Imagina você chegar em casa e ouvir um recado na secretária eletrônica do Bart Simpson, quer dizer, de Nancy Cartwright, dubladora de Bart (embora ela só se identifique depois de se apresentar como o moleque amarelo)? Ouve aí em cima – e o povo dos Simpsons não curtiu, não, óbvio…
Sério, a cada dia o mundo me impressiona mais.
Spoilerzaço do episódio de hoje, só vê se quiser…
Terminado um episódio de Lost, eu e o Ronaldo quase sempre nos encontrávamos pra trocar impressões sobre o ocorrido. Pensando nessa quinta temporada, resolvemos formalizar o papo e pensamos em transformar a discussão em uma mesa redonda de dois sobre cada episódio do novo ano da série. E, viajando na idéia, pensamos em transformar isso numa faixa de comentários.
Então funciona assim: você baixa o episódio e o MP3 no mesmo computador e quando falarmos “valendo” no áudio, você aperta o play do vídeo – assim, você assiste Lost junto com a gente, olha que fantárdigo. Como a série voltou com um episódio duplo, gravamos esse o papo apenas em cima do primeiro episódio – e semana que vem liberamos os comentários sobre o segundo e o terceiro, que vai ao ar hoje. Mas não ouça se não tiver assistido o episódio, afinal comentamos coisas que rolam mesmo antes de elas acontecerem.
Se você não quiser fazer esse esquema da sincronia também não tem problema: dá pra ouvir o áudio sem ver o seriado, afinal não ficamos o tempo todo falando “essa cena rola isso” ou “olha só o que acontece agora”. No fundo, Lost é só um motivo pra ficarmos falando do que está acontecendo com a cultura pop hoje em dia e como a série reflete vários anseios e acertos deste mesmo pop. Tudo certo, então? Vai nessa:
Alexandre Matias e Ronaldo Evangelista – Comentando Lost: Because You Left (link alternativo)
Dica do João Brasil.
Episódio fraco, provavelmente por ter sido a estréia de Ron D. Moore na direção, The Disquiet Follows My Soul fez Battlestar Galactica voltar àqueles momentos de muita falação, política e movimentação interna – seria um episódio normal caso acontecesse em temporadas anteriores, mas com apenas nove episódios para a série terminar de vez, pode ser classificado como uma senhora encheção de lingüiça. Continuamos acompanhando a decadência das autoridades de Roslin e Adama ao mesmo tempo em que descobrimos que o filho de Tyrroll não é um cylon e que o bebê de Saul e Six pode ser o primeiro de “nação cylon” (ecoando referências à nação ariana que o nazismo aspirava). Nada sobre o quinto cylon (uma bola fora do jovem Adama, mas dita sem contexto – quando ele soube que Ellen era o cylon final? – e sem desdobramento no próprio episódio), nada sobre a mitologia, sobre o cataclisma nuclear na Terra ou sobre pra onde a frota está indo. Fora isso, o segundo episódio da safra final do seriado pode ser resumido em algumas poucas cenas e em um único fato: vem um motim aí. Mas não precisava gastar tanta película para contar isso. E agora faltam só oito episódios pra tudo acabar.
Falando nisso, o Delfin que veio com uma boa teoria sobre o final de Battlestar (mas não postou… Tsc): que a série é sobre o fim da humanidade e que o tal “The Plan” dos cylons alardeado desde o primeiro episódio é simplesmente matar todo mundo. Faz sentido e é algo tão ousado quanto os movimentos já propostos pela série. Mas pode dar uma impressão de deus ex-machina (tipo “era tudo um sonho”) pro final da série que eu acho que pegaria malzaço – incluindo para a audiência dos subprodutos já agendados (o longa The Plan e a série Caprica).
So say we all.