Ainda deu pra correr e ver um pouco do primeiro show do trio Mocofaia em São Paulo, que aconteceu no Bona. E embora o encontro de Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga tenha sido bonito, havia algo de diferente no som da casa – que não é característico de lá – que deixava as partes graves (especificamente o synthbass tocado por Galter) muito acima dos outros instrumentos e das vozes, o que eclipsou o brilho da apresentação, que mesmo assim foi bonita, principalmente quando o convidado da noite, o pernambucano Zé Manoel, juntou-se ao trio. E é sempre bom ver Luizinho tocar – que mago!
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Acontece nesta quarta-feira a primeira apresentação do trio Mocofaia – formado pelos baianos Luizinho do Jêje, percussionista do coletivo Aguidavi do Jêje, e Marcelo Galter, pianista e compositor, e pelo poeta e compositor carioca Sylvio Fraga – em São Paulo, quando tocam no Bona com a participação do pernambucano Zé Manoel. O trio surgiu sob a benção do saudoso maestro baiano Letieres Leite e Fraga, idealizador da gravadora Rocinante, que lançou o primeiro disco do trio no ano passado, escreve para o Trabalho Sujo sobre o nascimento deste projeto. Os ingressos para a apresentação, que começa às 20h, podem ser comprados neste link. Leia abaixo:
Depois corri pro Bona pra conseguir assistir à Sophia Chablau ao lado de seu novo chapa, o baiano Felipe Vaqueiro, vocalista dos Tangolo Mangos, em apresentação apenas com vozes e guitarras. Ela abriu a noite sozinha, cantando músicas próprias como “Hello” e “Baby Míssil”, além de músicas novas, como “Venha Comigo”, recém-gravada por Dora Morelenbaum, antes de chamar Vaqueiro para o palco, quando os dois dividiram algumas músicas, como “Quem Vai Apagar a Luz?” e “Grilos” de Erasmo Carlos. Depois foi a vez do guitarrista ficar sozinho no palco, quando visitou algumas músicas próprias, entre inéditas e algumas de sua sua banda, como “Hipóteses, Telhas, Pandas, Ovelhas”, e depois chamou Sophia de volta para repassarem mais músicas, entre elas a primeira composição dos dois, mostrando que a química entre os dois pode evoluir para além destas apresentações ao vivo. A noite terminou com os dois tocando músicas de seus respectivos grupos, começando por “Segredo” e terminando com a bela “Pocas”. Muito astral.
Arrigo Barnabé começou 2024 cantando Roberto Carlos e Erasmo Carlos nesta quarta-feira, no Bona, sem precisar recorrer a faixas desconhecidas ou momentos fora da curva da dupla de compositores. Em vez disso, amparado pelo tecladista Paulo Braga e pelo violonista Sérgio Espíndola (ambos fazendo vocais de apoio), preferiu ir no cerne da obra dos dois procurando suas músicas mais conhecidas e relendo-as com sensíveis mudanças de arranjo, vocais guturais, lembranças que aquelas faixas traziam e observações sobre as composições dos dois Carlos – como quando reforçou, quase como um alívio cômico involuntário, a onipresença da palavra “estrada” naquelas canções. E por pouco mais de uma hora, o maestro torto do Lira Paulistana invocou clássicos como “Os Seus Botões”, “Como é Grande o Meu Amor por Você”, “Como Dois e Dois”, “As Curvas da Estrada de Santos”, “Gatinha Manhosa”, “Quero Que Tudo Mais Vá Para o Inferno”, “Sentado À Beira do Caminho”, “Força Estranha”, “Sua Estupidez”, “Detalhes”, “Eu Te Darei o Céu”, “Vem Quente Que Eu Estou Fervendo” e “Se Você Pensa”, além de “Ternura Antiga”, letra de Dolores Duran musicada por Roberto, que foi tocada apenas por Mauro e Sérgio, e “Quando Eu Me Chamar Saudade”, de Nelson Cavaquinho, que Arrigo puxou após provocar Sérgio para tocar alguns sambas de Cartola, que finalmente cantou lindamente “Acontece”. Uma noite improvável e sensível, que o trio encerrou com a trágica “Cachaça Mecânica”, de Erasmo Carlos.