Mas vamos ver se eu consigo ajeitar isso em breve.
Saint Pepsi – “I Tried”
Supercordas – “Maria³”
My Magical Glowing Lens – “I Will Never Find”
Yumi Zouma – “Catastrophe”
Unknown Mortal Orchestra – “Necessary Evil”
Ava Rocha – “Beijo no Asfalto”
Thiago França – “Bolero de Marly”
Courtney Barnett – “An Illustration Of Loneline”
Dr. Dre + Snoop Dogg – “Still D.R.E.”
Rita Lee + Tutti Frutti – “Agora é Moda”
Tulipa Ruiz – “Jogo do Contente”
Daft Punk – “Fragments of Time”
Jamie Xx + Young Thug + Popcaan – “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”
Blur – “My Terracota Heart”
Jamie Lidell – “Believe in Me”
Quando entrevistei o Cidadão Instigado pra Folha de S. Paulo pude olhar através do vidro de gravação daquele que promete ser um dos discos brasileiros de 2015, o de Rodrigo Campos, que redireciona seu canto da deslumbrante Bahia Fantástica de seu álbum mais recente pra uma aventura do outro lado do planeta, como ele antecipou pelo Facebook:
Disco novo chegando! Novos e antigos parceiros se juntando, os arranjos ganhando corpo, a coisa toda ganhando forma e esse personagem obscuro, que permeia o disco, se revelando; Toshiro! Uma espécie de astronauta arquetípico do inconsciente, navegando completamente à deriva, se agarrando a qualquer espaço/tempo possível, a qualquer memória difusa, a qualquer falta de compreensão de si.
E antecipa uma primeira letra:
Toshiro Reverso
Uma nebulosa
Engoliu Toshiro ontem
Expeliu de volta
Um planeta esquisito
De fato, bonito
Pura coincidência
Numa esquina de São Paulo
Foi alçado com violência
À origem do universo
Toshiro reverso
Não dói, não
Toshiro reverso
Não dói, não
Toshiro uma estrela
Na gravação estavam velhos cúmplices como Rômulo Fróes, Curumin, Marcelo Cabral, Juçara Marçal, Thiago França e Ná Ozetti. O disco promete.
Emicida estava tão tenso que mal conseguiu conversar com o público no início. Justo ele, um MC tão afeito ao diálogo – nem a presença de seu fiel escudeiro (e escada para conversas impagáveis) DJ Nyack nas picapes o deixou à vontade. Afinal, não era pouca coisa: era a primeira noite do 74 Rotações, o projeto do Radiola Urbana que celebra discos clássicos de quarenta anos atrás, e Emicida havia sido provocado por Thiago França, à sua direita no palco, revezando-se entre a flauta, o sax, percussão e geringonças elétricas, para recriar ao vivo o primeiro disco de Cartola. Ao seu redor, uma banda de peso: Rodrigo Campos no violão e cavaquinho, Doni, da banda de Emicida, no violão de sete cordas, o endiabrado Fábio Sá entre os contrabaixos acústicos e elétrico, Nyack entre as picapes e a percussão, esta toda a cargo de Carlos Café, também da banda de Emicida.
O principal desafio era do rapper – afinal não sabíamos se ele iria rimar ou cantar as músicas do mestre carioca. E a introdução deixou bem claro que seguiria os dois rumos – começou rimando a letra de “Alvorada” sobre uma base reta que se equilibrava entre um funk tenso e um samba mecânico, mas ao chegar no refrão, revelou-se cantor e entoou a primeira das melodias de Cartola. Na segunda parte pôs-se a improvisar como sabe e, pouco a pouco, o misto de responsa e importância foi se dissipando e a noite foi ficando mais à vontade.
O clima de homenagem também era o de desconstrução, proposta principalmente a partir da batuta de Thiago, que por mais que fosse o principal maestro da noite, preferiu dar autoria conjunta a arranjos que entortavam completamente os originais (uma suave e noturna “Disfarça e Chora”, uma robótica e poética “Acontece”, o ad lib de “Tive Sim”, uma delicada “Corra e Olhe o Céu”) ou os celebravam ipsis-literis (como “Alegria” emendada com “A Sorrir”, “Quem Me Vê Sorrindo”, “Sim”, “Amor Proibido” e uma fantástica “Ordenes e Farei” vertida em dança latina de salão). O disco de 74 era sampleado e invertido, citado e virado do avesso, reverenciado e relido com ouvidos de fã e instrumentos de cientista, daqueles apaixonados pela intensidade daquele laboratório vivo. O show terminou com dois salves a Adoniran Barbosa (“Saudosa Maloca” e “Despejo na Favela” cujo tema original foi ressuscitado sem o glamour da nostalgia – são duas músicas que falam sobre ocupação e os sem teto), um samba original do próprio Emicida (a irresistível “Hino Vira Lata”) e a completa entrega a “Preciso Me Encontrar”, de Candeia, vertida em uma jam session de tirar o fôlego.
