Uma outra intensidade
“Na minha vida eu tive muitas ideias questionáveis, mas Ludovic acústico é top 3, com certeza”, brincou Jair Naves logo do início da primeira apresentação de sua temporada no Centro da Terra, batizada de O Significado se Desfaz no Som. E o título se materializou quando trouxe dois integrantes do grupo que lançou sua carreira artística para visitar suas canções num formato completamente inusitado – que funcionou. Para quem estava acostumado à catarse noise e emotiva que caracteriza as apresentações do grupo, que voltou apresentar-se ao vivo este ano por conta do aniversário de vinte anos do primeiro álbum, Servil, encontrou um momento íntimo e delicado em que as canções ganharam outro sentido, quando a voz de Jair não berra e as melodias encontravam-se entre a guitarra de Eduardo Praça e o violão de Zeke Underwood, por vezes acompanhados do próprio Jair ao violão, mostrando uma outra intensidade, mais sentimental, das canções do grupo. Foi a oportunidade também de mostrar ao vivo duas músicas que nunca haviam sido tocadas ao vivo, as acústicas “Sob o Tapete Vermelho” e “Unha e Carne”, do disco Idioma Morto, de 2006, e Naves levou-se pela emoção ao reencontrar-se com versos e frases expostos de forma tão aberta e nua, para além do escudo de ruído criado pelo barulho da banda, culminando com uma versão belíssima para “Qorpo-Santo de Saias”. E se a primeira noite já teve esse misto de frescor e sensibilidade, imagine as próximas…
#jairnavesnocentrodaterra #jairnaves #centrodaterra2024 #trabalhosujo2024shows 248
Tags: centro da terra, centro da terra 2024, jair naves, ludovic