Vida Fodona #530: Bernie Worrell (1944-2016)

vf530

O legado de um mago das teclas elétricas:

Vida Fodona #528: Contra o frio

vf528

Uma trilha para esquentar o cérebro.

Raul Seixas – “Novo Aeon”
O Terno – “Medo do Medo”
Talking Heads – “New Feeling”
The Fall – “Cruiser’s Creek”
B-52’s – “Party Out of Bounds”
Wire – “Start to Move”
Pere Ubu – “Heart of Darkness”
Metá Metá – “Obá Kossô”
Sonic Youth – “Skip-Tracer”
Tiny Fingers – “The Fall”
Young Marble Giants – “Include Me Out”
Fellini – “Massacres da Coletivização”
Doors – “Strange Days”
Stranglers – “Walk On By”
XTC – “Making Plans for Nigel”
Legião Urbana – “A Dança”
Public Image Ltd. – “Swan Lake”
Cure – “One Hundred Years”
Jards Macalé – “Let’s Play That”
Tom Zé – “Mã”
Gilberto Gil + Jorge Ben – “Filhos de Ghandi”
Elis Regina – “Cobra Criada”
Mariana Aydar – “Mamãe Papai”

Todo o show: Talking Heads ao vivo no Capitol Theatre, 1980

Talking Heads 1980

1980 talvez seja o grande ano do Talking Heads, quando o quarteto de Nova York abraça completamente as explorações musicais rítmicas, abraçando África e Caribe como se a new wave tivesse sido inventada por Fela Kuti numa tentativa de ironizar o ocidente. Além de consagrar a parceria do grupo com o produtor Brian Eno (que forjou suas duas obras-primas, Fear of Music e Remain in Light), o grupo ainda trouxe o ás da guitarra Andrew Belew para apresentações ao vivo e incorporava percussionistas, tecladistas e vocalistas negros para encorpar o som. Uma de suas apresentações mais memoráveis (em Roma) é deste ano, como este show recém-descoberto de Nova Jérsei, gravado no Capitol Theatre, uma das poucas casas da época que tinha um sistema de multicâmeras.

O setlist segue abaixo e o show foi uma dica do Dangerous Minds.

“Psycho Killer”
“Warning Sign”
“Stay Hungry”
“Cities”
“I Zimbra”
“Drugs”
“Once In A Lifetime”
“Animals”
“Houses In Motion”
“Born Under Punches (The Heat Goes On)”
“Crosseyed And Painless”
“Life During Wartime”

Refrão 1
“Take Me To The River”

Refrão 2
“The Great Curve”

Vida Fodona #473: Acertando a filigrana

vf473

Um Vida Fodona feito na madruga.

She & Him – “God Only Knows”
Jonny Greenwood – “Spooks”
Dr. Dog – “Heart It Races”
Modest Mouse – “Lampshades On Fire”
Scissor Sisters – “Laura”
Thiago Pethit – “1992”
Little Boots – “Heroine”
Bryan Ferry – “Don’t Stop The Dance (Idjut Boys Dub)”
AlunaGeorge – “Supernatural (Pomo Remix)”
Talking Heads – “Psycho Killer (Drop Out Orchestra Remix)”
Les Sins – “Bother (Morgan Geist Remix)”
Kate Tempest – “Marshall Law”
Of Montreal – “Bassem Sabry”
Supercordas – “Sobre o Amor e Pedras”
Gilberto Gil + Jorge Ben + Sérgio Mendes – “Emoriô”

Vem cá.

Vida Fodona #441: Atrasadaço, mas quem tá com pressa?

vf441

Aumenta o som!

Sam Cooke – “Wonderful World”
O Terno – “Quando Estamos Todos Dormindo”
Thurston Moore – “The Best Day”
Mombojó + Céu – “Diz o Leão”
De Leve – “Melô da Amônia”
Gal Costa – “Vapor Barato”
Talking Heads – “Heaven”
Mercúrias – “Desse Jeito”
Iggy Azalea + Charli XCX – “Fancy”
Saint Pepsi – “Fiona Coyne”
Caribou – “Dive”
The Pool – “Jamaica Running (Poolside Edit)”
Jungle – “Platoon”
Phoenix – “Bankrupt! (Gesaffelstein Remix)”
Marina Lima – “Gata Todo Dia”
Haim – “My Song 5”
Sia – “Soon We’ll Be Found”

Llega más!

Vida Fodona #421: Retomando as atividades

vf421

Depois de dias no sol, vamos recomeçar tudo no frio.

Dhani Harrison – “For You Blue”
Primitives – “Do the Ostrich”
Black Keys – “In Time”
Los Campesinos – “You! Me! Dancing!”
Lana Del Rey – “West Coast (Dan Heath Orchestral Remix)”
Joyce – “Clareana”
Mombojó + Laetitia Sadier – “Summer Long”
Lorde – “Tennis Court (Flume Remix)”
Nina Sky + Smoke DZA – “Stoners”
Kendrick Lamar – “Swimming Pools (Explicit)”
Warpaint – “Keep it Healthy (EL-P Remix)”
Daughter – “Amsterdam”
Say Lou Lou – “Feels Like We Only Go Backwards”
Eric Burdon + War – “Paint it Black”
Talking Heads – “(Nothing But) Flowers”
Neneh Cherry – “Dossier”
Ariana Grande + Mac Miller – “The Way”
Kinks – “People Take Pictures of Each Other”

Por aqui.

