Dani enfileira mais MP3s em sua nova mixtape, que ela mesmo recomenda: “escutem de madrugada, de preferência =)”
Don’t Touch My Mixtape #2: Songs to Warm Up your Heart (MP3)
Eli ‘Paperboy’ Reed – “I’ll Roll with You”
Martina Topley-Bird – “Baby Blue”
Andrew Bird – “The Idiot’s Genius”
Guillaume Cantillon – “Des Ballons Rouges”
Dr. Dog – “From”
Ben Kweller – “Things I Like To Do”
Silver Jews – “There Is A Place”
Tindersticks – “Buried Bones”
Hope Sandoval – “Suzanne”
Stela Campos – “Worried Shoes (Daniel Johnston)”
The Walkmen – “Canadian Girl”
The Microphones – “I Lost My Wind”
Dorival Caymmi – “O Bem Do Mar”
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• A coelhinha da Playboy que levou uma passada de mão na Campus Party conta sua versão do ocorrido •
• Camiseta do Cersibon •
Dave Berman está aposentando os Silver Jews. Primeiro, ele postou uma nota na lista de discussão da banda:
Silver Jews End-Lead Singer Bids his Well-Wishers Adieu
Hello, my friend.Cassie and I went to the cave and it looks great. 58 degrees but the humidity makes it feel like 72.
I’m just going to play fifteen songs. My fifteen favorite ones.
A dollar per song. Plus Arnett Hollow. I don’t
want to keep you underground for too long. Fall Creek Falls State Park State Lodge is great by the way.
Yes I cancelled the South American shows. I’ll have to see the ABC Countries another way.
I guess I am moving over to another category. Screenwriting or Muckraking.
I’ve got to move on. Can’t be like all the careerists doncha know.
I’m forty two and I know what to do.
I’m a writer, see?
Cassie is taking it the hardest. She’s a fan and a player but she sees how happy i am with the decision.
I always said we would stop before we got bad. If I continue to record I might accidentally write the answer song to Shiny Happy People.
What, you thought I was going to hang on to the bitter end like Marybeth Hamilton?
love david
Sim, ele cancelou a turnê pela América do Sul que estava sendo ameaçada desde o início do segundo semestre do ano passado – e que passaria pelo Brasil. E, dois dias depois, outra mensagem de Berman falava dos motivos – resolver os problemas com o pai. Mas antes que você acha que lá vem outro chorão reclamar de “daddy issues”, saiba que as dele não são nada agradáveis. O senhor Richard Berman é referido pela mídia americana como “Dr. Evil“, por fazer lobby em defesa de produtos caros ao nosso dia-a-dia como o café, a fast food, o sal e o óleo nem que isso signifique defender apenas seus produtores e mandar a saúde de seus consumidores pro lixo, além de ter como inimigos ativistas pelos direitos dos animais, sindicatos e até mesmo um grupo de mães que é faz campanha contra beber e dirigir. E assim vinha a segunda nota:
My Father, My Attack Dog
Now that the Joos are over I can tell you my gravest secret. Worse than suicide, worse than crack addiction:My father.
You might be surprised to know he is famous, for terrible reasons.
My father is a despicable man. My father is a sort of human molestor.
An exploiter. A scoundrel. A world historical motherfucking son of a bitch. (sorry grandma)
You can read about him here.
My life is so wierd. It’s allegorical to the nth. My father went to college at Transylvania University.
You see what I’m saying.
A couple of years ago I demanded he stop his work. Close down his company or I would sever our relationship.
He refused. He has just gotten worse. More evil. More powerful. We’ve been “estranged” for over three years.
Even as a child I disliked him. We were opposites. I wanted to read. He wanted to play games.
He is a union buster.
When I got out of college I joined the Teamsters (the guards were union organized at the Whitney).
I went off to hide in art and academia.
I fled through this art portal for twenty years. In the mean time my Dad started a very very bad company called Berman and Company.
He props up fast food/soda/factory farming/childhood obesity and diabetes/drunk driving/secondhand smoke.
He attacks animal lovers, ecologists, civil action attorneys, scientists, dieticians, doctors, teachers.
His clients include everyone from the makers of Agent Orange to the Tanning Salon Owners of America.
He helped ensure the minimum wage did not move a penny from 1997-2007!
The worst part for me as a writer is what he does with the english language.
Though vicious he is a doltish thinker and his spurious editorials rely on doublethink and always with the Lashon Hara.
As I studied Judaism over the years, the shame and the shanda, grew almost too much. my heart was constantly on fire for justice. I could find no relief.
