Planeta Terra x Maquinária

E aí, já definiu pra qual dos dois festivais você vai? Planeta Terra ou Maquinária?

Eu já: vou pro Planeta Terra. Primeiro porque o festival vem provando há duas edições que dá pra fazer um festival decente, cobrando um único preço razoável para assistir a várias atrações na mesma e única noite. Segundo porque estou curioso pra saber como fazer funcionar um festival no Playcenter às vésperas do renascimento da Barra Funda. O bairro está passando por uma evolução imobiliária de larga escala e é questão de anos para vermos aquela região dos galpões transformar-se em um dos melhores lugares de São Paulo. E terceiro porque mesmo sem fechar as atrações principais (por enquanto, além do Maximo Park, do Metronomy e do Primal Scream, a especulação caía sobre a possibilidade de trazer Neil Young – imagina… -, Snow Patrol ou Sonic Youth – e acho que essa última leva), o festival ainda me parece mais interessante do que o Maquinária.

Esse, por sua vez, me parece acumular defeitos – quase todos vindo pela via pessoal. Não estou entre as viúvas do Faith No More, muito menos das do Jane’s Addiction, dois shows facilmente perdíveis (embora esteja cogitando pegar o FNM em outra praça), mas um festival que inclui estas duas bandas e ainda adiciona o Evanescence à mistura me parece o oposto de uma boa noite. Junte isso ao fato do evento acontecer na mesma Chácara do Jóquei que viu o fiasco de produção pós-show do Radiohead esse ano e já tenho ingredientes para deixá-lo fora da minha mira.

Há quem diga que um dos festivais vai dar com os burros n’água. Exagero. São Paulo é uma cidade grande o suficiente para comportar dois – ou mais – eventos de tais proporções no mesmo dia. Fora que eu acho que, além de não competir diretamente, os dois festivais ajudam a fazer uma separação que não diz respeito especificamente a gênero musical ou a faixa etária, mas a uma combinação dos dois misturada com o momento atual do pop no Brasil.

Não são dois festivais de música pop e pronto. Um soa mais pesado e tem apelo mais juvenil, o outro soa mais indie e tem um enfoque um pouco mais adulto. O problema é que, no Brasil, não existe a possibilidade de se encarar música pop e idade adulta ao mesmo tempo. Aqui ou você gosta da Alta Cultura ou é apenas um moleque. É uma piada de mau gosto que faz com que aconteça alguns absurdos que já nos acostumamos: a ausência de uma revista de música num país essencialmente musical, a insistência de artistas juvenis de outrora em continuar insistindo no mesmo hit do passado, a existência da MPB como gênero musical (e chancela instantânea de bom gosto), o melhor da cultura brasileira dos últimos 30, 40 anos sendo tratado como descartável e passageiro, até ser descoberto por algum gringo desavisado.

E você, vai em qual dos dois?

Vida Fodona #175: O mágico 175

Chegou na terça, mas chegou – e o programa de hoje é praticamente um clássico instantâneo, dando uma geral de tudo de bom que está acontecendo na música hoje. Só o Sonic Youth ali na meiota e a arenga sampleada na música da Lady Gaga com o Wale que não são desse século.

Júpiter Maçã – “Modern Kid”
Dangermouse & Sparklehourse – “Pain (feat. Iggy Pop)”
Arctic Monkeys – “Cornerstone”
Miike Snow – “Cult Logic”
Tiësto – “Feel it in My Bones (feat. Tegan & Sara)”
Ciccone Youth – “Into the Groovey”
Wale & Lady Gaga – “Chillin (Wideboys Club Mix)”
Ladyhawke – “Paris is Burning (Alex Metric Remix)”
Gotye – “Learnalilgivinanlovin’ (Passion Pit Remix)”
Memory Cassette – “Last One Awake”
Delorean – “Apocalypse Ghetto Blast”
Friendly Fires – “Kiss of Life”
MSTRKRFT – “So Deep (feat. Colin Munroe)”
Amanda Black – “Might Like You Better”
Xx – “Islands”
Cut Copy – “Hearts on Fire (Viking Remix)””
Peter Bjorn & John – “It Don’t Move Me”
Franz Ferdinand – “Turn it On”
Racionais MCs – “Artigo 157”

Vem comigo.

Cinco vídeos para o meio da semana – 88


Lily Allen – “F*ck You”


Franz Ferdinand – “No You Girls”


Simian Mobile Disco – “Audacity of Huge”


Beirut – “Concubine”


Sonic Youth – “Sacred Trickster”

Sonic Youth, “Schizophrenia”, 2009

Bom dia.

Vida Fodona #161: Temporada Sem Parar

É isso: com tempo escorrendo pelos dedos, resta-me assumir a atual fase Vida Fodona Soundsystem com outro nome. E, até segunda ordem, o VF daqui em diante é Sem Parar.

