Show

Faça-se a luz! Desde antes da pandemia sei que a iluminadora Olivia Muhoz – que trabalha com a Ana Frango Elétrico, Quartabê, O Terno e Tim Bernardes – compõe suas próprias músicas e finalmente a convenci de mostrá-las ao vivo no Centro da Terra, numa noite que ela está chamando de Olívia Munhoz & Grande Elenco. O tal elenco do caso é composto por três grandes músicos e grandes amigos de Olívia: o baixista Guilherme D’Almeida, o baterista Gongom e a tecladista Paola Lappicy, num show que ainda conta com som feito pelo Renato Cunha e direção de palco do Chrisley Hernan. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Gabriel Thomaz pegou o túnel do tempo nesta terceira segunda-feira de sua temporada Eu Nem Era Nascido, que está fazendo durante este mês de agosto no Centro da Terra, e foi parar em Brasília no início dos anos 90, quando ao lado de dois compadres (Xandão do baixo e Caio na bateria), ele lembrou do legado de sua primeira banda, Little Quail and the Mad Birds, no ano de aniversário de 30 anos de seu disco de estreia. E como na apresentação da semana passada, o show enfileirou hit atrás de hit como uma metralhadora de sucessos. Quase sem tempo para pausas entre as músicas, o trio solapou uma saraivada de clássicos candangos que ficam entre o punk (representado no vestuário dos três integrantes, que citavam Ramones, Sex Pistols e GBH) e o rock dos anos 50 (as únicas ressalvas ao próprio repertório foi uma versão fulminante para “Great Balls of Fire”, de Jerry Lee Lewis, e a versão turbo – com um cadinho de samba – para “O Samba do Arnesto”, de Adoniran Barbosa). O resto da noite foi um flashback pesado em uma hora de eletricidade, velocidade e humor, com Gabriel passando praticamente por todas as músicas de seu clássico trio: teve “Aquela”, “Azarar na W3”, “Berma is a Monster” “Baby Now”, Cigarrete”, “Galera do Fundão”, “Me Espera um Pouco”, “Silly Billy”, “Dezesseis”, “Composição de Sucesso”, “O Sol Eu Não Sei”, “Mau-Mau”, “Essa Menina”, “Stock Car”, “Família Que Briga Unida Permanece Unida” e, claro, “1-2-3-4”. Uma noite da pesada – e tomara que rolem outras dessas!

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Abrindo a Porta

Bem boa a primeira edição do Inferninho Trabalho Sujo na Porta, que aconteceu neste sábado com discotecagem minha, da Pérola, da Fran e da Lina e, claro, com o show da banda Celacanto, que está cada vez mais afiada. Com um pé no indie rock e outro no rock progressivo, a banda desbrava um território musical complexo e difícil, trabalhando com o entrelaçamento de texturas, andamentos e timbres ao mesmo tempo em que cantam sobre questões existenciais e sentimentais de nossas vidas. O vocalista Miguel Leite puxa o grupo com sua voz e guitarra, acompanhado de perto sempre do segundo guitarrista Eduardo Barquinho, do baixista Matheus Arruda e o baterista Giovanni Lenti, que singram por melodias tortuosas e arranjos intricados enquanto tem a atenção completa do público que compareceu à Porta. Foi demais!

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E depois do show do Otto ainda deu pra prestigiar o aniversário de um ano do Porta Maldita, sonho que herói Arthur Amaral vem acalentando há uma década e que tornou-se realidade em agosto do ano passado. A noite começou com o quarteto Applegate mostrando que seu próximo álbum, Mesmo Lugar, que deve sair agora em setembro, vem pesado. Não os via desde antes da pandemia e é nítido ver a evolução da banda, engrossando seu caldo psicodélico com o entrelaçamento das guitarras do expansivo Gil Mosolino e do discreto Vinícius Gouveia, enquanto Rafael Penna segura o groove entre o baixo e o synthbass em conexão com o baterista Luca Acquaviva, que já tomou conta do espaço que antes era do Pedro Lacerda, que inclusive foi lá assistir ao show de sua antiga banda. A banda ainda aproveitou para comemorar o apoio dos fãs, que bancaram o disco que está vindo e continuma fazendo a banda existir na raça, como a maioria dos grupos underground sempre fizeram, e, lógico, para celebrar a importância do Porta Maldita, que em pouco tempo tornou-se referência para novos artistas do Brasil inteiro.

