Vamo facilitar?

, por Alexandre Matias

Taí uma boa dica pra 2009 *

E aí, descansou? Eu sim – cinco dias completamente desplugados no meio do mato, alternando caminhadas, refeições, música, filmes e livros ao lado da melhor companhia do mundo, completamente zerado para começar mais um ano que promete, pra variar, ser melhor que o anterior. Alheio ao que acontecia na Faixa de Gaza, se vai rolar mesmo o lançamento de Watchmen ou como vai ser a próxima Campus Party, retomo a realidade na marra e começo os preparativos para encarar o ano novo.

OEsquema chegará ao fim de sua primeira fase em breve. A casa que estou construindo com o Bruno, o Arnaldo e o Mini, por sua natureza digital, não pressupõe necessariamente um fim em si – nem sequer sua natureza unicamente digital. Mas essa versão dos nossos quatro saites que estreou no dia 8 de agosto do ano passado não teve o nanquim aplicado por enquanto. O conteúdo propriamente dito já está valendo, mas a moldura ainda é um rascunho, um esboço. Estamos finalmente arte-finalizando OEsquema neste mês e logo estrearemos sua nova cara. Não é muito diferente dessa que vocês estão vendo, mas os detalhes estarão na cara (seria mais fácil meter um “fase beta” debaixo do logo, mas achamos besteira.

E essa não vai ser a única novidade dOEsquema no ano, fiquem certos.

Mas, por enquanto, vou acionando as novidades do meu terreno. Então segue um mashup de bula com manual de instruções do Trabalho Sujo durante 2009. Todos os dias, de segunda a sexta, funcionarão assim: pela manhã eu trago músicas e imagens. É claro que sempre pode pintar um texto, uma notinha, um post aleatório. Mas como neguinho ainda tá acordando pela manhã (independente de estar ou não no trabalho), vou deixar o clima mais na buena e exigir menAs cacetração. Então tome mixtape, trocadilho visual, gif animado, banda nova, fotojornalismo sampleado, JPG motivacional, remix, pôsteres, disco que vazou, fotos antigas, música lembrada em cima da hora, Flickr alheio, estampa de camiseta, nostalgia e novidade. Nada com horário estabelecido ou fluxo de publicação determinado – tem que vir pra ver.

Durante a tarde e a noite começam a pintar os textos, que tentarei deixar mais compactos e direto ao ponto – desde resenhas de filmes, discos, quadrinhos, livros e shows a comentários aleatórios sobre as notícias, o que acontece em São Paulo ou por onde passo. Mas é claro que não abandono os textos gigantescos – vocês sabem como eu gosto deles. Mas, uma vez que estou enfurnado cinco dias por semana em uma redação, não dá tempo de discorrer demais – daí os posts curtos. Os mais longos ficam arquivados na categoria Fora de Controle (caso você nao saiba).

E lembrando também que rolam algumas mudanças na programação semanal, ó só:

* Toda segunda-feira eu sigo linkando as matérias do Link, caderno de tecnologia e internet que edito no Estadão. Vem novidades nessa área ainda esse mês, já pra começar o ano bem.

* Vida Fodona agora é toda segunda-feira e a a partir de hoje mesmo eu já começo.

* Toda terça-feira tem os Cinco Vídeos para o Meio da Semana.

* Quarta, que era o dia original do Vida Fodona, continua com versões esporádicas do podcast. Quando der vontade, ele volta no meio da semana. Mas, junto com a quinta-feira, a quarta vira um dia de improviso. Rola o que der na telha, o que estiver rolando durante a semana, a mania da quinzena, o exorcismo que precisar.

* Sexta-feira tem o já clássico Uma Sexta-Feira, Um Mashup.

* Sábado vira dia de folga: a Mixtape de Sábado vai para o domingo e eu só apareço por aqui se me der na telha – ou quando tiver Gente Bonita.

* Domingo é dia de Palavras para o Domingo e da antiga Mixtape de sábado. Como as duas seções passarão por transformações, elas devem ganhar novos nomes e formatos, que eu defino até o domingo que vem. E também é dia do Link Eldorado, o programa que apresento com o Fabião e o Otávio as novidades do Link da segunda-feira.

Lembrando que estou no meio da retrospectiva de 2008, que a partir de janeiro sai dos discos e músicas e começa a compilar shows, livros, filmes e acontecimentos do ano passado. Além disso, vou resgatar uma seção que eu tinha no Trabalho Sujo dos tempos de papel, o Alerta – Sangue Novo, em que eu apontava o nascimento de bandas brasileiras novas (a primeira foi o Sala Especial, mas lembro de ter falado do Los Hermanos, do Butchers’ Orchestra, do Autoramas e do MQN, entre outras bandas). Fora o compromisso com o passado: além de resgatar o primeiro semestre de 2008 (que perdeu-se no transplante do Gardenal pra casa nova), vou começar a retaguear e a recategorizar tudo que ficou para trás – além de ressuscitar textos do arco da velha. Mas isso é um processo lento, longo e sem prazo definido – pois ainda incluirá todas as edições impressas do Sujo em seus tempos de coluna de jornal.

Seções fixas – como o Leitura Aleatória (que aparecia a cada dez posts – ou você não havia percebido?) e o 4:20 (que vai parar de funcionar no fim de semana) – deixam de ser tão rígidas assim. E outras surgirão no meio do caminho. Essa é mais ou menos a programação pra esse ano.

Desde o final de 2007 retomei o ritmo de postagens no Sujo a partir de uma provocação do Mr. Manson em relação à qualidade dos blogs. A alfinetada, que faz sentido, dizia que blog bom é feito por quem não tem mais nada pra fazer – na hora em que o blog virava emprego, ficava chato e sem graça. Resolvi transformar o tempo que passava na frente do computador na redação em uma forma de voltar a alimentar o Sujo, que vinha funcionando mais como um repositório de frilas, matérias, festas, debates e palestras que eu andava fazendo do que um canal com conteúdo próprio. Muito por conta do crash do Gardenal em 2005, que deletou três anos de postagens da história e, de certa forma, foi o big bang dOEsquema. Quando eu, Bruno e o Arnaldo perdemos tudo naquele blecaute digital, já começamos a conversar sobre a possibilidade de sairmos do aluguel (mesmo que o Gardenal não fosse pago) e montarmos nossa própria casa, que é OEsquema. Desde 2005 não me empolgava com o Sujo quanto no último ano – período que, além da perda dos arquivos do Sujo, ainda coincidiu com a minha estada na Trama e com a morte do meu velho carrinho, que, olhando agora em perspectiva, foi crucial para o nascimento do Vida Fodona e da Gente Bonita, minhas paixões nos últimos anos.

Mas 2008, o décimo terceiro, foi ano de retomar o Sujo, entender e inventar mecanismos de postagens e transformar o saite em mais do que uma vitrine para o meu trabalho. Hoje, ele é uma ferramenta que me ajuda a pesquisar o que está acontecendo; me obriga a me atualizar em áreas que, se eu deixasse, fugiriam do meu radar; me conecta inevitavelmente com algumas das pessoas mais legais hoje em dia e, óbvio, me diverte.

E é isso que importa. Por isso, não leve tudo tão a sério – é uma dica que serve pra qualquer hora.

E feliz 2009. Você sabe, vai ser “o” ano!

* A imagem que ilustra esse post saiu do livro/site Designing Interactions, do Bill Moggridge, um livro que acho que o Mini e o Eduf iriam adorar se dar de presente.

Tags: ,