E as três horas e poucos minutos de show que o Cure fez em cada apresentação aqui na América do Sul foram tranquilamente ofuscadas pelo verdadeiro tour de force de QUATRO HORAS de música ao vivo na Cidade México que a banda de Robert Smith completou neste domingo, no mesmo dia em que o vocalista e líder da banda completava 54 anos (acho engraçado o fato de ele ser exatamente um ano mais velho que Brasília). Além do setlist idêntico ao que tocou nos shows por aqui (veja abaixo), Robert Smith ele tocou as duas sequências de músicas que alternou nas apresentações no Rio e São Paulo (em SP tocou “The Kiss”, “If Only Tonight We Could Sleep” e “Fight”; no Rio teve “Plainsong”, “The Same Deep Water as You” e “Disintegration”, no México, tocou todas as seis), se deu ao luxo de comemorar seu aniversário tocando, sozinho, “Three Imaginary Boys” e “Fire in the Cairo”, do primeiro disco da banda, e o estádio Foro Sol ainda foi chacoalhado por um terremoto que, felizmente, não causou vítimas. O editor-chefe do blog Side-Lines, Bernard Van Isacker, descreveu como foi o susto:
“I thought that I was loosing my balance as I felt the ground drifting away from under my feet. Then people started screaming and I was told that an earthquake was taking place. I could see those big station spot posts shaking back and forth as if there was a huge storm taking place. Instantly all communication via mobiles was also interrupted as thousands were trying to call their family. I guess Robert Smith had not better way to celebrate his birthday today.”
A foto que ilustra o post é da CNN.
Como uma tirinha torna-se um clássico a partir de um simples incidente geológico:
E minha coluna do Caderno 2 de hoje volta ao Charlie Sheen, mas pelos olhos do Brett Easton Ellis.
A queda do império
Charlie Sheen e a era digital
A essa altura do campeonato, você deve estar farto de ouvir falar em Charlie Sheen. O ator aprontou e desaprontou junto à produção do seriado Two and a Half Men, em que interpreta um personagem playboy mal-educado que vive uma vida de lazer e decadência, até que foi demitido. Antes de sua demissão, passou a provocar seus chefes com entrevistas em que jogava toda sua arrogância no ventilador, atirando contra tudo e todos que condenam seu estilo de vida com frases de efeito como “‘Não posso’ é o câncer do ‘acontecer’”, “morrer é para tolos”, além de um bordão que repetia quase como um mantra para suas bravatas: “Winning!”.
Demitido da emissora em que trabalhava, foi comemorar o feito no topo de um prédio, bradando contra todos enquanto agitava um facão e tomava uma bebida de uma garrafa escrita “sangue de tigre”.
Mas isso foi há duas semanas. Na semana passada, o escritor Brett Easton Ellis foi contra a massa que chiava do comportamento de Sheen e comemorou as ações do ator ao dizer que ele, na verdade, é uma “celebridade pós-império”, que dá às pessoas o que eles realmente querem ouvir. E o comparava a Lady Gaga, aos reality shows, ao Facebook e à apresentação de Ricky Gervais no Globo de Ouro deste ano. Mas Ellis não estava falando do império americano, não faz esse tipo de analogia barata.
O “império” em queda seria, no caso, toda a indústria de entretenimento que desmorona, principalmente, graças à internet. É ela que humaniza os ícones, destrói barreiras, conecta pessoas sem que elas precisem de um guia como antes. Em outras palavras, Charlie Sheen também é um ícone da era digital.
Telefone sem fio
Japão, CNN, Twiiter e o Godzilla
No dia da maior tragédia no Japão desde o fim da Segunda Guerra Mundial, um dos trending topics do Twitter era Godzilla. Mas olha como o monstrengo foi parar lá. Como é típico das emissoras de notícias em situações dessa proporção, a programação da rede CNN dedicou-se a comentar o acontecimento com todos os tipos de entrevistados. E um deles comparou a destruição do terremoto e do tsunami ao cenário de um filme de monstro. O telefone sem fio começou quando alguém ouviu a frase sendo dita na TV e perguntou no Twitter se a CNN havia feito alguma piada envolvendo o Godzilla.
Foi o suficiente para que milhares de seguidores da rede começassem a reclamar da falta de tato da apresentadora que estava no ar no momento, Rosemary Church. E, em poucas horas, ficou parecendo que o canal de notícias estava ironizando a tragédia. Prontamente, os responsáveis pela área digital da emissora anunciaram via Twitter que estavam checando para ver se aquilo havia sido dito mesmo e, logo depois, avisaram que era só um grande mal-entendido. Mas deve ter gente até hoje achando que a CNN pegou pesado demais…
E pra seguir na linha da paranóia, lembram daquele papo da filha da Baby Consuelo sobre as chuvas no Brasil no início do ano terem sido fabricadas? Esse loki vai além:
HAARP: olhe pro céu.
Dá pra falar algo a mais sobre o terremoto no Japão? Falar, todo mundo já falou, mas ainda tem muito o que mostrar, como fica evidente nessas imagens selecionadas pela ABC australiana (Australian BC e nao American) em seu site:
E esse vídeo então?
Bem boa essa versão da capa da Época que não foi pras bancas. Tá lá no Faz Caber, o blog da editoria de arte da revista.
Ou, melhor dizendo, cachorra. Sophie.