Super 8, de J.J. Abrams, é tudo o que promete
Escrevi sobre o Super 8, que estreia hoje, na capa do Divirta-se do Estadão. Assinei o especial com o Ramon, ficou massa.
A soma de tudo
Dirigido por J.J. Abrams e produzido por Steven Spielberg, ‘Super 8’ chega hoje (12) aos cinemas e une os diretores mais criativos de duas gerações
Em 1975, Steven Spielberg deixou de ser uma das promessas da nova Hollywood para mudar completamente a história do cinema. Com ‘Tubarão’, ele apostou suas fichas em transformar o cinema numa montanha russa de emoções, com a ajuda de efeitos especiais. É bem provável que o filme tenha sido uma das primeiras grandes epifanias do jovem Jeffrey Jacob Abrams – na época com 9 anos–, que cresceu, como muitos, sob a influência do diretor e criador de universos pop Spielberg.
Tanto que ninguém estranhou quando os dois anunciaram que fariam um projeto juntos – Spielberg produzindo um filme dirigido por Abrams, que hoje assina como J.J. e é, ele mesmo, uma espécie de Spielberg do novo século.
Afinal, como o ídolo, ele deu uma sobrevida a uma indústria à beira do precipício. E se Spielberg havia salvo os estúdios da mesmice, Abrams salvou a TV da fobia em relação à internet.
E, mesmo lançando um trailer escuro e violento no meio do ano passado, a expectativa era que a união dos dois fosse além de alienígenas e tramas conspiratórias. Ao colocar um elenco de pré-adolescentes como protagonistas do novo filme, os dois pareciam dispostos a recuperar a inocência no cinema pop.
E Super 8 faz isso. Acompanhando um grupo de amigos que querem fazer um filme de zumbi na marra (em 1979, usando a câmera que batiza o filme – uma piada sutil com o excesso de tecnologia das produções atuais), J.J. os faz presenciar um acidente de trem espetacular, que liberta um alienígena encarcerado pelo governo. O clima de ‘Cloverfield’ com ‘Contatos Imediatos do Terceiro Grau’ fica em segundo plano à medida em que somos apresentados à rotina de uma pacata cidade norte-americana, que nos remete a clássicos dos anos 80 com o dedo de Spielberg – especialmente à atmosfera brincalhona de ‘Goonies’ e à pureza de ‘E.T. – O Extra-Terrestre’. O filme é uma resposta sutil e sincera para quem ainda duvidava do talento de J.J. Abrams.
Tags: divirta-se (estadao), jj abrams, ramon vitral, super 8