Só o baixo: Rolling Stones, Beatles, Sonic Youth, Yes, Who, Rush, Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine e mais…

paul-bass

O Dangerous Minds postou uma série de vídeos de clássicos da música contemporânea em que o canal do baixo elétrico é isolado, mostrando a força do instrumento na formação básica do rock. Fui além da lista original do site (que inclui Hendrix, Police, Stones, Rick James, Big Country) e incluí outros vídeos que encontrei por aí (de nomes como Who, Beatles, Queen, Yes, Rush, Queens of the Stone Age, Rage Against the Machine, entre outros). Segura a baixêra aí embaixo:

 

Reginal Rossi doidão

todoidao

E pra quem ainda insiste apenas no aspecto cafona ou na hombridade canalha do recém-falecido mestre Reginaldo Rossi, o Sala 70 vem nos lembrar dessa pérola da jovem guarda psicodélica do bardo pernambucano.

Ele mexeu pouco no original, saca só:

Já o próprio Reginaldo deu um belo trato na versão que traduziu (“Les Daltons”, sobre a quadrilha de bandidos do quadrinho francês Lucky Luke, o trabalho que Goscinny, do Asterix, fez com o roteirista Morris):

E esse riff de metais é a cara de “Puzzling Evidence” dos Talking Heads, gravada décadas depois:

Todo o show: Talking Heads ao vivo no CBGB’s, em dezembro de 1975

talkingheads

Meia hora de Talking Heads clássico, não precisa agradecer…

O setlist segue abaixo:

 

Lee Ranaldo, o cientista maluco

lee-ranaldo-sesc-pompeia

O fim do Sonic Youth parece ter liberado seus integrantes do ruído e da microfonia – pelo menos foi isso que deu para entender a partir dos primeiros trabalhos que dois de seus fundadores lançaram. Demolished Thoughts, o segundo disco solo de Thurston Moore, lançado em 2011, era quase todo composto ao violão e a produção do Beck enfatizava o lado bucólico e solitário das canções. O de Lee Ranaldo, Between the Times and the Tides, também segundo disco, lançado no ano passado, também tinha maior foco em canções quase sessentistas de tão perfeitinhas. Mas os shows dos dois guitarristas no Brasil mostrou que o que eles gostam mesmo é de barulho. Thurston, em abril do ano passado, trouxe uma banda de apoio que meses depois se tornaria o Chelsea Light Moving, uma banda elétrica o suficiente para não ter nada a ver com o disco que a reuniu. Agora é a vez de Lee Ranaldo, que se apresenta no Brasil em quatro datas – duas no formato rock e a banda The Dust, e duas no formato arte, ao lado da esposa Leah Singer.

Na tradição do Sonic Youth, Lee Ranaldo era o cientista maluco, o desbravador das fronteiras da eletricidade sonora, enquanto Thurston era o maníaco do punk rock, o autor de “Teen Age Riot”. E por mais que seu disco mais recente soasse domesticado e pop, quando ele o trouxe para o palco da choperia do Sesc Pompéia, abria espaços entre refrões, introduções e letras para espasmos sonoros descontrolados e eufóricos, sendo acompanhado por músicos na mesmíssima sintonia de sua antiga banda – um deles, o mestre baterista Steve Shelley, eterno baterista do SY. O guitarrista Alan Licht ia da microfonia e ao discreto apoio ao líder da banda, enquanto o baixista Tim Luntzel criava contrapontos musicais impensáveis na formação do Sonic Youth, com um dedo no jazz e outro no rock clássico. Mas por mais que brilhassem como músicos, o holofote caía sempre em Lee Ranaldo.

Muito à vontade, ele não apelou para o populismo de tentar falar em português e assumiu que seu público entendia o inglês que falava – e não parava de falar. A cada nova música, conversava com a platéia explicando a origem da música (“Xtina as I Knew Her” era sobre sua colega adolescente mais promissora, uma pessoa que ninguém nunca mais sobre dela; “Shouts” foi composta a partir do movimento Occupy Wall Street, etc.) e todos reagiam como se estivessem assistindo a um velho conhecido contar o que fez da vida o tempo todo que esteve fora. Além das músicas do disco do ano passado, emendou algumas que ainda não existem em disco, como “Lecce”, “Keyhole”, “Fire Island (Phases)” e “Last Night on Earth”.

E matou a vontade do público brasileiro de ouvir suas faixas no Sonic Youth mesmo sem tocar nenhuma música da banda há mais de ano em seus shows. Na sexta-feira foi de “Genetic” e no sábado foi de “Karen Revisited (Karenology)”. No mesmo sábado ainda brincou com o público, anunciando “Teen Age Riot” antes de rir dizendo que era uma piada. E além do Sonic Youth, discorreu por outras versões, ao lembrar que, quando tinha apenas as músicas do primeiro álbum, gostava de tocar músicas que o influenciou – e para não perder a oportunidade, tocou “She Cracked” dos Modern Lovers na sexta-feira e outras três – “Everybody’s Been Burned” dos Byrds, “Thank You for Sending Me an Angel” dos Talking Heads e “Revolution Blues” do Neil Young – no sábado.

Ao final dos dois shows, correu para falar com os fãs. No primeiro dia, estava conversando com um amigo quando Lee Ranaldo, seguido de Steve Shelley, saiu correndo dos bastidores para o público, perguntando “cadê as pessoas?”. Conversou, tirou fotos e autografou discos – demorou tanto tempo que, no sábado, a casa de shows achou melhor organizar o encontro do lado de fora. E, mais uma vez, cruzei com ele quando estava saindo, ele fazendo a mesma pergunta (“cadê as pessoas?”) com os olhos esbugalhados e ar impaciente. Era ainda o mesmo cientista louco que tornou o Sonic Youth uma das bandas mais importantes de sua geração.

Agora é a vez de seus shows performáticos. Vamos ver o que acontece.

Fiz uns vídeos aí embaixo, saca só: