Skowa (1955-2024)

, por Alexandre Matias

Que triste a notícia da passagem do Skowa, uma lenda da cena musical paulistana, que sempre teve o suíngue como principal arma, para circular em territórios tão diferentes quanto o funk, o samba rock, o choro, o rock e ritmos latinos. Nascido Marco Antônio Gonçalves dos Santos ganhou o apelido devido ao penteado black power que por muitos anos foi sua marca registrada e tocava na noite da cidade ainda nos anos 70, quando montou o grupo de salsa Sossega Leão, que tinha em sua formação integrantes dos Titãs (Paulo Miklos e Nando Reis) e do Ira! (André Jung) que tocaram com Skowa antes mesmo das bandas que lhes deram fama existirem. Passou pelo Premeditando o Breque, pela Gang 90 e pela banda de Itamar Assumpção nos anos 80 e atingiu o sucesso nacional quando fundou sua banda Skowa e a Máfia ao lado de outras lendas da cena da cidade como Lelena Anhaia, Tonho Penhasco e James Muller, e entrou no inconsciente coletivo brasileiro com a imortal “Atropelamento e Fuga”, versão funky para uma música do grupo pós-punk Akira S & As Garotas Que Erraram. Foi um dos entusiastas do samba rock quando ninguém dava bola pro gênero ao criar o Grêmio Recreativo Amigos do Samba, Rock, Funk & Soul nos anos 90, que dividiu músicas com Jorge Ben. Além da versatilidade musical era um dos nomes mais queridos da cena paulistana, transitando por diferentes círculos e abrindo portas e possibilidades para vários artistas em início de carreira. Além da música, trabalhou com teatro, cinema, televisão e rádio e foi o responsável pela volta do Trio Mocotó no início do século, quando assumiu o lugar do fundador Fritz Escovão, quando este resolveu sair da banda, e, depois de uma pausa, estava aos poucos retornando para os palcos com o lendário trio que acompanhou Jorge Ben. Deixa uma lacuna enorme no coração de muita gente. Obrigado, mestre!

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