E por falar nisso, faz tempo que não falo da seção FYI do IMS por aqui, mas desde abril eu e a Helô mantemos a coluna com certa regularidade no blog do Instituto Moreira Salles, trazendo novidades de todos os lados – quase todas não associadas necessariamente às notícias, mas trazendo informação e conhecimento de outras áreas. Desde então já falamos da batalha de Kruger, sobre a poética das letras do hip hop brasileiro (em duas partes), sobre o direito de ficar calado, a íntegra de shows do Coachella e trechos do Sónar brasileiro deste ano, a moda para quem não é da moda, sobre a árvore de tweets da Rio +20, do tricô como manifestação artística, de como a presidência norte-americana é tratada pela TV daquele país, da viagem interdimensional do casal Eames, gifs animados do século 19, uma gafe da BBC, além dos obituários de Nora Ephron, Ray Bradbury e Dieter Fischer-Dieskau. Confere lá.
E por falar na aniversariante do dia, viram o que ela aprontou no Sónar? Desceu do palco (de novo) para beijar fãs, e a primeira foi uma brasileira, que desacreditou:
E ela encerrou o show com “National Anthem”, abaixo gravado pela mesma brasileira que ganhou o beijo da Lana:
…tão pouco tempo pra escrever. Vi Racionais, Céu, Quarto Negro e Silva nos últimos dias, além de estar presente nos dois dias do Sónar em São Paulo, mas me falta tempo pra escrever sobre os shows (embora os vídeos que fiz já estejam todos no ar, para quem quiser assistir – tou colando uns aí embaixo). Enquanto não escrevo, linko a resenha que o Camilo fez para o ótimo festival do fim de semana, além dos textos que o Bruno fez sobre os shows do Sónar que conseguiu levar para o Circo Voador via Queremos (Mogwai, Little Dragon, James Blake e Chromeo). O Lucas também comentou sobre o show do James Blake (que perdi :-/).
• Games: Passa tempo • Sónar 2012: Palco, Web e Público • Blackberry: Cara Nova • Impressão Digital (Alexandre Matias): Como a web 3.0 pode tornar Google e Facebook obsoletos • P2P (Tatiana de Mello Dias): Os EUA se preocupam com a pirataria no Brasil. E nós? • Homem-Objeto (Camilo Rocha): Líder dos Androids • Brasil tomando conta do Facebook, MIT e Harvard à mão, o Pinterest pornô e a agenda da semana •
Na edição de segunda do Link também entrevistei Ricard Robles, um dos fundadores do Sónar, sobre o papel de um festival de música em tempos digitais.
Palco, web e público
Fundador do festival de música e tecnologia Sónar, que acontece em São Paulo esta semana, discute impacto da internet no hábito de ouvir e curtir música
Criado há 18 anos na Espanha, o festival Sónar chega pela segunda vez ao Brasil no próximo fim de semana (a primeira edição foi em 2004), quando reúne, na sexta e no sábado, alguns dos principais expoentes da música pop contemporânea no Anhembi.
Diferente da maioria dos festivais, que chamam artistas de apelo popular para atrair um grande público, o Sónar sempre optou por atrações pouco conhecidas ou que estejam em ascensão, se firmando, em quase duas décadas de atuação, como farol para as novas tendências do mercado da música.
Mas como a música vem passando por uma transformação brutal, que envolve desde os processos de criação e distribuição, até a forma como a música é consumida e curtida, qual é o papel de um festival que sempre levantou a bandeira das novas tecnologias? Quem responde é um dos criadores do festival, o espanhol Ricard Robles, que esteve no País há poucas semanas, para acompanhar os preparativos do evento de música.
“Você tem razão quando diz que um evento que se ampara em apresentações ao vivo sofre pouco impacto frente às mudanças que estamos vendo – afinal, a natureza deste tipo de evento é anterior mesmo à era da música gravada”, explica. “Mas as transformações recentes mostram que há uma mudança crucial na forma como as pessoas consomem música. Hoje, graças à onipresença da internet, de computadores e de celulares, ouvir música está se tornando uma atividade cada vez mais solitária, individual. A importância do Sónar reside em proporcionar um momento de comunhão palpável para uma geração que não tem nem mesmo alguma referência física no que diz respeito à música. Não há mais CD, nem capas de discos. A música tornou-se uma experiência”, conclui.
Ele ressalta a importância do painel Sónar Pro, dedicado a palestras e discussões sobre o mercado da música, que sempre existiu no festival, mas que ganhou relevância nos últimos anos. “Começou como uma vitrine, mas hoje se tornou uma parte importante do festival para discutirmos o futuro deste mercado”, comenta.
Mas, com todas as mudanças, o formato palco-público ainda obedece à antiga fórmula, separando o artista da audiência, uma tendência que tem sido demolida na medida em que os meios digitais se popularizam. Será que é possível pensar em um festival que contemple a participação do público?
“Acredito que sim, e isto já vem acontecendo, mas acho que é uma dúvida que vai ser solucionada pelos artistas”, conta, citando o produtor Richie Hawtin como um exemplo prático. “Ele colocou uma pessoa para twittar em seu perfil quais músicas que estava discotecando. Ainda é um rascunho do que acho que vamos assistir no futuro, mas tais experimentações tem de partir dos autores, dos compositores”, conclui o espanhol.
Tá rolando essa história de que a cantora cancelou os shows que faria na Argentina – e que talvez isso acabe complicando sua vinda para o Sonar brasileiro, no início do mês que vem. Apesar de ela não ser o show que eu mais quero ver no festival (Chromeooooooo), tomara que não seja nada… Vi na Rolling Stone argentina.