Um documentário sobre o Omniverso de Sun Ra e as raízes do afrofuturismo

“Temos tudo a postos”, escreve o diretor Drew DeNicola sobre seu novo projeto, o filme Sun Ra: Door of the Cosmos, descrito como um documentário sobre o Omniverso de Sun Ra e as raízes do afrofuturismo, ao lançar uma página de financiamento coletivo para finalizar sua produção. “Com o inestimável apoio e colaboração dos produtores de arquivo Irwin Chusid e Michael D. Anderson, do Sun Ra Estate, apresentaremos músicas, poesias e trechos nunca antes ouvidos de entrevistas de Sun Ra ao longo de décadas. Ao construir relacionamentos com cineastas e fotógrafos, já garantimos e licenciamos acordos muito favoráveis ​​através de acordos de participação nos lucros para apresentar a incrível variedade de material de arquivo ao longo das décadas. Temos uma lista de entrevistas essenciais para reunir pessoas cuja referência remonta aos anos 50 e 60. Temos uma equipe pequena e ágil, pronta para sair e se encontrar com essas pessoas para criar uma história oral completa e cheia de nuances para o filme. Isso, é claro, envolve custos de viagens, aluguéis e suporte à produção.” Diretor do excelente Big Star: Nothing Can Hurt Me, lançado em 2013, DeNicola prepara um filme sobre o monstro sagrado do jazz cósmico com a benção de Marshall Allen, o centenário baluarte e atual maestro da Sun Ra Arkestra, força criativa musical que carrega os ensinamentos seculares do visionário músico norte-americano. O filme tem menos de dez dias para conseguir atingir sua meta a partir de sua página no Kickstarter e terá sua trilha sonora, repleta de material inédito, lançada pela clássica gravadora californiana de hip hop Stones Throw. Assista ao trailer do documentário e saiba mais sobre o financiamento coletivo neste link.

Um documentário sobre Brian Eno gerado por inteligência artificial

Ainda passando nos festivais e sem data de estreia comercial, eis o trailer do documentário generativo Eno, dirigido por Gary Hustwit. O cineasta norte-americano é autor de uma trilogia de documentários sobre design que começou por investigar tipografia (Helvetica, 2007), seguiu pelo design industrial (Objectified, de 2009) e terminou com o desenho das cidades (Urbanized, 2011) e resolveu contar a história do não-músico mais importante da história da música do século 20 ao desenhar um programa que ajudasse-o a editá-lo continuamente, gerando inúmeras versões aleatórias geradas por inteligência artificial a cada nova exibição. Uma leitura futurista e ímpar, bem como é característico a esse personagem, que começou mixando a banda glam Roxy Music ao vivo (tocando sintetizador e a própria mesa de som no palco, como um integrante do grupo) para abraçar a carreira de produtor e provocador criativo, inventando a música ambient enquanto ajudava diferentes ícones da música pop a se reinventar – de David Bowie aos Talking Heads, passando pelo U2, Devo, Coldplay, Peter Gabriel, Laurie Anderson, Grace Jones, Damon Albarn, entre muitos outros. O documentário de Hustwit mistura cenas dessa história a diferentes trechos de entrevistas com seu objeto de estudo, fazendo com que Brian Eno seja a única voz e, portanto, o narrador do filme. O salto criativo do filme, no entanto, veio quando o diretor associou-se ao programador e artista digital Brendan Dawes, que criou o software Brain One (Cérebro Um – e também anagrama óbvio do nome do protagonista) para recortar diferentes partes da entrevistas ilustradas com cenas de arquivo do próprio Brian editadas em tempo real. Há marcos pré-estabelecidos no filme e segundo seu diretor 75% dele é visto por todos os espectadores. Os 25% restantes é que são publicados aleatoriamente e em ordens que, como no filme, não seguem cronologia, cogitando diferentes surpresas a cada vez que você assiste ao filme. Embora ainda não tenha previsão de estreia nos cinemas para além dos festivais, o teaser criado para Eno dá uma boa ideia do que poderemos ver…

Assista abaixo:  

