15 anos de Tatá Aeroplano

tata-aeroplano-15-anos-centro-da-terra-trabalhosujo

O espaço cultural Centro da Terra me para fazer a curadoria de shows de música em suas premissas, aqui na região entre o Sumaré, Perdizes e Pompeia. Com shows realizados todas segundas-feiras, a temporada visa dissecar diferentes facetas ou mostrar outras personalidades de artistas estabelecidos em quatro shows por mês, cada um com a sua cara. O primeiro fruto da parceria é a temporada que comemora 15 anos da carreira do músico, cantor e compositor paulista Tatá Aeroplano. São quatro shows diferentes que mostram as diferentes caras do Tatá, que já é um dos principais nomes da cena independente brasileira.

Os shows acontecem todas segundas-feiras e serão divididos com diferentes formações e projetos – clássicos e novos – da carreira de Tatá. O primeiro show é o lançamento do disco Cosmic Damião, da dupla Frito Sampler, composta também por Julia Valiengo (dia 6 de março), seguido do show inédito ao lado de Bárbara Eugênia, mostrando o disco composto em dupla que será lançado no meio de 2017 (dia 13 de março). O terceiro show é uma apresentação do projeto Zeroum, ao lado do músico Paulo Beto (dia 20 de março) e encerrando com a apresentação do disco Step Psicodélico. Você pode comprar ingressos para cada um dos shows (aqui para o do Frito Sampler, aqui para o show com Bárbara Eugenia, aqui para o show do Zeroum e aqui para o show do Step Psicodélico) ou comprar para assistir aos quatro shows (aqui) e ter a experiência completa pagando menos. Mais informações no site do Centro da Terra.

Frito Sampler

Frito Sampler

O show do Frito Sampler com sua banda chamada Hippie Hunters é uma experiência musical_/visual como poucas na obra de Tatá. Mistura cinema, teatro, quadrinhos e contracultura numa performance ousada e dançante. O Frito Sampler é um personagem criado por Tatá Aeroplano, que sobe no palco acompanhado por Julia Valiengo (Trupe Chá de Boldo), Pedro Gongom (Gustavo Galo), Otávio Carvalho (Vitrola Sintética), Marcos Till (Tigre Dente de Sabre) e Moita Mattos (Porcas Borboletas). Com esse show, Tatá Aeroplano encarnando Frito Sampler, resgata as performances nonsense e marcantes que apresentava com a banda Jumbo Elektro. Ingressos aqui.

Frito Sampler – “Cosmic Damião”

Frito Sampler – “Aladins Bakunins”

Bárbara Eugênia & Tatá Aeroplano

Tata_Barbara

Em novembro de 2014 Tatá Aeroplano e Bárbara Eugênia passaram alguns dias na Fazenda Serrinha com o objetivo de compor material para um álbum inédito da dupla. Eles voltaram pra sampa cheios de músicas na bagagem e agora se preparam para registrar esse novo álbum com Bruno Buarque, Dustan Gallas e Junior Boca. Antes de entrar em estúdio, eles apresentam as novas canções em show intimista, dia 13 de março, no Centro da Terra. Ingressos aqui:

Bárbara Eugênia & Tatá Aeroplano – “Vida Ventureira”

Zeroum

Zeroum-1

Zeroum é um projeto idealizado pelo mestre Paulo Beto, que também dirige as bandas Anvil Fx e Frame Circus e é um dos principais produtores musicais atuando no Brasil. Atualmente como duo, Tatá Aeroplano e Paulo Beto, Zeroum é uma experiência psicosônica rock/eletrônica inspirada na cena alemã dos anos 70, na cena No Wave de Nova York nos anos 80. O conceito do trabalho é baseado em estruturas simples que se sobrepõem formando desenhos complexos. Uma inflamada mistura de inspiração, improvisação e bases eletrônicas contagiantemente dançantes. Bases demolidoras com sons digitais e analógicos e vocais altamente insanos. A dupla entrou em estúdio recentemente e lançam o disco no segundo semestre. Ingressos aqui:

