12 crianças mortas com tiros na cabeça

Daí, segue um vídeo ou entrevista em texto com um pesquisador em educação ou violência e um jornalista procurando um padrão em um caso que é, claramente, uma exceção bizarra. É fora da curva, gente. Não adianta tentar analisar a situação como um fenômeno social, não é. O assassino era doente mental, fez uma barbaridade, mas felizmente é uma exceção. Certamente, não é com esse tipo de violência em escolas que devemos nos preocupar – a violência que acontece em colégios como padrão é outra, uma que de tanto a gente ler por aí nem é mais notícia.

Aí tem sempre alguém culpando o fato de o Wellington ter conseguido entrar na escola sem ser funcionário ou professor, e esquecendo que a escola é um espaço público, comunitário, e que o ponto não é ele ter entrado ou não na escola – afinal, ele é ex-aluno, provavelmente conseguiria entrar de um modo ou de outro. No entanto, ninguém questiona o fato de que o problema é ele entrar na escola ARMADO COM TRÊS PISTOLAS E MUNIÇÃO PRA MATAR TRÊS CRIANÇAS.

Ontem, tínhamos elementos até humorísticos na cobertura. Na Record, parece, rolou um GC (gerador de caracteres, aquela faixa que vai embaixo da tela explicando o que tá acontecendo) escrito URGENTE: DILMA CHORA.

À distância (ela tá na Holanda), Ana consegue observar alguns detalhes de como a tragédia que aconteceu no Rio de Janeiro está sendo coberta por aqui. O slideshow acima eu tirei do blog Coluna Extra.

“A palavra do dia é HEGEMONIA”

Bruno comentou o post que republiquei mais cedo recomendando a leitura de dois textos. “A crise no Rio e o pastiche midiático”, de Luiz Eduardo Soares, e “Violência no Rio: a farsa e a geopolítica do crime”, de José Claudio Souza Alves. A foto é do Uol.

Gangues 90

Depois de contar as histórias de como o skate deixou de ser uma modinha para se tornar um estilo de vida e do surfe em ondas gigantescas, é a vez do ex-skatista-e-atual-documentarista angeleno narrar a saga de uma das tretas de gangues de rua mais conhecidas do mundo – a dos Bloods vs. Crips. Nascidos em meio ao gangsta rap e aos conflitos pós-veredito do caso Rodney King e depois de aprender a lição que a militância por causas negras quase sempre terminam na bala ou na cadeia, toda uma geração de adolescentes abraça a violência como saída para continuar vivo (parecido com aqui, né? Tirando o fato que aqui não foi caso de política racial – e sim falta de horizonte mesmo). Crips and Bloods: Made in America estreou mês passado nos EUA e agora é torcer pruma dessas mostras feitas para cinéfilos traga e não esconda a sessão numa segunda às 16h. Senão, é apelar pro torrent.