, do disco mais recente dos australianos, Wildflower, de 2016. A faixa mistura uma vibe Spacemen 3 com um clima gospel dado justamente pelo vocal de Cuomo e não atinge o mesmo patamar do single anterior, a bela “We Will Always Love You“, mas mantém a expectativa sobre o próximo álbum.
Não foi só o delicioso single de “Is This a Dream?” lançado no início do ano, o cantor e compositor inglês Damon Gough, mais conhecido como Badly Drawn Boy, está prestes a lançar seu primeiro disco em quase dez anos – e deu oficialmente início aos trabalhos ao lançar a faixa que batiza o novo álbum, “Banana Skin Shoes”:
O disco sai no dia 22 de maio, já está em pré-venda, e a capa e o nome das músicas seguem abaixo:
“Banana Skin Shoes”
“Is This A Dream?”
“I Just Wanna Wish You Happiness”
“I’m Not Sure What It Is”
“Tony Wilson Said”
“You And Me Against The World”
“I Need Someone To Trust”
“Note To Self”
“Colours”
“Funny Time Of Year”
“Fly On The Wall”
“Never Change”
“Appletree Boulevard”
“I’ll Do My Best”










