Uma banda em seu ambiente natural

, por Alexandre Matias

A última vez que vi Tatá Aeroplano apresentar-se com sua banda foi no primeiro show que ele fez após a volta da pandemia, em 2022, quando lançou o disco Não Dá Pra Agarrar no Sesc Pinheiros. De lá pra cá, ele lançou mais um disco (o ótimo Boate Invisível, do ano passado), que só consegui ver ao vivo nessa sexta-feira e talvez no melhor lugar para essa experiência dionisíaca, que é o Picles. Impressionante a distância entre os dois shows. No de dois anos atrás, a banda ainda estava tateando aquele mundo pós-covid, inseguros daquele primeiro show mesmo tendo mais de uma década de intimidade. No Picles, a história era completamente diferente, e Tatá – o melhor guia para uma trip psicodélico – conduziu o público e seus músicos (uma trupe tresloucada formada por Dustan Gallas, Bruno Buarque, Malu Maria, Kika e Junior Boca, um combo de loucos) a um processo de derretimento psíquico à base de muita música, afinal aquela banda estava em seu ambiente natural. Completamente entrosada, a banda praticamente não trocava olhares para mudar de uma música à outra – e o quando o fazia, era uma cumplicidade latente que escorria em direção ao público, que berrava a letra de todas as músicas. O foco óbvio da apresentação era o repertório do disco do ano passado, mas à medida em que o show avançava, percorreu faixas do disco de 2022, do Delírios Líricos (quando puxaram uma versão alucinada para “Ressurreições” de Jorge Mautner) e do Step Psicodélico, cuja marchinha de carnaval que batiza o disco encerrou a viagem. Bom demais!

Assista abaixo:

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