
Apesar de se passar no início dos anos 90, a série Twin Peaks tem um estilo claramente inspirado num clássico americano criado na década anterior, de cores frias, cáqui e jaquetas jeans, mullets, franjas e cabelos armados, uma sobriedade Calvin Klein que habitava os telefilmes que passavam no Supercine. Mas imagine que a série de David Lynch mirasse em outros anos 80, de cores berrantes, brilho neon, sintetizadores e solos de saxofone. É este universo paralelo que começa a ser explorado agora pelo selo Retro Promenade, que reuniu alguns nomes atuais inspirados nesse retrô anos 80 para recriar a trilha sonora da série dentro dos parâmetros musicais de trilhas sonoras de filmes de John Carpenter ou musicados por Vangelis. The Next Peak – A Retro Synth Tribute to the Twin Peaks Soundtrack é o primeiro volume de uma trilogia de tributos musicais à série e começa com reinterpretações para a trilha sonora composta por Angelo Badalamenti e David Lynch por desconhecidos como Who Ha, Full Eclipse, Lucy Black, Astronaut Arcade, Robert Parker, Diamond Field e Galaxy Knife. O primeiro volume pode ser baixado no Bandcamp da gravadora e os próximos discos trarão remixes e faixas inspiradas na trilha sonora da série.
Vi no Welcome to Twin Peaks, o melhor site pra se atualizar sobre qualquer coisa sobre a série.

A BBC reuniu uma série de imagens da virada entre 1976 e 1977 pra finalmente publicar a gravação que o diretor Julien Temple fez do primeiro show do Clash em 1977, que também foi a primeira noite do clube Roxy, uma das casas-chave para o punk londrino. Temple anos depois dirigia dois documentários cruciais na história dos Sex Pistols – o infame The Great Rock’n’Roll Swindle, que encerrou a carreira da banda, e The Filth and the Fury, sobre a volta deles nos anos 90. E no fim do ano passado, a BBC chamou o diretor para transformar aquelas cenas num documentário, que pode ser assistido tanto no site da BBC quanto no vídeo abaixo. História do rock, pura e simplesmente:

É muito bom saber que as Sleater-Kinney estão de volta. E pra gravar o primeiro clipe da volta, elas chamaram um monte de amigos (dos comediantes Fred Armisen, Sarah Silverman e Andy Samberg ao Gerard Way do My Chemical Romance, passando pelo J. Mascis do Dinosaur Jr., a multiartista Miranda July e a atriz Ellen Page) para cantar a música em frente à webcam, num vídeo baratíssimo e quase sem a música original.
E na semana passada elas se apresentaram pela primeira vez ao vivo em anos, tocando a faixa “A New Wave” no programa do David Letterman.
Já disse e repito: tomara que alguém as traga pro Brasil. O show deve ser incrível.

E a Amazon vem entrando com tudo no mundo das produções – e agora prepara-se para levar a maior das distopias de Philip K. Dick para o formato seriado. O Homem no Castelo Alto parte do pressuposto que os aliados perderam a Segunda Guerra Mundial e foram os Estados Unidos – e não a Alemanha – que foram divididos em dois, a metade Leste ficou com os nazistas e a metade oeste com o Japão. O livro usa esse cenário para falar de falsificação e autenticidade, já que um dos personagens é falsificador de relíquias norte-americanas da primeira metade do século 20, colecionadas por ávidos japoneses. É uma abordagem muito sutil sobre universos paralelos e realidades alternativas que usa o I Ching como fiel da balança. Algumas cenas da série já foram liberadas no canal do YouTube da loja online e o resultado é de deixar qualquer fã de ficção científica empolgado. Dá uma sacada:
Parece promissor…

Depois que David Lynch anunciou que iria voltar à cidade fictícia que criou no começo dos anos 90 numa continuação de Twin Peaks prevista para o ano que vem, as expectativas em relação à nova produção se voltaram principalmente para o elenco – especialmente para saber se Kyle MacLachlan retornaria ao papel do agente Cooper. A confirmação veio há pouco, quando o ator assegurou que voltará ao papel que lançou sua carreira. “Estou bem animado para voltar ao mundo estranho de Twin Peaks”, disse, “May the forest be with you!”.

No começo do ano, o Metrópolis da Cultura me chamou para conversar sobre alguns dos discos mais esperados para 2015 – e eu comento a expectativa em torno dos discos do Radiohead, Lorde, Bixiga 70, Céu e Boogarins.