Zeroum ao vivo

Step Psicodélico

step-tata

Acompanhado de Dustan Gallas (Cidadão Instigado), Junior Boca (Otto), Bruno Buarque (Karina Buhr), Dj Marco (Criolo) e Julia Valiengo (Trupe Chá de Boldo), Tatá Aeroplano aterrissa cantando canções dançantes, alegres e envolvente, presentes no álbum Step Psicodélico, indicado como um dos melhores lançamentos de 2016 pela APCA. No repertório, além das músicas do novo disco, ele faz um passeio por seus dois discos anteriores com músicas emblemáticas como “Tudo Parado na City”, “Night Purpurina” e “Entregue A Dionísio”, entre outras. Nesse show Tatá resgata o espírito festivo e maluco beleza das bandas Cérebro Eletrônico e Jumbo Elektro! Ingressos aqui:

Tatá Aeroplano – “Step Psicodélico” (ao vivo no Cultura Livre)

Tatá Aeroplano – “Eu Inezito” (ao vivo no Cultura Livre)

Temporada 15 anos de Tatá Aeroplano
Local: Centro da Terra (rua Piracuama, 19, Sumaré)
Horário: 20h
Capacidade: 100 pessoas
Preço: R$30 Inteira
R$15 Meia

Os 75 Melhores Discos de 2016 – 19) Tatá Aeroplano – Step Psicodélico

19-tata

Evoé vai-vai na fé.

Vida Fodona #546: E segue o baile

vf546

Pedra que rola…

Dentro da mente de Júpiter Maçã

odisseia-jupiter

“No ano retrasado fui assistir a um show do Júpiter em São Paulo e, depois do show, ficamos conversando e eu sugeri a ele que fizesse um livro, exatamente por conta da qualidade das letras das músicas dele, que eu acho extremamente originais, criativas e escrachadas”, me conta o músico gaúcho Juli Manzi, conterrâneo do mito psicodélico brasileiro, que acaba de lançar, como ele mesmo diz, uma “autobiografia fictícia” de Júpiter Maçã chamada A Odisseia: Memórias e Devaneios de Jupiter Apple, que já está à venda pela Azougue Editorial (dá para comprar no site da editora por aqui).

“Ele me respondeu dizendo que sempre quis escrever um livro contando a história da vida dele, e que estava procurando um ghost writer para fazê-lo”, continua o autor do livro. “Me deu um longo abraço e disse ‘senti uma energia boa nos meus chakras’, assim começou a nossa parceria. Poucas semanas depois, começamos a trabalhar. Quando ele iniciou a contar sua história dizendo que o Mick Jagger e o Keith Richards estiveram na sua maternidade, eu logo entendi qual era a pegada do livro.”

Júpiter, que morreu no final do ano passado, foi um personagem crucial na consolidação tanto da psicodelia brasileira quanto do rock gaúcho na virada do século passado para o atual e era conhecido tanto por um indefectível senso melódico, por sua maestria multiinstrumental, pelo humor boca suja e por uma noção épica de sua própria importância, principal característica do livro, costurado a partir de papos entre biógrafo e biografado que somam mais de 30 horas de conversa. “É um material fabuloso, que subsidiou o livro”, explica.

Júpiter Maçã e  Juli Manzi

Júpiter Maçã e Juli Manzi

“Chamamos o livro de uma autobiografia ficcional porque toma os episódios da vida dele como pontos de partida para novos saltos criativos, recheados de muito bom humor e inventividade, que eram marcas registradas do Júpiter”, resume Manzi, que convidou o músico e discípulo de Júpiter Tatá Aeroplano para escrever a apresentação do livro, reproduzida com exclusividade aqui no Trabalho Sujo, leia abaixo:

Impossível me esquecer do dia em que comprei meu exemplar do clássico A Sétima Efervescência na Baratos Afins… Voltei pra casa a pé como de costume… Pré-Internet… Eu não tinha a mínima ideia do que ia encontrar pela frente… Coloquei o disco pra rolar… “Um Lugar do Caralho”… E meu roommate apareceu na sala dizendo: “– QUE PORRA É ESSA!?”, com uma das melhores caras que eu vi ele fazer em toda minha vida. Disse ao “Paul”: “– Isso é JÚPITER MAÇÔ.