Um documentário sobre Frank Miller

Eis o trailer de Frank Miller: American Genius, documentário sobre um dos maiores nomes da cultura pop estadunidense que será lançado nos EUA neste mês de junho. Autor, desenhista, roteirista e diretor, Miller é um dos maiores nomes da história do quadrinho mundial e seu talento não apenas revolucionou o formato super-herói como abriu a porta para autores que ajudariam a evolução da mídia que ele começou no início dos anos 80 (principalmente a safra britânica puxada por Neil Gaiman, Alan Moore, Grant Morrison e Mark Millar). Ao reinventar primeiro o Demolidor e depois o Batman com obras definitivas, ele mudou a cara do formato nas duas últimas décadas do século passado, tornando-a adulta e distópica numa época em que isso parecia impossível e, principalmente, bem sucedida comercialmente. A partir de graphic novels como o Cavaleiro das Trevas, Elektra Assassina e Batman: Ano Um, ele criou uma nova fase para os quadrinhos como fez sua ponte definitiva com o cinema, parindo outras obras que em pouco tempo tornariam-se marcos comerciais de Hollywood, como 300 e Sin City, este último dividido em dois filmes que dirigiu ao lado de Robert Rodriguez. Sua ida para o cinema o colocou na cadeira de diretor da adaptação do clássico Spirit para a telona. O documentário é dirigido por Silenn Thomas, que além de produtora de seus filmes é a diretora executiva da empresa que controla a carreira do artista, que deu a seguinte declaração ao jornal Hollywood Reporter: “A origem do documentário vem de várias fontes e fãs que nos incitaram a documentar esse grande gênio americano que recentemente sobreviveu a uma experiência de quase morte”, conta a produtora. “Quando iniciamos esse processo, Miller estava apenas começando sua recuperação e tinha um claro desejo pela vida, um desejo de recuperar anos de ‘tempo perdido’ e promover a sua identidade artística. Antes da pandemia, Miller voltou a viajar e a trabalhar em uma série de novos projetos. Quanto mais o acompanhávamos nessa jornada, mais descobríamos sobre a arte de fazer histórias em quadrinhos. Foi e continua a ser um mundo inspirado por mulheres, artistas, escritores, artesãos e um grupo global de fãs ávidos e espertos. Este filme é para eles; para se tornar parte e explorar ainda mais o funcionamento interno de seu ídolo e sensei, Frank Miller.” O documentário conta com entrevistas com Neal Adams, Robert Rodriguez, Jessica Alba, Jim Lee, Zack Snyder, Stan Lee, entre outros. Assista ao trailer abaixo:  

No ritmo de Veríssimo

Tire duas horas da sua semana para entregar-se ao cotidiano de Luís Fernando Veríssimo no documentário que leva seu sobrenome dirigido por Angelo Defanti, em cartaz em parcos cinemas espalhados pelo Brasil. O diretor acompanha a pacata e lenta rotina de um de nossos maiores escritores, terrivelmente agitada pela véspera do aniversário de 80 anos. Acompanhamos o mestre em entrevistas, participações em debates e tardes de autógrafos que o tiram de sua lida diária que envolve brincadeiras com os netos, caminhadas pela cidade, desenhos, leituras, exercícios físicos, jogos de computador (você vai entender) e conversas quase monossilábicas com parentes num ritmo deliciosamente lento, alheio à pressão e à velocidade de nossas rotinas eletrônicas. Vou deixar apenas o teaser original abaixo e pedir para que evitem o trailer, que tira toda a magia do filme ao ordenar cenas singelas e familiares num ritmo de filme comercial, algo que Veríssimo não é. É um reality show sobre o maior cronista de nossa história e por mais paradoxal que essa frase possa parecer, ela captura sua essência e a traz para cada um de nós. Duvido você não sair mais leve desse filme.

