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Cine Ensaio: O Cidadão Kane de David Fincher

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Mank vem aí – o primeiro filme de David Fincher em seis anos, em que ele filma um roteiro escrito por seu pai sobre o roteirista que ajudou Orson Welles a revolucionar o cinema em Cidadão Kane. E o personagem-título do bon-vivant Herman J. Mankiewicz é vivido por ninguém menos que Gary Oldman. Uma confluência de talentos que inspirou a edição desta semana do Cine Ensaio, em que eu e André Graciotti conversamos sobre a importância do filme original, a grandeza de seus diretor e ator e a expectativa para este que pode ser um dos grandes filmes deste magro 2020 cinematográfico.

O Cidadão Kane de David Fincher?

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Eis o trailer de Mank, primeiro filme de David Fincher desde 2014, que, a partir de um roteiro deixado por seu pai, Jack, conta a história do roteirista de Cidadão Kane, Herman J. Mankiewicz. O filme estreia em alguns cinemas do planeta em que irresponsáveis acham que é tranquilo abrir salas de projeção no mês de novembro e chega aos streamings de todo o mundo no dia 4 de dezembro.

E pela estrutura do trailer, o filme parece recriar a estrutura do filme original de Orson Welles que é o assunto central de Mank. E além de vermos o fantástico Gary Oldman como o personagem-título, ainda temos cenas de Charles Dance como William Randolph Hearst e de Amanda Seyfried como sua amante Marion Davies. Mas nada ainda do Orson Welles vivido por Tom Burke…

Cine Doppelgänger: O Meio é a Mensagem

Cidadão Kane (1941) e O Bandido da Luz Vermelha (1968)

Cidadão Kane (1941) e O Bandido da Luz Vermelha (1968)

Indo para a quarta sessão da segunda temporada do Cine Doppelgänger, eu e a Joyce Pais, do site Cinemascope, discutiremos dois clássicos que contam histórias de protagonistas inspirados em personalidades reais a partir das principais mídias de seu tempo: o Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, é contado a partir do império de jornais de seu protagonista, enquanto O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, nos é apresentado pelo rádio. A sessão O Meio é a Mensagem acontece neste sábado, a partir das 14h, de graça, na Casa Guilherme de Almeida (mais informações aqui) – e as inscrições podem ser feitas aqui.

Cine Doppelgänger: segunda temporada

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É com imensa satisfação que apresentamos, eu e a Joyce Pais do Cinemascope, a segunda temporada do Cine Doppelgänger, série de debates sobre cinema que apresentamos desde o meio de 2018 na Casa Guilherme de Almeida, em São Paulo. E a segunda temporada vem com grandes novidades – a primeira delas é que não vamos mais exibir os dois filmes na íntegra, deixando mais tempo para o debate sobre as duas películas que escolhemos para comparar diferentes aspectos de títulos conhecidos e desconhecidos do público que, aos poucos, vai sendo formado aos sábados. Por isso, a partir do dia 19 de janeiro começamos a dissecar duas produções por sábado em quatro horas de conversa, mostrando cenas dos filmes, entrevistas, comentários e ensaios sobre a dupla que escolhemos para cada sessão. E nessa segunda temporada tem de tudo: do Bandido da Luz Vermelha a Quanto Mais Quente Melhor, passando por filmes de Almodóvar, Godard, John Waters, Karim Aïnouz, Orson Welles, João Moreira Salles, Russ Meyer, Jim Jarmusch e mais. Comentamos a nova temporada no vídeo abaixo e você pode confirmar a presença na primeira edição aqui (além de confirmar presença no evento que criamos no Facebook). O melhor é que é de graça.

19 de janeiro: De Salto Alto

Quanto Mais Quente Melhor (1959) e The Rocky Horror Picture Show (1975)

Quanto Mais Quente Melhor (1959) e The Rocky Horror Picture Show (1975)

Dois clássicos extravagantes de épocas diferentes contam com protagonistas masculinos que, por diferentes motivos, usam roupas femininas. Como a imagem feminina mudou ao olhar masculino entre a deliciosa fuga de Tony Curtis e Jack Lemmon ao lado de Marilyn Monroe em Quanto mais quente melhor (1959), de Billy Wilder, e o universo kitsch do clássico cult de Jim Sharman, em The Rocky Horror Picture Show (1975)?