A Sétima foi um dos alumbramentos mais lindos e psicodélicos que eu tive… E na sequência veio o Plastic Soda, outra pedrada do man… Acabamos amigos, fizemos o média-metragem Apartment Jazz… E fizemos algumas festas que duraram alguns dias… O meu amigo “Paul”, apelidado carinhosamente pelo Júpiter, chegou a achar que a gente andava transando alguma droga muito poderosa pra ficar tantos dias ligados no 220v ouvindo som na sala… Era só música o tempo inteiro saindo de uma caixa mono, papos transcendentais, café e alguns drinks… A gente escutava os discos dos Beatles e Stones sempre duas vezes… Por conta do som sair em mono… A gente mudava o cabo e fazia outra audição.

O Flavio Basso tinha esse magnetismo incrível… Era de outro tempo… Outra existência. A gente conversava sobre tudo… Eram madrugadas de alta filosofia… Ele abrigava um universo maravilhoso dentro daquela cachola.

Em A Odisseia estão registradas histórias loucas que o man viveu e imaginou, algumas ele me contou enquanto tomávamos o power coffe da três da matina… Outras fiquei sabendo lendo esse delicioso livro…

Tá tudo aqui. Sua ironia fina, sua gargalhada esparramada. Saudades, man

Dissecando Step Psicodélico: “Quem anda torto não tem conserto”

tata2016

Tatá Aeroplano lança seu melhor disco nesta sexta, no Itaú Cultural (mais informações aqui), e, mesmo já tendo conversado com ele sobre o disco, pedi para que ele o analisasse faixa a faixa. Lá vai:

“Todos os Homens da Terra”

Ouça “Todos os Homens da Terra”

“Cadente”

Ouça “Cadente”

“Step Psicodélico”

Ouça “Step Psicodélico”

“Dois Lamentos”

Ouça “Dois Lamentos”

“Outono à Toa”

Ouça “Outono à Toa”

“Luz no Fim da Tela”

Ouça “Luz no Fim da Tela”

“Aventureiros”

Ouça “Aventureiros”

“Eu Inezito”

Ouça “Eu Inezito”

“Copo de Pedra”

Ouça “Copo de Pedra”

“Passando o Chapéu na Noite Purpurina”

Ouça “Passando o Chapéu na Noite Purpurina”

Dá pra baixar Step Psicodélico (e todos os outros discos do Tatá) lá no site dele.

Vida Fodona #533: Frio e sol

vf533

Mudança de estação.

Jane Weaver – “Don’t Take My Soul”
Ladyhawke – “Paris is Burning (Cut Copy Remix)”
JJ – “Things Will Never Be The Same Again”
Lemon Jelly – “The Stauton Lick”
Yumi Zouma – “Catastrophe”
Helvetia – “Old, New Bycicle”
Bees – “Listenig Man”
Mild High Club – “Note to Self”
Of Montreal – “The Party is Crashing Us”
Guilherme Arantes – “Deixa Chover”
Mahmundi – “Desaguar”
Daryl Hall + John Oates – “You Make My Dreams”
Dumbo Gets Mad – “Future Sun”
Boogarins – “Mario de Andrade/ Selvagem”
Brian Eno – “St. Elmo’s Fire”
Jupiter Apple – “Bridges of Redemption Park”
Tatá Aeroplano – “Outono à Toa”
Built to Spill – “Bad Light”
Arcade Fire – “Flashbulb Eyes”
Melody’s Echo Chamber – “Some Time Alone, Alone”
Good Morning – “Warned You”
Elliot Smith – “A Passing Feeling”
Lupe de Lupe – “Colgate”

Vida Fodona #532: Baixas temperaturas

vf532

Segue o frio – e que frio!