Depois foi a vez do anfitrião da casa mostrar seu novo projeto pela primeira vez, quando Arthur Amaral puxou sua Tranze para o palco. Reunindo músicos absurdos – o exímio guitarrista Gustavo Schmitt, o baixista da Applegate Rafael Penna, o tecladista Lukas Pessoa da excelente Monstro Amigo e o baterista Caio Felliputti -, a banda é fruto das jam sessions que Arthur recebe em seu Porta Maldita e nada como o primeiro show da banda do dono da casa para celebrar o primeiro aniversário deste espaço tão importante. Enquanto os músicos piram entre o jazz funk, o fusion e o rock psicodélico, Arthur envereda pelo spoken word narrando questões do nosso cotidiano de forma ao mesmo tempo abstrata e direta. Longa vida ao Porta Maldita!

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Se joga, Otto!

Otto fez bonito nessa sexta-feira quando reuniu sua jambro band para mais uma celebração de seu disco Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos que completa quinze anos no próximo dia 1°. Era a segunda noite de três apresentações ao redor do disco de 2009, considerado seu maior clássico (discordo, mas é um discaçõ), no Sesc Pompeia e o pernambucano estava visilmente emocionado – como de hábito – ao ver a casa cheia cujos ingressos esgotaram rapidamente. E no clima do álbum homenageado, Otto entregou-se à paixão do momento e desandou a falar entre cada uma das músicas sobre o assunto que desse na telha – como de hábito -, embora girando entre três principais temas: política, a nova fase do Brasil e os quinze anos de seu álbum, além de pontuar o tempo todo seu sentimento por sua amada Lavínia – também como de hábito -, que subiu ao palco para cantar duas canções ao seu lado. Toda a entrega de Otto foi recebida calorosamente pelo público, que sempre fica eletrizado quando ele se joga desse jeito. E Otto conta com uma arma poderosíssima para mergulhar para dentro de si mesmo e para fora no público: sua banda. Regida pelo guitarrista Junior Boca, a banda nem precisa se olhar para entender para onde Otto está indo, fruto de anos de trabalho ao lado do galego, e todos brilham cada um à sua maneira – Guri Assis Brasil é o guitar hero da noite, Meno Del Picchia segura sólidas linhas de baixo que caminham entre o funk e o reggae, o baterista Beto Gibbs segura o tempo (e sonoriza as piadas de Otto entre as músicas) com precisão cirúrgica, o tecladista Yuri Queiroga passeia entre synths e efeitos especiais sorrateiro como um ninja. A única ausência foi a do percussionista Malê, que está internado num hospital mas passa bem, segundo disse o próprio Otto. E além do disco da noite, eles ainda enveredaram pelos “grand hitê” do pernambucano, viajando por todas as fases de sua discografia. Uma noite de lavar a alma.

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A primeira atração do Inferninho Trabalho Sujo em seu segundo ano é o grupo de indie-prog Celacanto, que apresenta-se neste sábado, 17, na festa que agora também acontece na na Porta (Rua Fidalga, 648. Vila Madalena). A casa abre às 18h e fica aberta até a meia-noite e antes e depois do show discoteco com as lindas Pérola Mathias, Francesca Ribeiro e Linda Andreosi. Os ingressos para entrar custam R$ 25. Vamos?