Assista ao teaser abaixo:  

Seis décadas do sonho californiano

Um dos principais acontecimentos dos anos 60 na história da cultura pop foi a transformação de uma região em ascensão dos Estados Unidos em marco central daquela década. Por mais que Hollywood já estivesse aberto as portas da Califórnia para o resto do mundo, só com a música que o estado da costa oeste dos EUA tornou-se reconhecido – mais que isso, desejado – pelo resto do planeta. Suas principais cidades, Los Angeles e São Francisco, tornaram-se pontos de referência para toda uma geração que cresceu lendo os beats e depois cairia de cabeça na psicodelia e no LSD, mas quem começou essa história foi uma banda de irmãos chamada Beach Boys, cuja história finalmente é repassada num documentário batizado apenas como o nome do grupo, produzido pela Disney, que estreia no próximo dia 24 de março no canal de streaming da produtora. Dirigido por Frank Marshall e Thom Zimny, o documentário conta com entrevistas com os integrantes da banda que ainda estão vivos – Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, David Marks e Bruce Johnston -, além de trazer cenas inéditas e muito material raro sobre o grupo que mudou a cara da música pop nos Estados Unidos. O trailer do filme, que ainda traz depoimentos de fãs como Lindsey Buckingham, Janelle Monáe e Don Was, acaba de dar o ar de sua graça, veja abaixo:  

A força de uma mulher

Que beleza esse trailer do documentário Joan Baez I Am a Noise, que mistura a turnê de despedida que Joan Baez fez em 2019 com a trajetória de sua vida, misturando entrevistas, cenas de época e dos shows finais que a musa e força-motriz de uma geração realizou antes da pandemia. O documentário é conduzido por três diretoras (Karen O’Connor, Miri Navasky, e Maeve O’Boyle), é coproduzido por Patti Smith e estreia nos EUA no mês que vem, mas não tem previsão de ser lançado por aqui.

Assista abaixo:  

Toda violência do Birthday Party

Antes de Nick Cave liderar seus Bad Seeds, ele era o principal nome do grupo Birthday Party, uma das principais bandas pós-punk da Austrália, que pavimentou o caminho para o surgimento de uma cena rock que não existia naquele país até os anos 80. Misturando barulho, drogas e violência no palco, o grupo é o foco do documentário Mutiny in Heaven, que estreia no próximo mês nos EUA e não tem previsão de chegada ao Brasil. Dirigido por Ian White, o documentário mistura entrevistas recentes, cenas de época e quadrinhos e um trailer recém-lançado dá uma ideia do nível de periculosidade do grupo australiano.

Assista abaixo:  

In Edit no Centro da Terra: A Música Natureza de Léa Freire

Mais uma quarta-feira no cinema no Centro da Terra para assistir à história de mais um grande personagem da nossa música, graças à parceria que fizemos com o festival de documentários In Edit. Desta vez, o foco fica em uma das maiores compositoras e instrumentistas brasileiras, Léa Freire, que comumente é deixada em segundo plano pelo simples fato de ser mulher – mesmo que esteja no mesmo patamar de nomes como Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim e Hermeto Pascoal. O filme A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinsk, tenta reparar esse erro histórico e joga luz em uma biografia desconhecida para a maioria dos brasileiros, até de quem conhece bem a música do país. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo.

Assista ao trailer:  

In Edit no Centro da Terra: Pipoca Moderna

Mais uma quarta-feira no cinema no Centro da Terra, graças à parceria que fizemos com o festival de documentários In Edit que traz, toda semana, uma cena ou personagem clássico ou desconhecido de nossa música para a tela do teatro no Sumaré. A atração desta semana é o filme Pipoca Moderna, de Helder Lopes, que acompanha o último remanescente da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru, o lendário Sebastião Biano, que continuava nos palcos à época do lançamento do filme, em 2019, depois de ter completado um século de vida. No longa, o diretor acompanha a atual fase do grupo, formada por familiares do músico centenário, que faleceu em 20222, em viagens pelo interior de seu estado-natal, Pernambuco, entre shows e reencontros com amigos e parentes. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo.

Assista ao trailer:  

In Edit no Centro da Terra: Onildo Almeida – Groove Man

Mais uma quarta-feira de cinema no Centro da Terra, graças à parceria que fizemos com o festival In Edit, que acontece no mês que vem! Neste dia 10, a sessão de cinema no teatro do Sumaré exibe o filme de Helder Lopes e Cláudio Bezerra que conta a história de um dos grandes nomes do baião. Onildo Almeida – Groove Man mostra a vida de seu principal personagem, que foi parceiro de Luiz Gonzaga e Gilberto Gil, sempre atuando no meio artístico. O filme começa a ser exibido a partir das 20h, os ingressos podem ser comprados neste link e o trailer pode ser visto abaixo.

Assista ao trailer: