Mais The King of Limbs amanhã?

Será que King of the Limbs é o disco… duplo? Primeiro veio o editor do NME lembrar que a última música chama-se “Separator”. “SEPARADOR”. Sendo que antes a mesma música já havia aparecido antes em shows com o nome de “Mouse, Bird, Dog”.

Depois veio a repórter do Guardian que está acompanhando o lançamento avisar que alguém próximo à banda avisou que amanhã teremos novidades no YouTube. Só no YouTube?

Lembrem-se como o disco que conhecemos até hoje termina, né?

Radiohead 2011: “Lotus Flower”

O tweet em japonês de ontem foi desmentido e o que aconteceria na praça Hachiko às 18h59 desta sexta foi antecipado em 24 horas – seria o lançamento do clipe do primeiro single do disco, “Lotus Flower”. Que deixou de ser um evento local e virou, graças à rede, global. Pois eis aí a primeira música do Radiohead dos anos 10. Bela música.

Que venha o resto do disco.

Radiohead novo pra download AGORA

Opaperaêcaceta.

É só ir no site dos caras e baixar. Quer dizer, quem comprou. Quem não comprou vai ter que esperar menos de uma hora até as “cópias ilegais” aparecerem online. Quem não comprou já o encontra pra download de graça. E, num estalo, uma banda mudou um dia, tipo o Strokes fez semana passada. Que ano esse tal de 2011… Quem diria…

Aqui o download já está em 50%. Esperem um tanto aí…

Radiohead – The King of Limbs em tempo real

Download completo, vou experimentar agora. E vou resenhar cada música à medida em que eu for ouvindo, em tempo real. Apertem o play e vão dando reload aí.

“Bloom”
Beats quebrados, timbres alienígenas, estamos na mesma paisagem de Kid A. Mas o vocal de Thom Yorke é cristalino – e aos poucos todo o clima lunar se dissipa em cordas, as palavras se misturam ao simples canto (e Yorke surge duplo, fazendo segunda voz para si mesmo) e se o início da música parecia nos apresentar a um disco inóspito, toda a impressão é desfeita como a noite pelo nascer do sol.

“Morning Mr Magpie”
O ritmo agora é metronômico, preciso, elétrico e eletrônimo, mas minimalista. Guitarras marcam o tempo e flertam, de leve, com o atual namoro do rock independente com a música africana. O vocal segue cristalino e suave, tornando música preguiçosa e ameaçadora sem que uma coisa anule a outra. “Você sabe que deve, mas não…”.

“Little by Little”
Será que King of the Limbs é um disco otimista? A banda cogita a possibilidade de blues, jazz e dubstep serem, no fundo, a mesma música. Ainda mais solar que a música anterior (aumentando a surpresa em relação a um disco alto astral do Radiohead), ela é temperada com efeitos e conduzida pelo voz, que por vezes se entrega ao falsete. Música boa pra dirigir. Na estrada. À noite. Indo pra praia. Sem trânsito.

E, na paralela, a Alê também não quer perder o bonde do zeitgeist

“Feral”
Instrumental, beats atravessados, samples de vocais, groove sintético. “Feral” é torta, eletrônica e quase hermética. Parece uma vinheta esticada, mas pode caber todo um universo.

“Lotus Flower”
Desligue a imagem: sem Thom Yorke dançando para nos distrair (Marvio falou em “Losing My Religion” sem orçamento, eu acho que é mais esse mesmo clipe versão webcam), é possível perceber toda a beleza suave da “faixa de trabalho”. Não é um hit instantâneo, mas é daquelas músicas que você ouve várias vezes sem que isso seja um problema. Qualidade que, hoje em dia, poucos além do Radiohead podem tirar onda.

E a Helô pegou carona na dancinha do Thom e crava: “Justin Timberlake bizarro”. Sim, isso é um elogio.

“Codex”
É a balada do disco, com seu piano pesaroso e onipresente, que barra qualquer outro instrumento (cordas e sopros inclusive) a sair do segundo plano. Yorke puxa o disco para a água, uma de suas paisagens favoritas, e deixa seguir um fluxo quase inconsciente, embora nada abstrato.

Enquanto isso, o Chico Barney propõe outra trilha sonora para a dancinha do Thom:

“Giving Up the Ghost”
A balada ao violão, no entanto, não é bem sucedida quanto a faixa anterior basicamente pela insistência do insistente coro de “don’t hurt me” que atravessa toda a música. A beleza da melodia, por isso, fica presa à repetição da frase, que deve funcionar bem ao vivo justamente por isso.

“Separator”
Termina bem o disco, juntando uma série de elementos que foram dispersos pela audição é uma música com cara de rock clássico e de última música de disco. Termina bem do mesmo jeito que começou.

Veredito por hora:
Com oito faixas, é quase um EP esticado, um grupo de canções que não chega a soar como um álbum, embora tenham uma coesão entre si. Mas não há uma faixa que destaque muito além das outras, um riff memorável, um refrão que cole de cara. Há, sim, uma franca admiração pelo dubstep e uma aula magistral de canto de Thom Yorke – e por isso mesmo King of the Limbs parece mais próximo do disco solo de Thom do que do extraordinário In Rainbows.

Mas isso é uma audição feita de forma errada, na frente do computador, pensando em palavras. Mais tarde (talvez amanhã, hoje à noite tem o LCD, né), ouço o disco direito e isso tudo pode mudar. Por hora, vale uma nota 7. Que, pro Radiohead, é uma nova vermelha.

E você, ouviu? Que achou?

Radiohead 2011: “If you think this is over then you’re wrong”

Se você acha que acabou, você está errado, canta Thom Yorke na última faixa do disco novo. Lembre-se que a versão “física” tem dois discos de vinil (10 polegadas, mas mesmo assim) e a que acabou de aparecer tem mais de meia hora. É como se eles tivessem lançado primeiro os lados B. Será?

Fuck Yeah, Thom Yorke

O que achou da dança de Thom Yorke?
É intuitiva… faz o que está sentindo, o que está cantando. Tem ritmo, pelo menos. Ele faz o que vêm à cabeça. Mas não é coreografada, né? Se ele for querer repetir, não vai sair da mesma forma. A não ser que ele imite o próprio vídeo depois.

Algum ponto a melhorar na performance?
Não, não… porque na verdade ele não dança. Ele se movimenta, ele se mexe em relação à melodia. E esses movimentos falam sobre se libertar, sobre flores, sobre o coração. Então ele está sentindo o que está cantando e quis mostrar isso de alguma forma.

Você dançaria esse tipo de música?
Dançaria sim, dependendo do ambiente. Não sou muito de eletrônica, de rave, mas chego em eventos que tem esse som e aí vou também por instinto. Começo alguma coreografia, jogo braço, jogo cabeça… só sentindo a música.

Acha que Thom ficou natural no vídeo?
Sim, sim… ele sente o teclado, a bateria, a guitarra. Achei a iluminação bastante interessante. Tudo ali tem um significado, mas mais pra ele do que pra quem está assistindo. Cada um vai interpretar de uma forma. E provavelmente não tem coreógrafo mesmo, só um diretor de cena.

Conseguiria coreografar “Lotus Flower”?
Dá pra coreografar sim, todas as músicas! Essa é um pouco difícil, indicaria pra quem tem uma formação de jazz, balé ou dança contemporânea. Eu não fiz curso, comecei com a dança de rua de Salvador, que é completamente diferente da dança de rua do Rio e São Paulo. Dançava Axé, pagode baiano e com o tempo tive que aprender um pouco de técnica, principalmente a contagem da música. A coreografia era sempre em cima da letra. Então se a letra disser: “vou pegar o telefone pra ligar pro Marcos”, tem que ter ali o movimento. Mas quando comecei a trabalhar também com a contagem da música, facilitou até pra decorar os passos.

Conhecia Radiohead? O que achou de “Lotus Flower”?
Não conhecia a banda, só de ouvir falar. Achei “Lotus Flower” muito boa… gostei do preto e branco no clipe. Ele tá falando de flores e, com esse preto e branco, parece que é uma flor que ainda vai florescer.

Dança, maldito. Dança que o Jacaré comenta.

Radiohead é o Tchan

4:20

“Lotus Flower” acústica

Dave Cullen foi rápido e já tirou “Lotus Flower” no violão. Sem a dancinha do Thom Yorke dá pra perceber como a música é boa mesmo.

Thom Yorke x Caetano Veloso

Não pare de ver o vídeo no início, hein! Vale a pena ir até o fim. Coisa do gênio Tiago Lyra, o mesmo do clássico instantâneo Phoenix Lisztomania Ribeirão Preto Brat Pack Mashup.