Vida Fodona #600: DC

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Tipo disco do Led.

Lana Del Rey – “Season Of The Witch”
Clash – “The Right Profile”
Sleater-Kinney – “Can I Go On”
Do Amor – “Planeta Fome”
Karina Buhr – “Amora”
Jards Macalé – “Limite”
Juliana Perdigão – “Só o Sol”
Billie Eilish – “My Strange Addiction”
Thom Yorke – “Runwayaway”
Hot Chip – “Melody of Love”
Theophilus London + Tame Impala – “Only You”
Gilberto Gil – “Tempo Rei”
Pato Fu – “O Processo Da Criação Vai De 10 Até 100 Mil”
Of Montreal – “Plastis Wafers”
Silver Jews – “People”

Radiohead de natal

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Thom Yorke começa “Reckoner” citando “Noite Feliz” no show que sua banda fez em Las Vegas neste sábado.

Boas festas. O Trabalho Sujo entra em modo retrospectiva 2018 a partir desta quarta-feira.

On the run #158: Thom Yorke @ BBC Radio 3 Late Junction

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O vocalista do Radiohead, Thom Yorke, está fazendo a divulgação de seu novo álbum, a trilha sonora para o remake do filme de terror Suspiria, e com isso tem dado entrevistas e participado de programas de rádio, como este Late Junction da BBC 3, que convidou Thom para fazer uma mixtape específica para o programa. O mix, que pode ser ouvido no site da BBC, abre com “Burn the Witch”, a primeira faixa do disco mais recente do Radiohead, e inclui nomes como Aphex Twin, Faust, o percussionista do King Crimson Jamie Muir, o cravista francês Justin Taylor tocando György Ligeti e obras de Karlheinz Stockhausen e Pierre Henry, além de uma música da recém-lançada trilha sonora de Yorke. Ele já havia participado de outro programa da BBC, quando deu uma entrevista, tocou músicas e fez outra mixtape, essa inspirada em Suspiria, mais atmosférica, com peças de Steve Reich, Ryuichi Sakamoto, James Blake, Lightnin’ Hopkins, Pierre Schaeffer & Pierre Henry e músicas próprias (que pode ser ouvida aqui).

Aproveito a oportunidade para resgatar a coluna On the Run, dedicada a mixtapes, DJ sets e toda sorte de músicas alheias tocadas em sequência.

Feiticeiro Thom Yorke

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Suspiria, de 1977, é um clássico do horror mundial especialmente por ter consolidado a estética saturada e macabra do italiano Dario Argento no subgênero que ficou conhecido como “giallo” (amarelo, em italiano) e que começou a ser explorado em seu filme anterior, Profondo Rosso. Mas sua trilha sonora, composta pelo grupo de rock progressivo italiano Goblin, também é um marco não apenas no cinema de horror bem como na discografia da música pop de seu tempo – a obra mais concisa e autoconsciente de uma grande banda semidesconhecida e uma das melhores trilhas sonoras compostas por uma banda de rock. Por isso que Thom Yorke medrou ao ser convidado para fazer a trilha para o remake do clássico.

“Foi um processo estranho desde o início. Quando os produtores vieram me procurar, eu pensei que eles tinham enlouquecido, porque eu nunca tinha feito uma trilha sonora antes. E Suspiria é destas trilhas sonoras lendárias. Levei alguns meses para contemplar a ideia”, contou na sessão de estreia mundial do filme, no festival de Veneza, em entrevista à revista Hollywood Reporter.

“Era um destes momentos em sua vida que você quer fugir, mas que sabe que se você se arrependerá se fizer isso. Eu assisti ao filme original algumas vezes e eu o amei porque era daquela época, uma trilha sonora incrivelmente intensa”, continuou. “Obviamente Goblin e Dario trabalharam muito próximos quando o fizeram juntos. Mas era uma coisa daquela época e eu não poderia fazer referência a isso. Não havia sentido, a não ser que eu achei interessante a repetição de temas, o tempo todo. Parte da sua mente diz: ‘por favor, não quero ouvir mais isso’. E isso era muito bom. Há uma forma de repetição na música que pode hipnotizar. Eu ficava repetindo para mim mesmo que era uma forma de fazer feitiços.”

Yorke também contou que teve a participação do diretor italiano responsável pelo remake, Luca Guadagnino (o mesmo de Me Chame Pelo Seu Nome) e que foi influenciado pela música da época, inclusive o rock alemão. “Foi uma forma realmente cool de imersão em uma área que eu normalmente não iria sem permissões”. O filme será lançado mundialmente no início de novembro e Yorke já liberou uma primeira canção, a doce e tensa “Suspirium”.