This winter I decided that the SJs were too small of a force to ever come close to undoing a millionth of all the harm he has caused. To you and everyone you know.
Literally, if you eat food or have a job, he is reaching you.
I’ve always hid this terrible shame from you, the fan. The SJs have always stood autonomous and clear.
Hopefully it won’t contaminate your feelings about the work.
My life has been riddled with Ibsenism. In a way I am the son of a demon come to make good the damage.
Previously I thought, through songs and poems and drawings I could find and build a refuge away from his world.
But there is the matter of Justice.
And i’ll tell you it’s not just a metaphor. The desire for it actually burns.
It hurts.
There needs to be something more. I’ll see what that might be.
DCB
if you want to know what evil Herr Attackdog is currently up to look here:
Bizarro, hein. Na onda, o Eduardo Vasconcellos, do Last Splash, fala um pouco mais sobre o fim da banda antes de começar uma retrospectiva uploadando os álbuns dos SJ – incluindo o meu clássico pessoal, American Water, linkando para a resenha e a entrevista que fiz com o Berman na época. Ele também linka a entrevista que o português João Lisboa (ri não!) fez com Berman em 2007, em que ele já fala do drama com seu pai.
Fico imaginando se a moda pega… Se cada filho de advogado que defende causas inomináveis ou parlamentar acusado de corrupção ou qualquer outro soldado da máquina de maldade que coexiste com o capitalismo global fizesse uma campanha para difamar o próprio pai… Taí uma forma de protesto impossível de conceber no século passado – e que pode se tornar uma nova fórmula.
Ah, pra quem quiser saber mais, a resenha do American Water tá aqui, o link pra baixar o disco que o Last Splash descolou é esse e a entrevista com Berman (feita há DEZ anos, hahaahah) tá aqui. Um trecho, do disco e da entrevista:
Por que você não faz shows?
São muitos motivos para serem listados. Não é digno, pra mim. Eu acho que os discos bastam. Turnês interromperiam o ritmo da minha vida. É como uma infância suspensa. Estou tentando viver como um adulto. Não nasci para estar sob os holofotes, num palco. Eu sou o observador, não o observado. É que parece errado para a minha natureza.
Ele só foi fazer shows a partir de 2007.
Silver Jews – “Random Rules“
Tá explicado porque o Vida Fodona da semana passada não saiu na quarta-feira: na linha do #110, em que dei uma geral no primeiro semestre de 2008, esse #135 faz a rapa na produção e lançamentos da segunda metade do ano (tem coisa lançada no primeiro semestre, mas que só fui ouvir depois). E sem apresentação, falatório ou comentários sobre as faixas – agora é só música. Vai fundo:
Last Shadow Puppets – “The Time Has Come Again”
Lambchop – “National Talk Like a Pirate Day”
Silver Jews – “Suffering Jukebox”
Peter Bjorn & John – “Needles and Pills”
3 na Massa & Pitty – “Lágrimas Pretas”
Panda Riot – “Paper Planes”
Van She – “Kelly”
Copacabana Club – “Just Do It”
Mickey Gang – “I Was Born in the 90s”
Friendly Fires – “Paris”
Metronomy – “A Thing for Me”
Santogold – “Say Aha”
Killers – “Losing Touch”
Rubies – “A Room Without A Key (Studio Version)”
David Byrne & Brian Eno – “Strange Overtones”
Xis & KL Jay – “Bem Pior”
Justice – “Stress”
Bomb the Bass (feat. Fujiya & Miyagi) – “Butterfingers”
Ruído/mm – “Sanfona”
Guizado – “Der Golem”
Teenagers – “Streets of Paris”
TV on the Radio – “Golden Age”
Britney Spears – “Phonography”
Primary 5 – “Lost and Confused”
Cure – “Scream”
Nomo – “Three Shades”
Deerhunter – “Never Stops”
Little Joy – “Keep Me in Mind”
Benji Hughes – “The Mummy”
Cat Power – “I’ve Been Loving You Too Long (To Stop Now)”
Nancy – “Keep Cooler (Born Ruffians Remix)”
Fleet Foxes – “Tiger Mountain Peasant Song”
Essa semana vamos com músicas novas do De Leve, Jamie Lidell, Silver Jews, Curumin e Radiohead, além de velhas do Doobie Brothers, Mitchell Brothers, Ultrasom, Cher, Camisa e Raul, Beatles, Phoenix, Velvet e Ween!
