Toumani Diabaté (1965-2024)

, por Alexandre Matias

Mestre de um instrumento único, o músico Toumani Diabaté nos deixou nesta sexta após uma breve doença. Representante da 71ª geração de griots, casta de músicos do Mali, ele tocava a korá – instrumento que mistura harpa e alaúde – desde os cinco anos de idade e foi autodidata, apesar da criação em uma tradição tão ancestral. Diabaté foi um dos grandes bastiões desta cultura secular ao lado de nomes como Ali Farka Touré (1939-2006, com quem gravou o álbum In the Heart of the Moon, em 2005) e Salif Keïta (que saudou a passagem do amigo em post no Twitter), e era conhecido como “príncipe do korá” pois seu pai, Sidiki Diabaté (1922-1996) era reverenciado como o rei do instrumento. Começou acompanhando a diva Kandia Kouyaté, mas também foi influenciado pela música pop de seu tempo, ao absorver influências de Jimi Hendrix, Jimmy Smith, Miles Davis e Led Zeppelin. Enveredou pelo jazz nos anos 90 quando gravou o celebrado disco Djelika ao lado de Bassekou Kouyaté (ngoni) e Keletigui Diabaté (balafon) e também flertou com o pop contemporâneo, gravando com Damon Albarn (no projeto Mali Music) e Björk (no disco Volta). Também estabeleceu conexões com músicos brasileiros, ao gravar o disco A Curva da Cintura ao lado de Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra.

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