23 de fevereiro: O Comum Bizarro

Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965) e Pink Flamingos (1972)

Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965) e Pink Flamingos (1972)

Russ Meyer e John Waters são autores associados a filmes de baixo orçamento com personalidades extravagantes, mas a partir de suas obras mais icônicas, Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965) e Pink Flamingos (1972), é possível ver seu apreço pelo ordinário e pela vida simplória.

23 de março: Uma Pequena Sociedade

Entre os Muros da Escola (2006) e Má Educação (2004)

Entre os Muros da Escola (2006) e Má Educação (2004)

Enfoques diferentes sobre como o ambiente escolar influencia a socialização dos jovens: enquanto o francês Entre os Muros da Escola (2006), dirigido por Laurent Cantet, mostra como a sala de aula apenas reflete o que acontece fora dela, o espanhol Má Educação (2004), dirigido por Pedro Almodóvar, investiga esta influência além da questão curricular.

13 de abril: o meio é a mensagem

Cidadão Kane (1941) e O Bandido da Luz Vermelha (1968)

Cidadão Kane (1941) e O Bandido da Luz Vermelha (1968)

Dois marcos do cinema, a obra-prima que inaugura o cinema moderno, Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, e o ápice do cinema marginal, O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, contam histórias de protagonistas inspirados em personalidades reais a partir de como suas vidas foram retratadas pelas principais mídias de seu tempo.

18 de maio: Aquele Maio

No Intenso Agora (2017) e Tudo Vai Bem (1972).

No Intenso Agora (2017) e Tudo Vai Bem (1972).

Duas testemunhas diferentes do histórico maio de 1968 em Paris contam suas histórias: o documentarista brasileiro João Moreira Salles revê sua infância e família à luz daqueles acontecimentos no excelente No Intenso Agora (2017), enquanto um dos principais protagonistas daquela época, o cineasta francês Jean-Luc Godard, registra os acontecimentos em tempo real em seu Tudo Vai Bem (1972).

15 de junho: Deserto Interior

O Céu de Suely (2006) e Homem Morto (1995)

O Céu de Suely (2006) e Homem Morto (1995)

Duas jornadas para dentro de existências solitárias, o O Céu de Suely (2006), do diretor cearense Karim Aïnouz, e Homem Morto (1995), dirigido pelo norte-americano Jim Jarmusch, exprimem o sentimento de distância da realidade a partir de locais ermos do nordeste brasileiro e do faroeste dos EUA.

Cine Doppelgänger: Realidade de Mentira

20 de outubro: Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Neste sábado temos a quarta sessão do Cine Doppelgänger, que faço junto com a Joyce Pais do Cinemascope, na Casa Guilherme de Almeida: uma sessão dupla de cinema de graça seguida de um debate sobre os pontos em comum entre os dois filmes. Desta vez reunimos os filmes Verdades e Mentiras, de Orson Welles (1973), e Zelig, de Woody Allen (1983), que escancaram a fábrica de ficções que é a sétima arte em duas obras seminais, que já lidavam com os conceitos de pós-verdade e fake news muito antes do século 21. O primeiro filme, Verdades e Mentiras, começa às 11h em ponto e o segundo, Zelig, às 14h, para que o debate comece perto das 15h30. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site da Casa Guilherme (e tem mais informações sobre a sessão aqui). Vamos lá?

Cine Doppelgänger

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Vamos conversar sobre cinema? Finalmente materializo um velho projeto que venho acalentando há anos com a minha querida amiga Joyce Pais, do site Cinemascope, e juntos temos o prazer de apresentar a sessão de debates sobre cinema Cine Doppelgänger, que acontece mensalmente entre julho e dezembro, todo terceiro sábado do mês, na Sala Cinematographos, que fica no Museu Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943 – Sumaré, São Paulo). A ideia é exibir sempre dois filmes – um escolhido por mim e outro pela Joy – e, no final da exibição, conversar sobre a relação entre os dois. A estreia do Cine Doppelgänger acontece neste sábado com a sessão Los Angeles, Cidade Permitida em que exibimos O Grande Lebowski (às 11h), dos irmãos Coen, e Cidade dos Sonhos (às 14h), de David Lynch, para depois conversar sobre pontos em comum e divergentes sobre a temática dos dois filmes. A inscrição é gratuita, basta entra no site da Casa Guilherme de Almeida.

