
Boa notícia: o trio de Hoboken dá mais uma vez suas caras em São Paulo (é a terceira vez, depois de dois shows fantásticos no Sesc Pompéia em 2001 e outro show vespertino no SWU em 2010), dessa vez na Popload do Lucio Ribeiro, no Cine Joia. A má notícia é que o preço de R$ 160 na entrada inteira complica bastante pra quem quer ver a banda…

Quinta agora Mayer Hawthorne faz outro showzinho aqui em São Paulo, no Cine Jóia, e o Queremos, que está trazendo o show, me descolou um par de ingressos pra sortear aqui. Para concorrer, basta dizer qual música você quer ver no show – e porquê – aí nos comentários deste post. Mayer convida:

Cheguei em cima da hora, peguei uma fila gigantesca (dava até a 23), entrei e o show já tinha começado, nem cogitei ficar embaixo e subi para o mezanino do Jóia. O som tava baixo, mas aumentou logo em seguida e a partir daí… Kevin Parker nos conduziu a um delírio sônico em technicolor que, ao mesmo tempo que apontava para o cânone clássico da psicodelia dos anos 60, abria novos horizontes para a lisergia sonora que conduzia a partir de sua guitarra.
Descalço e muito mais seguro de si do que quando apresentou-se no Brasil há um ano (quando Lonerism ainda nem havia sido lançado e só duas músicas do disco haviam aparecido online, “Apocalypse Dreams” e “Elephant”), Parker tem plena certeza dos rumos que quer levar e conta com músicos tinindo pra isso. Jay “Gumby” Watson (que tocava bateria e foi pra guitarra e sintetizadores) e Dominic Simper (baixista no início da banda e hoje nas guitarras e teclados) funcionam como sombras de Kevin, ecoando solos, riffs e texturas sonoras que o líder da banda joga no ar. Os dois novatos da cozinha, o baixista Cam Avery, que entrou no semestre passado, e o baterista Julien Barbagallo, que entrou no ano passado, fazem tudo funcionar com esmero, forçando os limites de seus instrumentos sem precisar apelar pro virtuosismo – Cam passeia pelas belas linhas de baixo compostas por Parker com tranquilidade enquanto Julien equilibra-se nas viradas lentas como um Ian Paice ou um Ginger Baker.
Mas todos trabalham por Kevin, que mesmo tento espasmos de deus do rock – erguendo a guitarra bem no alto, rodopiando, fazendo poses com o instrumentos – é um moleque que passeia feliz pelo céu de diamantes que resolveu habitar. Sem surpresas no repertório, ele esticou músicas em jam sessions memoráveis, intercalou fraseados com espasmos sonoros que fizeram o público no Jóia ficar de queixo caído. Ele adorou a audiência (que cantarolou riffs e solos), além de elogiar o fato da platéia saber a letra de todas as músicas. Um show memorável, mas que parece ser apenas o começo de uma carreira brilhante.
Fiz uns vídeos abaixo, saca só.
O Lucio acaba de confirmar a segunda vinda do Tame Impala para o Brasil, dia 16 de outubro, com ingressos a R$ 180, no Cine Jóia, em São Paulo.

O que me lembra de falar do show deles que eu assisti no Primavera, guentaê…

Esqueci de falar na semana passada, mas vale o registro: Chan Marshall passa mais uma vez pelo Brasil, dessa vez com cabelo curtinho descolorido e no Cine Jóia (ao contrário da última vinda, de cabelo comprido, e no Bourbon Street). O show acontece dia 21 de maio e ela vem com o excelente Sun na bagagem, seu melhor disco em dez anos, pelo menos. Disco que acabou de parir novo clipe, “Manhattan”, abaixo:
Como eu havia dito, descolei cinco pares de ingressos pra quem quiser assistir ao primeiro show do Tame Impala no Cine Jóia, na festa Mixtape do Multishow, no próximo dia 14. Para concorrer, basta decifrar o Tame Impala em uma equação (por exemplo: Creedence Clearwater Revival + Wavves x LSD – o exemplo é ruim de propósito). As cinco melhores ganham cinco pares de ingressos a serem retirados na bilheteria,, no dia do show. Não esqueça de deixar seu email!
(E a imagem que ilustra o post é parte do poster que o Liam Brazier fez pro show do Queremos, no Rio)
Dia 14 de agosto, no Cine Jóia, naquele esquema de festa fechada do Multishow, a Mixtape. Se pans, descolo uns ingressos pra sortear aqui, vamos ver…
E updeite urgente: No dia seguinte vai ter show aberto, pra todo mundo, com ingressos à venda.
Eu realmente não esperava que o show solo do Thurston Moore fosse tão foda. Fui tanto por motivos afetivos (sou fã do Sonic Youth) como por ter gostado de seu disco solo mais recente, Demolished Thoughts, do ano passado. Já havia sido alertado pelo Mini que ele não estava tocando o single “Benediction” nos shows, uma das músicas mais bonitas do disco novo, e confesso ter lamentado por antecipação a ausência da música. Mas foi só Thurston subir ao palco para mostrar que não iria incursionar apenas pela veia acústica do disco em turnê, apesar de empunhar o violão – elétrico – por quase todo o show. Thurston passou por todo o imaginário de sua banda nativa, indo desde a reverência ao Velvet Underground (impossível dissociar o violino da baixista Samara Lubelski da viola elétrica de John Cale, nos momentos em que a banda ia para as vias de fato) à iconoclastia indie ao transformar “(I Know) It’s Only Rock’n’Roll (But I Like It)” dos Stones em música menor, sem o desprezo fake do original. Brincou com o público, fez piadas infames, se comportou como o pós-adolescente eterno que sempre vai ser, com seus quase dois metros de altura, e mostrou a que veio logo no início do show, quando transformou a segunda parte de “Orchard Street” em uma nuvem de microfonia espessa e sem melodia, apenas o zumbido permanente que prevaleceu por toda a noite, mesmo quando tocava apenas ao violão. Uma noite memorável, como você pode ver nos vídeos abaixo.
Thurston Moore – “Orchard Street”
Ah sim: vale mencionar que a acústica do Cine Jóia melhorou. Um pouco.
Dia 26 de junho, no Cine Jóia. Nice.