Alan Moore, ciência e religião

, por Alexandre Matias

E no post em que Alan Moore deseja um feliz 2012 a todos, dois leitores me apontaram que a tradução para o texto já tinha sido feita num post do Omelete, que continha a seguinte entrevista com Alan Moore como mote original:

Aproveito então para deixar traduzido os trechos que o próprio Omelete já disponibilizou (e refaço o convite para quem quiser traduzir a íntegra da entrevista acima):

“Newton era um alquimista, que disse que era um pigmeu sobre os ombros de gigantes. Um deles era o doutor John Dee, que praticamente inventou o Império Britânico. Pessoas como essas eram os cientistas da época, ou filósofos naturais, cujo trabalho era mensurar o imensurável, ou imaginar o inimaginável. Esse trabalho continua até hoje, dividido entre cientistas e artistas.

(…)

(O mundo material e espiritual) …são ambos reais de sua própria maneira. Tudo o que é físico e criado pelo homem começou como um ideia, dentro da cabeça de alguém.

(…)

A racionalidade está sob sitio, em sua maioria por fundamentalistas cristãos americanos. Eles preferem acreditar que Adão e Eva existiram em um tempo em que sabemos que os dinossauros caminhavam sobre a Terra. Isso é assustador. Tudo isso é conhecimento pelo qual lutamos tanto tempo e de forma tão difícil para obter… é um retorno ao abismo da Idade das Trevas. Informação é nosso bem mais precioso e se a perdermos estamos ferrados. Mesmo que percamos tudo o que é físico, contanto que tenhamos a memória de como reconstruir não teremos perdido nada. O problema é que isso aflige tanto os nossos cientistas que eles estão tomando posições que também beiram a religião para defendê-las. Etimologicamente, a palavra religião não tem nada a ver com espiritualidade, mas com união, ligação em torno de algo. Nesse sentido, o Marxismo é uma religião. As várias escolas da Física também o são. O problema é que as religiões, no sentido que conhecemos a palavra hoje, criam dogmas, que são limitações ao pensamento – e isso nunca é uma coisa boa.”

Ave Moore.

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