XTRMNTR ao vivo, 25 anos depois

A noite de hoje é menos sobre nostalgia e mais uma reafirmação da importância da resistência, do protesto e da recusa de ser silenciado”, disse Bobby Gillespie no início do show que seu Primal Scream fez nesta segunda-feira, na Roundhouse londrina. Depois de uma avassaladora passagem pelo Brasil, o grupo encerrou sua temporada de shows de 2025 na Inglaterra, celebrando o quarto de século de seu disco mais político, XTRMNTR. Lançado no ano 2000, o disco só foi tocado na íntegra no ano de seu lançamento, em apresentações no Reino Unido, e 25 anos depois voltou a ser celebrado fazendo o grupo recuperar músicas que não tocava ao vivo desde aquela época (caso de “Keep Your Dreams,” “Insect Royalty” e “MBV Arkestra (If They Move, Kill ‘Em)”). Além destas, o grupo ainda visitou “Blood Money” (que não tocava desde 2001), “Shoot Speed/Kill Light” (pela primeira vez desde 2018), “Accelerator” (fora dos shows desde 2019) e “Kill All Hippies” (que tocou pela última vez em 2021), além de ter tocado uma versão para “Swastika Eyes” que causou confusão na Inglaterra ao exibir imagens de diferentes políticos estrangeiros que, ao se posicionar a favor de Israel no conflito da região da Palestina, apareceram com suásticas dentro de estrelas de Davi nos olhos. O aniversário do disco coincide com dois momentos distintos de dois personagens centrais em sua história, pois o lendário baixista inglês Gary “Mani” Mounfield acaba de partir para o outro plano, enquanto o guitarrista Kevin Shields vê seu My Bloody Valentine ser redescoberto em grande estilo com shows ensurdecedores. Depois de tocar o disco na íntegra, o grupo escocês voltou para um bis que incluía “apenas” “Jailbird”, “Loaded”, “Movin’ On Up”, “Country Girl” e “Rocks”. Resta saber se vão seguir comemorando o disco em 2026 em turnê mundial, o que faria muito sentido, dado o tenso momento político que o planeta atravessa.
Assista abaixo a alguns vídeos da apresentação:
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