Clash – “Should I Stay or Should I Go?”
Stooges – “T.V. Eye”
Inocentes – “Ele Disse Não”
Smack – “Rádio Smack”
The Fall – “Living Too Late”
New Order – “Every Little Counts”
LCD Soundsystem – “Dance Yrself Clean”
You Can’t Win, Charlie Brown – “Above the Wall”
Konk – “Konk Party”
Painel de Controle – “Relax (Extended Waxist Version)”
Sequence – “Funk You Up (Long Version)”
Daft Punk + Julian Casablancas – “Instant Crush”
Paul Simon – “The Werewolf”
Talking Heads – “Papa Legba”
John Carpenter – “This is Not a Dream”
Giorgio Moroder – “74 is the New 24”
Hot Chip – “Flutes”
Céu – “Varanda Suspensa”
Hurts – “Lights”
Radiohead – “Identikit”
Tatá Aeroplano – “Cadente”
Michael Kiwanuka – “Love & Hate”
Wilco – “If I Ever Was a Child”

O Step Psicodélico de Tatá Aeroplano

step-psicodelico

Músico e compositor de múltiplas facetas, Tatá Aeroplano chega a um consenso artístico com as próprias personalidades em seu melhor disco, o delicioso Step Psicodélico, que ele decidiu lançar no Trabalho Sujo. Seu terceiro disco solo repete a colaboração com a banda formada por Junior Boca, Dustan Gallas e Bruno Buarque com quem colaborou nos dois primeiros álbuns, mas chacoalha-se manhoso erguendo ecos de suas personas em projetos do passado e do presente, como o Jumbo Eletro, o Cérebro Eletrônico e o Frito Sampler.

Ter incluído o termo “psicodélico” no título do disco ajudou na definição deste conceito. “Entramos pra gravar o disco e ele não tinha nome ainda”, me explica por email. “Foi assim com o Na Loucura & Na Lucidez (seu disco anterior), eu vou sentindo tudo na hora, o inconsciente e o acaso estão agindo o tempo todo. Quando a gente já estava com o disco todo gravado, saquei que a canção ‘Step Psicodélico’ daria nome ao disco. Foi natural, e eu me senti à vontade com nome.” O disco também teve forte influência de Júpiter Maçã, um dos gurus de Tatá, quemorreu no ano passado quando ele gravava os vocais com uma nova convidada de sua banda, a vocalista Julia Valiengo, que também participa da banda Frito Sampler.

Além de Julia, outros amigos de Tatá participam desse Step, como Peri Pane (que abre o disco com sua “Todos os Homens da Terra” e seu timbre grave), Ciça Gois e Bárbara Eugenia, com quem divide vocais na faixa título. Esta, inclusive, é sua parceira em um de seus próximos trabalhos, já que Tatá não para: “Nós vamos lançar no ano que vem”, planeja. “Não vejo a hora da gente entrar em estúdio pra gravar com a Bárbara esse disco vai ser massa demais”, comemora.

O disco também pode ser baixado no site oficial de Tatá e ouvido no Bandcamp e no YouTube (e, em breve, em todas as plataformas de streaming).

Quando você começou a pensar nesse disco? Quando você viu que Na Loucura & Na Lucidez havia terminado seu ciclo e era hora de começar um novo?
A gravação do primeiro disco em 2012 no Estúdio Minduca com Dustan Gallas, Junior Boca e Bruno Buarque, foi marcante e um baita aprendizado pra mim, tive uma verdadeira aula de produção musical com os rapazes. Em dezembro de 2013 já engatamos no disco Na Loucura & Na Lucidez. Foi muito boa a experiência de lançar o primeiro disco em 2012 e o segundo em 2014. No ano passado eu já tinha organizado da gente gravar um novo álbum. Eu componho numa velocidade insana, é música o tempo inteiro, a gente vai atropelando um disco no outro.

