Um outro Taxidermia vindo aí


Foto: Gabriel Rolim (divulgação)

O Taxidermia está prestes a sair caminhando. Duo formado pelos baianos Jadsa e João Milet Meirelles, o grupo eletrônico já existia antes da pandemia mas só conseguiu dar seus primeiros passos fonográficos durante aquele período tenso de isolamento social. De lá pra cá, lançaram dois EPs e começaram a se apresentar ao vivo, mostrando que a apresentação ia muito além do formato Live PA que a distribuição de funções – vocalista e instrumentista toca com produtor de música eletrônica – parecia propor, explorando ambiências e sensações para além do repertório mais voltado pra pista de dança. Às vésperas de lançar seu primeiro álbum, Vera Cruz Island, ainda sem data de lançamento, eles começam a mostrar a nova fase nessa sexta-feira, quando lançam o primeiro single do disco, batizado de “Clarão Azul”, que eles mostram em primeira mão aqui no Trabalho Sujo, e fazem uma apresentação no projeto Stereo MIS, do Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, a partir das 21h. Mais solar e tranquilo que as apresentações ao vivo do Taxidermia até então, o single ainda traz dois convidados: a vocalista sergipana Tori e o multiinstrumentista e produtor Pedro Bienemann. “‘Clarão Azul’ prepara o público para o universo do álbum”, explica João, que também é integrante do grupo BaianaSystem. “Trata sobre a ilha de Vera Cruz e nossa relação cheia de afetos por esse espaço. Estabelece o ambiente imagético que queremos trazer para nosso trabalho.” Jadsa completa: “A gente já vinha correndo atrás de soar um tanto mais orgânico, o que já parece fora da curva pelo fato de tocarmos música eletrônica e na maioria das vezes o timbre acompanhar o conceito, mas esse single tem muito uma necessidade natural de ser crua e o que mais nos inspirou foi o disco Flying Away, de 1997, da banda Smoke City”. E assim a dupla sai da primeira infância caminhando com passos firmes.

Ouça abaixo:  

Temperatura e pressão controladas

Se você puder assistir ao Taxidermia – o encontro eletrônico dos baianos Jadsaa com João Meirelles – num teatro, não deixe essa oportunidade escapar. Num contexto de temperatura e pressão controladas, o espetáculo proposto pelos dois (com luz da Maíra Morena, projeções do Gabriel Rolim e participação especialíssima de Pedro Bienemann) ganha várias camadas de entendimento que vão para além do simples encontro da voz com a eletrônica, derretendo cérebros e corações na primeira sessão da temporada Choque Térmico, que continua nas próximas segundas-feiras. sempre no Centro da Terra.

Assista aqui.  

Choque Térmico

O calor humano e a frieza das máquinas são criações culturais. Claro que a mudança de temperatura nestes dois corpos distintos podem por fim em suas atividades nativas, mas a frieza orgânica e o calor mecânico ou digital também são realidades possíveis e não significam que um meio deixa de existir a partir desta mudança de temperatura. Durante as segundas-feiras de julho reunimos artistas que transpõem estas duas linguagens em quatro apresentações distintas. A primeira delas acontece excepcionalmente numa terça-feira, quando o Taxidermia dos baianos Jadsa faz e João Millet Meirelles conta com a presença do músico Pedro Bienemann. As segundas seguintes recebem formações distintas. No dia 11 Bernardo Pacheco abre mais um capítulo de seu projeto de improviso livre Formação, quando realiza o Reforma #4 ao lado de nomes tão distintos quanto Juçara Marçal, Rayani Sinara, Yusef Saif e Mau Schramm. Na segunda seguinte, dia 18, é a vez da instrumentista Sue mostrar suas composições com dois convidados distintos, Eddu Ferreira e Paula Rebellato. E na última segunda-feira, Theo Charbel mostra suas canções misturando as diferentes linguagens ao lado dos músicos Guilherme D’Almeida e Vinícius Rodrigues. Os espetáculos no Centro da Terra começam sempre pontualmente às às 20h e quem quiser comprar os ingressos antes, é só acessar este link.

Centro da Terra: Julho de 2022

O mês de julho já começou mas a temporada deste mês no Centro da Terra começa só nesta terça-feira por motivos de logísticas. Propus uma temporada com vários artistas para as segundas-feiras, mas a Jadsa só conseguia chegar na terça, por isso a temporada Choque Térmico começa neste dia 5 de julho. A proposta é reunir artistas que misturem as linguagens eletrônica e analógica sem pensar nos limites entre ambas. A primeira noite acontece com o Taxidermia, que Jadsa faz com João Millet Meirelles, e a dupla recebe o músico Pedro Bienemann. Na próxima segunda, dia 11, é a vez de Bernardo Pacheco provocar mais uma apresentação de seu projeto Formação, quando chama Juçara Marçal, Rayani Sinara, Yusef Saif e Mau Schramm para uma noite de improviso livre. No dia 18, a guitarrista Sue, da banda Ozu, apresenta seu trabalho solo ao lado de Eddu Ferreira e Paula Rebellato. E fechando a temporada, dia 25, a multiinstrumentista Theo Charbel convida Guilherme D’Almeida e Vinícius Rodrigues para mostrar suas canções. E isso é só uma temporada. Na próxima terça, dia 12, é a vez de Experimentos n°1, projeto que a artista russa Lena Kilina apresenta com o artista multimídia Dudu Tsuda. Depois, na terça dia 19, Malu Maria, Tika e Laya apresentam o projeto Ondas Sísmicas, concebido pelo pesquisador Gabriel Bernini para celebrar a presença da mulher na música brasileira e o show terá apresentação da Laura Diaz, do grupo Teto Preto. Encerrando o mês a banda paulista Bike sobe pela primeira vez no palco do Centro da Terra para mostrar as músicas de seu próximo LP com a presença do produtor do disco, o guitarrista Guilherme Held. As apresentações começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.