Quando Yma encontra Jadsa

, por Alexandre Matias


(Foto: Rayssa Lima/Divulgação)

A história já se arrasta há um tempo: Yma e Jadsa estão fazendo um disco juntas! Há uns dois anos a parceria entre a paulista e a baiana se firmou, foi para o estúdio, e aguarda lentamente – como é de praxe na carreira das duas – o momento certo para aparecer. E eis que Zelena – o nome do EP de seis faixas que firma o compromisso artístico das duas – começa a dar as caras no fim deste mês, quando, nessa sexta-feira, será lançada a primeira faixa da colaboração, “Meredith Monk”, que pode ser ouvida em primeira mão no Trabalho Sujo.

Ouça aqui.

As duas me contam sobre como foi a parceria: “Nos conhecemos na Casa Vulva em 2018”, lembra Yma. “A primeira imagem que tenho de Jad é desse dia: ela tava na bateria acompanhando a Marcelle Disconexa. Eu adoro a Marcelle e pirei na baterista. Quando termina o show e a baterista pega o violão e começa a cantar “Quieta/Calada” e eu fiquei em choque! ‘Como assim? Que luz é essa? O que tá acontecendo?’ Era rajada, era Jadsa”, empolga-se a cantora e compositora paulista. “Depois disso nos esbarramos algumas vezes, também rolou algumas trocas de mensagens nas redes, ela viu o show de lançamento do Par de Olhos no CCSP, eu fiquei super lisonjeada e desde o início demonstramos uma admiração mútua. Sinto que essa fusão surgiu naturalmente no interesse de mergulhar uma no universo da outra.”

“Durante a pandemia eu compus ‘Mete Dance’, uma das faixas do EP, como um mantra mesmo, pra botar na minha cabeça que eu precisava seguir, precisava continuar… Na época, achei que essa música, de alguma maneira, tinha uma atitude que me lembrava o que eu conhecia de Yma, sobretudo no que vi num show dela que me marcou”, lembra Jadsa. “Então propus pra ela que gravássemos um projeto juntas, algo que tivesse essa faixa como caminho. Quando ela topou, começou a nascer Zelena.”

A primeira faixa faz referência óbvia à multiartista nova-iorquina Meredith Monk, que dá o tom da canção, misturando texturas e beats ao mesmo tempo em que a letra descreve sensações ao mesmo tempo em que empilha referências pop, equilibrando a natureza indie pop do trabalho de Yma com o pop pontiagudo de Jadsa. “O EP foi todo gravado ao vivo, seis faixas em cinco dias”, reforça a baiana. “Isso dá muito o tom do projeto.” O disco foi produzido pelo senhor Yma, o produtor Fernando Rischbieter, que também é um dos capos do selo Matraca, que também toca sintetizadores e efeitos na música e arregimentou uma banda que inclui Pedro Lacerda na bateria, Caio Terra no baixo, León Perez nas teclas, Thiago Leal no moog e Fernando Catatau na guitarra. “Acho incrível poder escutar as músicas e sentir a mistura de nós duas ali”, comemora a cantora paulista.

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