Como aconteceu o processo de criação e gravação do disco? O quanto os músicos estiveram envolvidos no processo de criação?
A nossa dinâmica musical dentro de estúdio é ótima. Tudo muito visceral. Quando entro pra gravar eu me entrego de corpo e espírito e vivemos totalmente dentro do clima do disco. Acho que nós vamos emendando os ciclos entre um disco e outro. São os tempos que vivemos, onde tudo é intenso. Tem a vida real e tem a vida virtual. Viver esse novo momento tem sido incrível.
No ano passado eu fiz uma mini tour incrível em Portugal. Tomei contato com alguns nomes da música popular de lá, como Serginho Godinho e Fausto, com a geração atual, Samuel Úria …Capitão Fausto. Voltei pro Brasil e eu fui participar do álbum Frou Frou da Bárbara. O Peri Pane estava lá também e me mostrou a letra de “Todos Os Homens da Terra”, eu li uma vez e criei a melodia na hora. No dia seguinte, o Peri me enviou a música, e nesse mesmo dia eu musiquei uma letra do Gustavo Galo … passei a tarde inteira compondo … nasceu no mesmo dia “Step Psicodélico”, “Dois Lamentos” e “Passando o Chapéu Na Noite Purpurina”, num só dia nasceu a espinha dorsal do disco.
Ontem, nos reunimos pra festejar. E lá pelas tantas, todos dançando e curtindo as canções que nos embalaram na adolescência. Todos estiveram totalmente envolvidos durante as gravações. O disco tem a participação preciosa e fundamental da Julia Valiengo, que também faz parte do banda do Frito, a gente tem uma conexão musical cósmica e ela canta comigo em boa parte desse novo trabalho. Foi o terceiro álbum com as mesmos parceiros, Dustan Gallas, Junior Boca e Bruno Buarque no mesmo estúdio. Então fica fácil porque a gente tá muito entrosado. Levantávamos todos os arranjos coletivamente e já gravávamos tudo. Foi um disco muito ao vivo. Eu ficava com a Julia, num compartimento cantando juntos de frente pro outro. Rendeu super essa dinâmica e muita coisa de voz feita nos primeiros takes ficaram.

Step Psicodélico faz uma espécie de genealogia da psicodelia ecoando Mutantes, o pós-tropicalismo, Júpiter Maçã, Of Montreal, Tame Impala, Boogarins. Você acha que o cânone da música psicodélica está cada vez mais sólido?
Acho sim, aliás, a música psicodelica sempre alterou meus sentidos naturalmente, me causa uma embriaguez canábica que eu adoro. E nos dias de hoje, que não existe mais a industria da música, a gente segue livre gravando os discos buscando a sonoridade que a gente mais gosta. Por isso a música psicodélica atual vive seu apogeu. É um dos momentos mais incríveis para essa psicodelia. Aliás, a geração dos 20 anos agora está deliciosamente psicodélica. Tá lindo demais e na música essas bandas que você citou são sempre fonte de inspiração pra mim.

O que você tem achado desse revival psicodélico, tanto no exterior quanto no Brasil? Quem são seus novos artistas favoritos nesta seara?
Semana passada vi o show da banda Luneta Mágica em Sampa, adoro eles, são de Manaus estavam em turnê por Sampa. Piro com o Supercordas, O Terno, Rafael Castro, tem meu amigo Juliano Gauche que também é adepto da psicodélia em seus álbuns, Cidadão Instigado, o Junior Boca tem uma banda incrível chamada Submarinos, curti muito o som Phill Zr, que eu conheci recentemente, ele é do interior e muito talentoso, conheci no ano passado o Gago Gnomo, outro cara que bebe na fonte da psicodelia e inclusive me acompanhou em alguns shows que eu fiz em Sampa. Mutantes e Júpiter Maçã vivem comigo o tempo inteiro. É tanta coisa que eu já me perdi aqui … Das bandas gringas … Of Montreal, Connan Mockassin, Tame Impala, Grizzly Bear, são artistas atuais que me fizeram a cabeça e os psicodélicos mili anos nunca saem do meu toca discos, Love, Jefferson Airplane, Tyranossauro Rex, The Doors.