E não esqueça de atualizar seu bookmark: http://fubap.org/vidafodona/?feed=rss2
Ultrasom – “Something Wicked This Way Comes”
Cher – “For What’s Worth”
De Leve – “Pra Ser Feliz”
Silver Jews – “We Could Be Looking for the Same”
Raul Seixas & Camisa de Vênus – “Muita Estrela Pouca Constelação”
Arty Fufkin – “Barrell of a Goo”
Curumin – “Mal Estar Card”
Bad Folks – “Coyote Girl Revisited”
Arctic Monkeys – “Fake Tales of San Francisco”
Walter Franco – “Arte e Manha”
Fantastic Plastic Machine – “Slippin’ On Down”
Doobie Brothers – “What a Fool Believes”
Mitchell Brothers – “Michael Jackson (Calvin Harris Remix)”
Beatles – “Glass Onion (Love Edit)”
Phoenix – “Long Distance Call”
Radiohead – “Bangers’n’Mash”
Velvet Underground – “Hey Mr. Rain (Version I)”
Ween – “What Deaner Was Talking About”
Jamie Lidell – “Little Bit of Feel Good”
Entrevista revisitada, atachada com a resenha acima…
***
Com quem Dave Berman resolver fazer música, ele é o Silver Jews. O rock desleixado e descompromissado coberto de letras francas e simples – a tal filosofia Nova Abertura – é tudo culpa de Dave, cujo vocal grave lidera os livros de contos que são seus discos. O problema é que entre os colaboradores de Dave estão Stephen Malkmus e Bob Nastanovitch, ambos do Pavement, o que faz muita gente pensar que o grupo é um projeto paralelo dos autores de Crooked Rain Crooked Rain. Segue um papo sobre isso e outras coisas com o cético Berman.
O que é a Nova Abertura?
É um nome de mentira para uma iniciativa real: a rejeição da ironia como uma estratégia artística. No Estados Unidos, a ironia se tornou um gás sufocante que sai da boca de qualquer figura público. A idéia é simples: diga o que você quer, queira o que você diz.
E isso não te torna bastante público? Não é como se despir em público?
É justamente o contrário. Expressar seus sentimentos é uma necessidade que todos têm. Nossa cultura definharia e morreria sem isso. Todos viveriam melhor se pudessem andar sem as roupas na rua.
Você tem algo contra a ficção ou a fantasia?
Precisamos de música e de arte que cubra toda uma área. Fantasia é tão valiosa quanto a dura realidade. O conflito entre as duas é o impulso que nos faz progredir.
E como esta idéia lírica se encaixa com a música? Como você encara a música dos Silver Jews?
Eu gosto de acordes leves e machucados. Sons orgânicos feridos. Resoluções pacíficas. Paz que parece morte, mas que não é morte.
E sua relação com o Pavement? Você sente-se mal ao ficar na sombra do grupo?
Eu gosto, porque as pessoas descobrem a música. Não importa como eles cheguem, pra mim está bom. Se a associação com o Pavement persiste depois que as pessoas me conhecem é um tanto desolador, mas é minha culpa se a música não se destingue como própria o suficiente para ser percebida como própria.
O nome Silver Jews vem de onde?
É inventado. Ninguém se lembra direito. Apareceu num dia e parecia ser o ideal. São apenas duas palavras legais de serem ditas em voz alta.
E o nome do disco, American Water, como surgiu?
Tem uma raça de cachorros que se chama American Water Spaniel. Eu estava levando meu cachorro ao veterinário quando eu vi este nome num pôster sobre raças de cães. Aquela noite eu sonhei com este nome e ele ficou.
E qual sua relação com a crítica? Você lê suas resenhas?
Eu leio as resenhas. Eu não acho que a imprensa musical aqui consegue fazer seu trabalho. Aqui nos Estados unidos não existem críticos com suas próprias vozes. Eles são apenas cafetões do status quo. A escrita é muito semelhante à da publicidade. Eles são uma droga e é uma situação chata.
Por que você não faz shows?
São muitos motivos para serem listados. Não é digno, pra mim. Eu acho que os discos bastam. Turnês interromperiam o ritmo da minha vida. É como uma infância suspensa. Estou tentando viver como um adulto. Não nasci para estar sob os holofotes, num palco. Eu sou o observador, não o observado. É que parece errado para a minha natureza.
O que você está ouvindo hoje em dia?
Blue Öyster Cult, Jerry Jeff Walker, Jackson C. Frank, U.S. Maple e O Clube da Esquina, do Milton Nascimento.
Entrevista feita em abril de 1999