Um show histórico, quem viu sabe. Que é mais um passo na evolução de Emicida – pois ele mostrou que sabe cantar… Dá pra melhorar? Sempre, mas só o fato de não fazer feio (salvo alguns deslizes no início do show) já mostra que esse menino vai longe…
Filmei o show quase todo, inclusive as piadas e os causos que Emicida talvez preferisse que ninguém filmasse. Mas, tudo bem, é do jogo 😉
Os franceses do Blogothèque vieram registrar o trio Metá Metá (a melhor banda de São Paulo hoje? Briga boa com o Bixiga 70) em seu território-natal e o resultado foram duas apresentações memoráveis gravadas no meio da rua:
A Fubap, site que hospeda o Vida Fodona, está fora do ar, mas deve retornar o quanto antes. Nesse meio-tempo, dou continuidade ao podcast sem o RSS – por isso atualizem na unha…
Thiago França – “São Paulo de Noite”
Stéphane San Juan + Tulipa Ruiz – “Miroir en Nous”
Nação Zumbi + Marisa Monte – “A Melhor Hora da Praia”
Melody’s Echo Chamber – “You Won’t Be Missing That Part Of Me”
Angel Olsen – “Lights Out”
Aurora – “Ants”
Metronomy – “Love Letters”
Warpaint – “Go In”
Dorgas – “Egocêntrica”
Elizabete Viana – “Pisou Na Bola”
Laetitia Sadier – “Un Soir, Un Chien”
Chet Faker – “To Me”
Todd Terje – “Leisure Suit Preben”
Chromeo – “Old 45s”
Lana Del Rey – “Money Power Glory”
No finzinho de 2013, o prolífico Thiago França lançou sua homenagem ao livro de estréia e obra-prima do escritor paulistano João Antônio, Malagueta, Perus e Bacanaço. O livro, que completou 50 anos no ano passado, é um clássico do modernismo contemporâneo brasileiro que pertence a um cânone pouco difundido da cultura brasileira – o da marginália paulistana, uma cultura de rua de partidas de bilhar e ruas frias da metrópole quatrocentona que foi tornando-se cada vez mais influente à medida em que o século vinte passava. França reuniu velhos companheiros (Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Marcelo Cabral, Juçara Marçal, Daniel Ganjaman, Maurício Pereira, Ogi e Rômulo Fróes) para uma celebração ao passeio feito pelos três personagens que batizam o livro entre a Lapa, o centro, Pinheiros, Água Branca e a Barra Funda, numa jornada vertiginosamente saudosa e lírica, em que sax assume o papel de narrador e nos conduz naquela viagem. Ele liberou uma faixa pra cá:
O disco virou show há um mês e deve ganhar novas versões em breve, além de uma possível versão em vinil. Abaixo, o papo que tive com Thiago por email a respeito do disco-trilha-sonora-de-livro.
A primeira SUSSA de 2014 começa afinada com o verão: QUENTE. Pra receber o novo ano, convocamos o trio de free jazz MarginalS, em que sax enfurecido de Thiago França, o contrabaixo acústico pesado de Marcelo Cabral e a bateria livre de Tony Gordin passeiam pelos limites da música como a conhecemos. Tudo para deixar a tarde de domingo ainda mais tranquila, cortesia da discotecagem de Alexandre Matias, Danilo Cabral e Klaus Kohut e dos Kod Burgers, do Bruno Alves. Você já conhece o esquema: acorde tarde, venha pra festa de alma lavada encontrar gente legal sem a pressa da balada noturna, querendo curtir um papo vespertino em câmera lenta, esperando o sol cair…
Vamos lá?
SUSSA – Tardes Trabalho Sujo
Domingo, 12 de janeiro de 2014
Show: MarginalS
DJs: Danilo Cabral, Alexandre Matias e Klaus Kohut
Neu Club
Rua Dona Germaine Burchard, 421. Água Branca. (mapa)
Telefone: 3862-0481
Aceita os cartões MasterCard, Visa, Diners
Ingresso: R$ 15 (com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com) e R$ 20 (sem nome na lista)
Horário: a partir das 16h20
O mestre afro beat une-se com o núcleo-duro da afropsicodelia paulistana numa session daquelas… Saca só:
Afaste os móveis da sala da sua cabeça.
Chris Isaak – “Wicked Game”
The Internet + Tay Walker – “Runnin'”
Mac Miller – “Objects in the Mirror”
Daft Punk + Todd Edwards – “Fragments of Time”
Chromeo – “Over Your Shoulder”
Marcelo Jeneci – “De Graça”
Bixiga 70 – “Ocupai”
A Espetacular Charanga do França – “Hasta La Cumbia”
Rodrigo Amarante – “Maná”
Bonifrate – “Horizonte Mudo”
Emicida + Fabiana Cozza + Juçara Marçal – “Samba do Fim do Mundo”
Nina Simone – “Sinnerman”
Kanye West – “Black Skinhead”
Blood Orange – “Chamakay”
Brandy + Monica – “The Boy is Mine”