tata-2016

Júpiter Maçã morreu antes do lançamento desse disco. Sua morte influenciou o disco de alguma forma? Quais suas principais lembranças do saudoso Flavio Basso?
Eu estava com a Julia quando soube do Flavio. A gente tinha acabado de gravar naquele dia as canções em voz e violão pra enviar pro Bruno, Dustan e Boca. Em janeiro eu fui fazer um show com a Julia no Teatro Rural, que fica ao lado do Galpão Busca Vida, e um amigo nosso, o Davi Daidone, nos contou uma história que ele tinha vivido em Joanópolis, a cidade ficou sem luz por conta de uma tempestade e sempre que acontece isso algumas pessoas saem pelas ruas incorporando o lobisomen … No dia seguinte eu estava com a Julia e fizemos a canção “Copo de Pedra”, eu sinto uma influência roqueira do Jupiter nessa canção.
Eu convivi bastante tempo com o Flavio, entre 1999 e 2003. Ajudei ele a fazer o média metragem “Apartment Jazz” e pude acompanhar ele criando, em ação, foi minha maior escola até hoje. Aprendi muito com ele. O Flavio vivia criando o tempo todo e tudo que ele fazia tinha a assinatura dele.

Fale um pouco do tributo que vocês fizeram a Júpiter na Virada Cultural. Quem teve a ideia e como você foi envolvido? Alguém ficou de fora por algum motivo incontornável?
Eu participei do tributo ao convite do Clayton Martin e do Astronauta Pinguim. Eles me convidaram pra eu entrar pra banda e cantar uma parte do repertório do man. Eu não acompanhei a escolha dos convidados e tals, mas muita gente que tocou com Jupiter estava lá: Julio Cascaes, Ray Z, Pinguim, Clayton, Dustan Gallas, Glauco Caruso, Marcelo Gross. Eu sonhei essa noite que tinha outro show onde estavam o Thunderbird e o Scandurra, os dois estavam fazendo shows na Virada do estado que bateu com a Virada de são paulo.

Como serão os shows desse disco? Quando acontece o lançamento e qual a formação da banda?
A gente faz sempre da mesma maneira, gravamos o disco e depois caimos na estrada com o DJ Marco, que solta todos os arranjos que o Dustan Gallas escreve para as canções. Agora teremos a Julia Valiengo conosco, então os shows terão as presenças de Bruno Buarque na bateria, Junior Boca na guitarra, Dustan Gallas no baixo, DJ Marco nos samplers e eu e a Julia nos vocais! Vamos lançar o disco na rede hoje e o show de lançamento em breve será anunciado.

A música brasileira vive sua fase mais rica?
É um dos momentos mais ricos com certeza, acho que hoje, pela facilidade em gravar discos com qualidade técnica e com as mudanças do mercado fonográfico, todo mundo que tiver afim de fazer um álbum colocando toda a verdade e amor lá dentro … sai com um belo disco pra lançar e divulgar. Nós vivemos o melhor momento pra fazer esse tipo de coisa nos dias de hoje.

Os 75 Melhores Discos de 2014 58) Tatá Aeroplano – Na Loucura & Na Lucidez

top2014-58-tata

Vida Fodona #475: Ainda temos algumas semanas de 2014 pela frente

vf475

E ainda tem mais essa.

Who – “I Can’t Explain”
Fratellis – “Chelsea Dagger”
Dr. Dog – “Heart it Races”
Spoon – “Inside Out”
Alvvays – “Adult Diversion”
Giancarlo Ruffato – “Alfredo”
Bonifrate – “Aldebaran”
Beck – “Sunday Morning”
Christopher Owens – “Riviera Rock”
Erlend Øye – “Fence Me In”
Pretenders – “Brass in Pocket”
War on Drugs – “Red Eyes”
Foster the People – “Whodini”
Norman Greenbaum – “Spirit in the Sky”
Marilene – “Sinal Vermelho”
João Bosco – “Cobra Criada”
Tatá Aeroplano – “Na Loucura”

Colaê.