Segue abaixo a programação completa do Cine Doppelgänger até o final do ano:

Dia 21 de julho: Los Angeles, Cidade Permitida

21 de julho: O Grande Lebowski (1998) e Cidade dos Sonhos (2001)

O Grande Lebowski (1998) e Cidade dos Sonhos (2001)

Os irmãos Coen e David Lynch comentam sobre o mundo de ilusões criado a partir de Hollywood em dois novos clássicos da virada do milênio. Enquanto Cidade dos sonhos mergulha na dicotomia entre a dura realidade e a sétima arte, borrando os limites entre estes dois universos, O grande Lebowski escancara a fábrica de mentiras do mundo do entretenimento da costa oeste norte-americana.

18 de agosto: A Paranoia por Dentro

18 de agosto: De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

O último filme de Stanley Kubrick e a obra-prima de Sidney Lumet vão às entranhas das sociedades secretas e dos sistemas de poder para mostrar sua abrangência e escopo, contrapondo-se à pequenez da individualidade humana.

15 de setembro: O Diabo Mora ao Lado

15 de setembro: O Bebê de Rosemary (1968) e Corra! (2017)

O Bebê de Rosemary (1968) e Corra! (2017)

Dois filmes de terror que lidam com o aspecto corriqueiro da maldade, as obras de Polanski e Peele refletem a época de suas produções, levantando questionamentos sobre feminismo e racismo, além de aprofundarem-se no estudo da vileza humana.

20 de outubro: Realidade de Mentira

20 de outubro: Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Em dois documentários falsos, Woody Allen e Orson Welles escancaram a fábrica de ficções que é a sétima arte em duas obras seminais, que já lidavam com os conceitos de pós-verdade e fake news muito antes do século 21.

17 de novembro: Autoria em Xeque

17 de novembro: 8 ½ (1963) e Adaptação (2002)

8 ½ (1963) e Adaptação (2002)

Dois cineastas confrontados por suas obras começam a colocar em questão suas próprias existências como autores. O mitológico 8 e 1/2 de Fellini e o complexo Adaptação de Spike Jonze contrapõem duas crises criativas inversas – a primeira, as motivações por trás do início da criação artística; a segunda, o dilema autoral de trazer uma obra alheia para seu próprio reino criativo.

15 de dezembro: Brasil aos Pedaços

15 de dezembro: O Som ao Redor (2012) e Trabalhar Cansa (2011)

O Som ao Redor (2012) e Trabalhar Cansa (2011)

Dois filmes nacionais contemporâneos jogam luzes sinistras sobre este país dividido que nos acostumamos a se referir como um só. Enquanto o primeiro longa de ficção de Kleber Mendonça Filho, O Som ao Redor, espatifa a noção de normalidade ao revelar a rotina complexa e movida pela culpa de um bairro rico no Recife, o primeiro longa da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, Trabalhar Cansa, entra em um microcosmo profissional para se aprofundar nas entranhas de um Brasil farsesco – de modo apavorante.

Dylan e a questão da autoria

Por falar em pintura, o NY Times expôs nessa semana uma questão que já vem afligindo fãs de Dylan no fórum online dedicado ao compositor, Expecting Rain: será que suas pinturas de Bob Dylan são clones sobre impressões alheias, tiradas como fotografias? A dúvida foi levantada depois que a galeria Gagosian, em Nova York, anunciou a exposição The Asia Series, com telas de Dylan inspiradas em suas viagens por países como Vietnã, Japão, China e Coréia. Repare nas telas expostas:

E as compare com algumas imagens encontradas pelos fãs de Dylan pela internet: