Centro da Terra: Outubro de 2022

Vamos começar mais uma viagem por universos diferentes da música brasileira, quando outubro chegar para dar início a uma nova fase de nossas vidas. A primeira segunda do mês (que tem cinco segundas-feiras) ainda faz parte da temporada do selo Matraca, quando Lau e Eu encerra a leva de apresentações Tempo Presente, e a partir da outra segunda, dia 10, começamos a temporada em que Fernando Catatau convida compadres e comadres para shows únicos a partir de encontros inéditos – sua temporada, batizada apenas de Frita, conta com quatro noites que prometem ser históricas: na primeira, dia 10, ele recebe Kiko Dinucci; na outra, dia 17, é a vez de Juçara Marçal; no dia 24, ele convidou Anna Vis para dividir o palco, e na última, dia 31, é vez de ele receber Yma e Edson Van Gogh, guitarrista dos Garotos Solventes que acompanham de Jonnata Doll. Como se isso fosse pouco, a primeira terça do mês, dia 4, é com a banda Corte, liderada por Alzira E, que fez uma apresentação especial para o teatro a partir do documentário Aquilo Que Nunca Perdi, que Marina Thomé fez sobre sua história – e quem for ao show na terça pode assistir ao documentário de graça na quarta-feira, dia 5, no próprio Centro da Terra. No dia 11 de outubro é a vez da baiana Paula Cavalcante mostrar seu projeto acústico Corpo Expandido pela primeira vez em São Paulo ao mesmo tempo em que prepara o lançamento de seu primeiro álbum. No dia 18 de outubro recebemos, diretamente de Portugal, o carioca Ricardo Dias Gomes, integrante da banda Do Amor, que chega à cidade para apresentar um espetáculo solo motivado pelo momento em que o Brasil está atravessando, e no final do mês, dia 25, é a vez da irresistível banda Eiras e Beiras mostrar todo seu encanto no pequeno palco do Sumaré. Noites mágicas para inaugurar uma nova fase – garanta seus ingressos antecipadamente neste link.

Vida Fodona #756: Botar ordem na casa

Começando pra valer…

Ouça aqui.  

Yma derramada às cordas


Foto: Isabel Praxedes (Divulgação)

“Minha relação com instrumentos sinfônicos de orquestra começou cedo, aos 11 eu estudava percussão erudita e integrava a orquestra infanto-juvenil da EMIA”, lembra Yma, que está lançando o último single do primeiro capítulo de sua carreira, o disco Par de Olhos. “Aquilo Que Habito”, que você assiste em primeira mão no Trabalho Sujo, realiza seu sonho de gravar com instrumentos de cordas e foi justamente isso que perguntei pra ela por email. “Essa vivência com orquestra foi até meus 18 anos e me marcou profundamente. Lembrei agora da primeira vez que me emocionei no palco, com as Bachianas de Villa-Lobos. As cordas me estremeciam. Tem um tempo que venho maturando a ideia de trazer essa parte de mim para o que tenho feito agora. A canção surgiu na minha cabeça com o som das cordas e pronto. Foi a oportunidade perfeita, executada da melhor forma; por músicos excepcionais e com arranjo do super Luca Raele, clarinetista e arranjador que acompanho há tempos e que tem toda minha admiração”. Assista ao clipe abaixo:  

Vida Fodona #747: Emanar boas temperaturas

Esquentemos.

Ouça aqui:

 

Vida Fodona #726: Tá frio, mas tá tudo bem

Chega aqui.  

Vida Fodona #715: Levantar um pouco a bola

“Girl, I feel just like a bird, though I am just a nerd…”

Ouça aqui.  

As 75 melhores músicas de 2020: 21) Yma – “No Aquário”

“Que pena, no aquário onde você me deixou, nada disso importa”

Vida Fodona #703: Hoje é véspera do natal de 2020

Feliz natal, povo!

Tame Impala – “Girl Like You”
Pedro Pastoriz – “Safari Noturno”
Yma – “White Peacock”
A Cor do Som – “Semente do Amor”
Metronomy – “The Look”
Kiko Dinucci + Sapopemba – “Bala de Prata”
Hail Social – “#1 Track”
Doors – “Been Down So Long”
Kali Uchis – “Telepatía”
Flora Matos + MV Bill – “Valeu”
Taylor Swift + Haim – “No Body, No Crime”
Fiona Apple – “Ladies”
Bob Dylan – “I Contain Multitudes”
Guilherme Held + Criolo – “Laço de Fita”
Negro Leo – “Esplanada”
Sault – “Wildfires”
Internet – “Come Together”
Mateus Aleluia – “Kawô Kabiyesilê”

Yma dá adeus a 2020

O plano original da Yma era trazer o sucessor de seu ótimo disco de estreia Par de Olhos ainda em 2020, mas, como aconteceu com todo mundo, ela teve de mudar completamente de ideia. “Durante o ano, fui registrando tudo o que vinha, como vinha, sem peso, julgamento, pretensão ou expectativa, como mero exercício criativo para manter as ideias em movimento”, lembra a cantora e compositora paulistana. Estou começando o processo de ouvir com cuidado esses registros e a partir disso refletir e elaborar, se singles, disco, ou seja lá, o que virá”. Assim, encerra seu 2020 com o single “White Peacock” que, como o single que lançou no meio do ano, “No Aquário”, já estava no repertório dos shows e chega ao público em primeira mão pelo Trabalho Sujo.

Balada oitentista com leve toque psicodélico e o sax mais rasgado que você vai ouvir em 2020, o novo single, parceria da cantora com o amigo Zé Motta, já tem dois anos: “Fiquei extasiada, lia aquele conjunto de palavras e sentia um quê de misticismo. belo e surreal, ao mesmo tempo que me trazia imagens caóticas, de um concreto sujo numa cidade agitada as pessoas apressadas.. certamente me conectei de cara”, aos poucos ela compôs a melodia e juntos foram adaptando as palavras para a nova canção. “Um bom tempo depois, durante um ensaio com a banda, comecei a tocá-la na guitarra e a turma foi entrando na onda. Não demorou muito pra música entrar no repertório do show. no fim, me peguei apaixonada por ela e resolvi gravar.”

As gravações começaram no ano passado, conduzidas por seu produtor e companheiro Fernando Rischbieter. E o solo rasgado que caracteriza a faixa veio logo depois, quando o saxofonista alemão Humphrey Heim viu um de seus shows e se dispôs a colaborar. “E eu que sou perdidamente louca por saxofones, senti uma boa intuição e topei na hora”, lembra Yma. “No dia de gravar com ele ficamos um tempão refletindo sobre a relação entre o pavão do título e o solo de sax e fomos fundo – de repente ele estava ali, no estúdio, gritando. Era o pavão gritando de dentro dele em forma de solo de sax. Nunca fiquei tão arrepiada numa gravação.”

Ela comenta sobre os singles que lançou esse ano e sua relação com o próximo álbum. “Esses dois singles são experiências isoladas – e apesar de haver entre elas uma certa relação com a fase Par de Olhos, por terem estado presentes nos shows -, acho que já começam a apontar, de leve, para esses novos lugares. então certamente é um período de transição.” O disco, no entanto, ainda é um mistério: “Esse ano foi completamente atípico e assombroso, pra mim e talvez para toda humanidade. Criar, experimentar música e arte, pelo menos da maneira que eu conhecia, não pôde ser uma prioridade. A meta era manter a mente sã e imunidade lá em cima.”

Ela se aprofunda sobre sua relação com o isolamento social deste ano. “No primeiro semestre eu só enlouqueci, tive uma dificuldade imensa de me conectar com a realidade, no sentido mais literal possível. Acordava e todos os dias não estava ali. Estava fora. Fora do corpo e da mente. O medo dominava meus pensamentos. Cresci ouvindo meu pai falar em previsões catastróficas, das mais diversas linhas místicas, então meu imaginário de fim de mundo é aquele bem clichê do cinema sensacionalista, onde tudo acontece ao mesmo tempo; pandemias, o mar engolindo tudo, mercados vazios, alienígenas, crise hídrica, podres poderes, guerra civis.. Pera, agora, escrevendo assim, aos poucos, os filmes não parecem mais tão distantes, né?”, ri desesperada.

“Por acaso, fiquei uns dias sozinha em casa. Ter ficado sozinha foi crucial pra conseguir me reconectar. não apenas sozinha, mas em silêncio. Nua com aqueles pensamentos todos. Comecei primeiro a provocá-los, indagá-los e por fim aceitá-los. Acho que foi um movimento que quebrou com os padrões que eu havia criado. Depois foi tudo voltando pro lugar. Não existe fórmula, mas foi o caminho que encontrei – e assim sigo, tentando enfrentar os medos, sempre sonhando com solos de sax.” “White Peacock” está disponível nas plataformas digitais nesta sexta e terá clipe no ano que vem.

Vida Fodona #690: Festa-Solo (13.11.2020)

vf690

Sexta-feira 13 é um ótimo dia pra se acabar numa festa online, dizaê… Cola lá às 23h45 no twitch.tv/trabalhosujo – e assim foi a edição da sexta passada.

Big Star – “Thirteen”
Billie Eilish – “Therefore I Am”
Céu – “Rotação”
New Order – “Age of Consent”
Pixies – “Winterlong”
Otto – “Soprei”
Mutantes – “Jogo de Calçada”
Lô Borges – “Faça Seu Jogo”
Queen – “Play the Game”
Goblin – “Witch”
PJ Harvey – “The Last Living Rose”
Patti Smith – “Land”
Of Montreal – “The Past Is A Grotesque Animal”
Daft Punk + Giorgio Moroder – “Giorgio by Moroder”
Digitaldubs- “Fleetwood Dub”
Avalanches + Leon Bridges – “Interstellar Love”
Zé Manoel – “Adupé Obaluaê”
Luedji Luna – “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água”
Neville Brothers – “In The Still Of The Night”
Yma – “No Aquário”
Dharma Lovers – “Peixes”
Jupiter Apple – “Over the Universe”
Jorge Ben – “Cinco Minutos”
Djavan – “Samurai”
Jards Macalé – “Let’s Play That”
Vovô Bebê – “Êxodo”
Luisa e os Alquimistas + Jéssica Caitano – “Descoladinha”
Katy Perry + Juicy J – “Dark Horse”
Internet – “Dontcha”
Lauryn Hill – “Doo Wop (That Thing)”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Taylor Swift – “Blank Space”
My Chemical Romance – “Teenagers”
David Bowie – “Moonage Daydream”
T-Rex – “Telegram Sam”
Blue Oyster Cult – “(Dont Fear) The Reaper”
Stealers Wheel – “Stuck in The Middle With You”
Steve Miller Band – “Abracadabra”
Kinks – “David Watts”
Doors – “You’re Lost Little Girl”
Velvet Underground – “Candy Says”
Nick Drake – “Poor Boy”
Dionne Warwick – “Walk On By”
Caetano Veloso – “Nine Out of Ten”
Can – “She Brings The Rain”
Carole King – “Beautiful”
Paul McCartney – “Check My Machine”
Bárbara Eugenia + Pélico- “Roupa Suja”
Letrux – “Ninguém Perguntou Por Você”
Eddie – “Sentado Na Beira Do Rio”
Boogarins – “As Chances”
Beatles – “Not Guilty”