Abaixo, o trailer da nova versão e a aterradora trilha sonora original:

https://www.youtube.com/watch?v=QkZ2rdbDHM4

Radiohead sobre Radiohead

Thom-Yorke-Jonny-Greenwood

A convite do estilista Jun Takahashi, da grife Undercover, Thom Yorke e Jonny Greenwood dissecaram trechos de faixas clássicas do Radiohead, como “Spectre”, “Bloom”, “Glass Eyes”, “Everything In Its Right Place” e “Motion Picture Soundtrack”, para a trilha sonora do desfile do artista na semana de moda em Paris. É uma viagem…

https://vimeo.com/207133294

Thom Yorke na passarela

thom

Com dez minutos, a faixa “Colored Candy” foi feita por Thom Yorke para a coleção primavera/verão 2017 da grife norte-americana Rag & Bone. Mas apesar dos vocais robóticos à la “Fitter Happier” lendo trechos do jornal Universal Sigh (que veio junto com a versão física do disco The King of Limbs), a música passa longe das experimentações mais ousadas do Radiohead, soando mais como um exercício solitário de gravação do que como uma composição mais sofisticada.

https://www.youtube.com/watch?v=GaxtoRCjoF0

Radiohead e os segredos de “Daydreaming”

radiohead-daydreaming

O cineasta norte-americano Rishi Kaneria debruçou-se sobre teorias psicológicas, referências biográficas, citações discográficas e num subdiretório específico do Reddit para montar esse esplendoroso vídeo-ensaio sobre o significado do clipe e da música de “Daydreaming”, do disco mais recente do Radiohead, tanto num nível emocional e pessoal quanto crítico e artístico. Excelente, pena não ter legendas em português (mas se alguém quiser traduzir, é só publicar nos comentários):

Dica da Ana, ela mesma outra obcecada por teorias de conspiração e Radiohead a ponto de criar uma sua específica sobre o penúltimo disco da banda.

Duas décadas de amizade: Michael Stipe + Thom Yorke

THOM YORKE !!! This beautiful artist who I love and admire so much. On tour with Radiohead @radiohead

Uma foto publicada por @michaelstipe em

Michael Stipe encontrou seu velho amigo Thom Yorke neste sábado e tascou em seu Instagram mais um encontro memorável entre os dois frontmen de duas das maiores bandas de todos os tempos. Num trecho de um diário de turnê em uma revista Q de 1995, o líder do Radiohead narra o primeiro encontro com o vocalista do R.E.M.:

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First gig with R.E.M. Mr Stipe comes in before the show to say hello. “Hi, I’m Michael. I’m really glad you could do this. I’m a very big fan.” Wonder how many times I will run this through my brain after today. I’ve never believed in hero worship and so on, but I have to admit to myself that I’m fighting for breath. I’ve had moments in the past two years when time has completely curved and space became a Hitchcock camera trick. At these moments, barriers seem to break in my head and I never see anything in the same way again. And for days and days all I want to do is run around jumping into people’s earshot waving my hands up and down like Bjork and pulling faces. This is one of those moments.

Se alguém quiser traduzir, é só postar nos comentários que eu publico aqui com os devidos créditos. A Maria Caram traduziu (valeu!), olha só:

Primeiro show com R.E.M. Sr. Stipe veio antes do show para dizer Olá. ‘Oi, eu sou Michael. Eu estou realmente feliz que vocês puderam fazer isso. Eu sou um grande fã.’ Pergunto-me quantas vezes eu vou repassar isso em minha cabeça depois de hoje. Nunca acreditei nessa coisa de idolatrar heróis, mas eu tenho que admitir para mim mesmo que fiquei sem ar. Eu tive momentos nos últimos dois anos em que o tempo se curvou completamente e o espaço tornou-se um truque de câmera de Hitchcock. Nesses momentos, as barreiras parecem quebrar na minha cabeça e eu nunca vejo nada da mesma forma novamente. E por dias e dias tudo que eu quero fazer é sair correndo por aí, saltar perto das pessoas acenando minhas mãos para cima e para baixo como Bjork, fazendo caretas. Este é um daqueles momentos.

Abaixo, outros grandes encontros destes dois ícones:

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Imagine esses dois trabalhando juntos…

Thom Yorke e Portishead num mesmo palco

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Imagine você estar assistindo a um show do Portishead quando, de repente, Beth Gibbons chama ninguém menos que Thom Yorke para dividir o holofote e os vocais com ela na deslumbrante “The Rip”. Aconteceu sábado passado no festival Latitude, na cidade de Suffolk, na Inglaterra, e, felizmente, alguém filmou:

Demais.

A primeira versão de “High & Dry”, antes do Radiohead

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Uma versão de uma das músicas mais clássicas da primeira fase do Radiohead aparece em uma versão de 1989, tocada pela banda que Thom Yorke tinha antes de montar seu grupo atual, chamada Headless Chicken. As guitarras indie dance têm um eco shoegazer e a música está no dobro da velocidade com que foi consagrada, a partir da gravação do disco The Bends, mas vale ouvir nem só pela curiosidade, mas também como prova de que é uma boa canção.