The Who – “Squeeze Box”
Blur – “Girls & Boys”
Cut Copy – “Lights and Music”
Lô Borges – “Não Foi Nada”
Ira! – “Vitrine Viva”
Wado – “Fita Bruta”
Doveman – “Footloose”
Yeah Yeah Yeahs – “Diamond Sea”
Yes – “Yours is No Disgrace”
Twelves – “Night Vision”
Men – “Credit Card Babie$”
Talking Heads – “Uh, Oh, Love Comes to Town”
Pere Ubu – “Heart of Darkness”
Jorge Benjor, Talib Kweli, Bilal & Positive Force – “Shuffering and Smiling”
Cornershop – “Funky Days Are Back Again”
Bo$$ in Drama – “Favorite Song (Superpose Remix)”
Gang 90 & as Absurdettes – “Telefone”

Clicaqui.

Vida Fodona #154: Cumprindo a minha promessa ao contrário

Não pulei o 153 – só não consegui uploadá-lo a tempo. Mas como ele era uma parte da retrospectiva, passei o 154, cheio de músicas novas, adiante, para agilizar a conversa.

Bob Dylan – “Beyond Here Lies Nothing”
General Elektriks – “Mirabelle Pockets”
Memory Cassette – “50mph”
Sonic Youth – “Antenna”
Passion Pit – “I’ve Got Your Number”
Modular – “Femme Fatale”
Nancy – “Mamba Negra Fashion Week”
Radiohead – “Weird Fishes/Arpeggi”
Jarvis Cocker – “I Never Say I Was Deep”
Fleet Foxes – “White Winter Hymnal”
Danger Mouse & Sparklehorse – “Little Girl (com Julian Casablancas)”
Caetano Veloso – “Falso Leblon”
Metronomy – “Heartbreaker”
Beastie Boys – “Groove Holmes”
Les Rhytmes Digitales – “Sometimes”
Krazy Baldhead – “Sweet Night (com Outlines)”
Phantom Band – “Left-Hand Wave”
Lily Allen – “Fuck You (Doc Fritz Fossa Nova Mix)”
Weird Tapes – “The Heavens”

Vamo?

Un poco más de Nueva York

Olha a música com que a Lily Allen fechou seu último show da turnê deste ano nos EUA:

E a menina é uma popstar nata: além de boa compositora pop fica o tempo todo fazendo brincadeiras com o público, falando besteira sem se preocupar com pose, fumando cigarros e bebendo vinho, enquanto escancara suas relações pessoais em canções. Seus dois primeiros discos são mais importantes do que os últimos quinze anos da carreira de Madonna e ela prova isso no palco.

Tem mais vídeos lá na TV Trabalho Sujo, pra quem estiver a fim de ver.

Já o Sonic Youth com o John Paul Jones e Takehisa Kosugi fazendo barulho como trilha sonora para a apresentação de noventa anos da sumidade da dança moderna Merce Cunningham eu não pude filmar (afinal, foi no Opera Hall do BAM e o público era tão metido a sisudo quanto o lugar). Mas, tudo bem – você não perdeu muita coisa – essa menina, filmou o que ela conseguiu, sente o drama. O espetáculo de dança em si só serviu para eu ter certeza de que dança contemporânea não é a minha praia mesmo – embora o bom e velho SY tenha feito o ruído necessário para valer o preço do espetáculo. A Kim até cantou…


Agradecendo o público: os bailarinos, o coreógrafo (na cadeira de rodas), o Sonic Youth (vestidos que nem gente), Kosugi (à esquerda, de suspensórios) e John Paul Jones (à direita, de suspensórios)

Enquanto não volto à ativa (4 de maio, hein…), fiquem com a cobertura que o Bruno está fazendo do Coachella, com os cartuns que o Arnaldo fez pro G1 e que pouca gente viu e com a carta que o Mini escreveu para os anos 90. E você já baixou o disco do Dodô? Que achou, hein?

Sonic Youth no Chile


F de Falso

Queria ter ido também? Bom, aos que não foram, resta ouvir como foi o show. Baixe aqui. Olha o setlist…

“Teenage riot” (Daydream nation, 1988)
“Bull in the heather” (Experimental jet set, trash & no star, 1994)
“Incinerate” (Rather ripped, 2006)
“Hey Joni” (Daydream nation, 1988)
“The sprawl” (Daydream nation, 1988)
“Cross the breeze” (Daydream nation, 1988)
“Schizophrenia” (de Sister, 1987).
“Calming the snake” (The eternal, 2009)
“100%” (Dirty, 1992)
“Jams run free” (Rather ripped, 2006)
“Mote” (Goo, 1990)
“Kool thing” (Goo, 1990)
“Pink steam” (Rather ripped, 2006)
“The burning spear” (EP, Sonic Youth, 1982)
“Sacred trickster” (The eternal, 2009)
“Silver rocket” (Daydream nation, 1988)
“Shaking hell” (Confusion is sex, 1983)
“Express way to yr skull” (Evol, 1986)

E no fim de semana passado, no Chile…

Sonic Youth em Santiago. Será que vem pra cá esse ano mesmo?

Sonic Youth e o mashup

Puristas, podem se acalmar: na real é só um mashup que a banda fez para divulgar as faixas para seu próximo álbum, The Eternal. O cheiro de fase Geffen é tamanho que cogito até que esse próximo disco pode ser encaixado em mais um dos indícios da volta dos anos 90.