“Tem aquela do cara que queria ser humorista…”

, por Alexandre Matias

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Cissa e Bruno, no Literal, botaram Arnaldo, Allan e Leo pra entrevistar Jaguar e Nani. Entrevista nada, maior papo bom (dá pra ver em vídeo também): A foto é da Clarissa Pivetta e foi o portal quem liberou.

Nani. Tem uma história do Flávio Rangel ótima. Diz que tinha um tenente lá na Vila Militar e quando o Flávio Rangel chegou disse pra ele: “Ô, Flávio Rangel, vocês acham que só você são intelectuais? Pois fique sabendo que eu sou tenente e já li toda a obra de Dostoiévski”. “Ah é? Então me diz o nome do carcereiro de Dostoievski quando foi preso. Como é que é o nome dele?” “Eu não sei.” “Então, pois é, a história não registra o nome de carcereiro e não vai registrar o seu.” Hahahahaha [risos gerais].
Allan. Sensacional.
Jaguar. Parece que é brincadeira, mas foi o melhor período da minha vida. Eu ficava o dia inteiro lendo Guerra e paz, aquele calhamaço do Tolstoi, que você só lê na prisão. Subornava os guardinhas que me compravam cachaça, bebia o dia inteiro, e ainda era considerado herói, entendeu? Tortura, não houve.
Arnaldo. O Paulo Francis falou: “Você foi torturado?” “Fui, o carcereiro ouvia Wanderléa o dia inteiro.”
Jaguar. A única tortura física foi do Luis Carlos Maciel. Ele tinha o cabelo até aqui [bate com a mão no ombro], ele era o guru dos hippies na época, tinha aquela seção Underground [no Pasquim], e aí o cara falou, “corta o cabelo desse cara”. Aí cortaram a força e todo mundo falou “vamos fazer greve de fome”, e eu falei, “eu, não”. Hahahaha. “Eu vou furar a greve. Já tô preso, ainda vou ficar sem comer? Nem pensar.” E todo mundo ficou aliviadíssimo, porque eu era o furador de greve, entendeu? Aí o que aconteceu? O Maciel tava revoltado. “Ô, Maciel, você quer que eu te diga uma coisa? Você ficou muito melhor de cabelo curto. Tanto é que até hoje ele não deixou crescer o cabelo mais. Tá com o cabelo curto até hoje.

Só um aperitivo. O resto tá aqui.