60 anos de Beatlemania não poderiam passar incólumes

, por Alexandre Matias

Há 60 anos, os Beatles chegaram aos Estados Unidos e a febre adolescente que até então só tomava conta da Inglaterra espalhou-se imediatamente pelo resto do planeta. E embora afeito a efemérides para seguir sua dominação cultural, o grupo só fez um anúncio até então, avisando que iria finalmente relançar a versão estadunidense de sua discografia em uma caixa de LPs que não estavam disponíveis para o público desde o século passado. Mas mesmo que agradasse a uma fatia fiel de seu público (os completistas) pouco acrescentava para os fãs em geral, que não comprarão novas versões em vinil de músicas que provavelmente já estão em sua coleção e neste mesmo formato (embora dispostos na versão considerada oficial da discografia da banda, lançada na Inglaterra). Até que no início deste mês a banda anunciou quase discretamente uma nova versão para o disco A Hard Day’s Night, o primeiro que o grupo lançou no ano de 1964 e que funcionava como trilha sonora para seu primeiro filme, batizado com o mesmo título. A nova versão também não trazia nenhuma novidade: era apenas uma edição em vinil branco de 180 gramas lançada para o National Album Day, evento inglês equivalente ao Record Store Day dos EUA, que seria lançada apenas no Reino Unido no próximo dia 19 e não traria nenhuma novidade em relação à versão que já conhecemos do álbum, o primeiro que traz apenas composições da dupla John Lennon e Paul McCartney. E o jornal inglês The Sun descobriu que o canal de streaming da Apple (não da gravadora dos Beatles) está preparando um documentário sobre a chegada do grupo aos EUA chamado apenas de 1964, que trata do impacto do grupo no mundo pop depois que dominou o público dos Estados Unidos, trazendo cenas nunca vistas – embora a Apple oficialmente não tenha se pronunciado sobre o filme. E custava pedir que eles relançassem o A Hard Day’s Night no cinema?

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