Virando o Led Zeppelin

, por Alexandre Matias

Se você é fã de Led Zeppelin, um apelo e uma ressalva meio spoiler, mas vamos lá: VÁ VER BECOMING LED ZEPPELIN SE POSSÍVEL NO IMAX. O documentário oficial sobre a banda é um delírio se visto em uma tela imensa e com o som bem alto, porque boa parte do filme é composto por cenas da banda tocando ao vivo (muitas delas já conhecidas dos fãs). O importante spoiler – e digo isso porque já sabia antes do filme começar, o que me deixou bem menos angustiado do que poderia ficar – é que o filme conta como o grupo surgiu e vai até… o segundo disco. Nada de “Stairway to Heaven”, nada do tempo que a banda era o maior espetáculo da terra, dos discos soberbos, dos excessos e dos limites de estar no alto do panteão do rock clássico em plenos anos 70. Saber disso salva o filme porque, quando ele ultrapassa sua primeira hora de duração a banda começa a decolar e a segunda hora é dedicada ao ano em que eles deixam de ser um delírio de um guitarrista megalomaníaco que não queria que sua banda lançasse singles e se tornam uma das maiores bandas do mundo, em 1969, quando lançaram seus dois primeiros discos e entraram numa turnê interminável pelos EUA e se transformaram num fenômeno. Se você não sabe disso, corre o risco de achar que eles vão reduzir a principal década de atuação da banda a meros quinze minutos, o que felizmente não acontece. Dito isso, o filme é uma aula sobre a banda contada por seus protagonistas e esmera-se ao mostrar – em entrevistas e imagens de arquivo – a formação de cada um dos integrantes e como desde a primeira vez que tocaram juntos, Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham descobriram que eram uma banda única e que precisavam mostrar isso pro mundo. É um delírio vê-los elogiando sua própria dinâmica ao mesmo tempo em que assistimos a trechos inteiros de suas músicas ao vivo. Por ser chapa branca, derrapa em alguns pontos (não cita, por exemplo, que o nome da banda veio de uma piada incrédula de Keith Moon e esquece de citar John Paul Jones na fase psicodélica dos Stones), mas traz uma banda delirando ao descobrir-se foda ao vivo, junto ao público e apesar da crítica. E como uma das entrevistas é uma gravação em áudio inédita do baterista, morto em 1980, é muito bonito ver Plant, Page e Jones ouvindo a voz do velho amigo falando sobre si mesmo e sobre sua banda. Mas fico aqui pensando se esse documentário não seria o primeiro volume de uma trilogia… Imagina…

Assista a um trecho que é mostrado no filme abaixo, a participação da banda num programa de TV na Dinamarca:

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