A novidade do segundo ano do Inferninho Trabalho Sujo é que a festa vai para além do Picles. Dedicada a apresentar novas bandas às que já existem, criei a festa há um ano transformando as sextas-feiras do Picles numa incubadora de talentos que mistura tanto artistas iniciantes quanto outros já estabelecidos para aproveitar o calor da cena musical brasileira pós pandemia. Em seu primeiro ano, a festa já já contou com artistas novíssimos como Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Pelados, Varanda, Os Fadas, Monch Monch, Madre, Tangolo Mangos, Desi e Dino, Janine, Mundo Vídeo, Boca de Leoa, Odradek, Fernê, Madrugada, Cianoceronte, Schlop, Monstro Bom, Manu Julian, Celacanto, André Medeiros Lanches, Ondas de Calor, Skipp is Dead, Lauiz, Fernanda Ouro, Grisa e Tiny Bear e nomes já consagrados da cena independente brasileira como Ava Rocha, Yma, Grand Bazaar, Test, Patife Band, Di Melo, Rafael Castro, Tagore, Lulina, Garotas Suecas, Filarmônica da Pasárgada, Xepa Sounds de Thiago França, Luna França, Laurie Briard, entre outros. E a partir deste mês começo a explorar novas casas de shows, novos formatos e horários para espalhar a palavra do Inferninho por aí. A primeira delas acontece neste sábado, dia 17, no Porta, quando recebemos a banda Celacanto. No dia 23, uma sexta, seguimos no Picles trazendo o tradicional show anual da Fernê ao lado da banda Monstro Bom, que está lançando seu disco de estreia. Na sexta seguinte, dia 30, vamos pro Cineclube Cortina, quando teremos o lançamento do segundo disco da banda catarinense Exclusive os Cabides, Coisas Estranhas, com abertura da banda paulistana Os Fonsecas (ingressos à venda por aqui). E na outra quinta-feira, dia 5 de setembro, fazemos uma versão ainda maior na Casa Rockambole, trazendo os trabalhos das cantoras Luiza Villa, Marina Nemésio, Tori e Júlia Guedes, a banda Tangolo Mangos e o grande Sessa (ingressos à venda neste link). Em todas as apresentações estarei sempre bem acompanhado na discotecagem com as queridas Francesca Ribeiro, Lina Andreosi, Pérola Mathias e Bamboloki, que me ajudam a deixar essa nova fase ainda mais quente. Vamos?

Casa cheia para assistir Ana Spalter dar um importante passo em sua primeira apresentação no Centro da Terra nesta terça-feira. Em meio às gravações de seu disco de estreia, ela trouxe a banda que já a acompanha (o guitarrista Johnny Accetta, o tecladista Michael O’Brien, o baixista Pedro Petrucci e o baterista Leo de Braga) e a turbinou com a entrada de um percussionista (Bruno Tonini) e duas luxuosas vocalistas de apoio (as maravilhosas Fernanda Ouro e Luiza Villa), criando roteiro, direção de arte e estética para contar a história de seu primeiro álbum num espetáculo chamado Coisas Vêm e Vão. Trocando poucas palavras com o público na primeira metade do show, ela passeou por um repertório influenciado especificamente pelo cânone clássico da MPB para depois receber dois convidados, a saxofonista Mariana Oliveira e seu comparsa Felipe Távora, com quem faz apresentações ao vivo em dupla – e com quem teve um dos momentos mais bonitos da noite, quando dividiram os vocais em duas baladas, acompanhados apenas por Ana ao violão. A partir daí deu para perceber que Ana ficou mais à vontade e encerrou a noite mais uma vez com a banda completa, concluindo bem sua proposta: inaugurar uma nova fase em sua própria carreira.

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Quem toma conta desta terça-feira no Centro da Terra é a cantora, compositora e musicista paulistana Ana Spalter, que apresenta o espetáculo Coisas Vêm e Vão como um aquecimento ao vivo de seu primeiro disco solo, que está em fase de finalização. Na apresentação ela expande sua banda para além da formação com a qual já trabalha e além de contar com guitarra (Johnny Accetta), teclados (Michael O’Brien), baixo (Pedro Petrucci) e bateria (Leo de Braga), também conta com percussão (Bruno Tonini) e vocais de apoio (com Fernanda Ouro e Luiza Villa), além de contar com as participações de Mariana Oliveira (no saxofone) e Felipe Távora (nos vocais). O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Que beleza a segunda noite da temporada Eu Nem Era Nascido que Gabriel Thomaz está fazendo no Centro da Terra. A apresentação desta segunda-feira ficou com seu projeto solo Multi-Homem em que, acompanhado apenas do baterista Fernando Fonseca, passeia por diferentes fases de seu repertório e por músicas de outros autores, na velocidade elétrica do rock’n’roll em versões curtas e diretas – com apenas dez minutos já tinha tocado seis músicas, inclusive uma inspirada versão para “Have Love Will Travel” dos Sonics. E assim, fulminante, seguiu por mais uma hora de show, chamando intrépidos convidados para assumir vocais a seu lado: com Tatá Aeroplano fez a primeira música deste projeto, a transamazônica “Peru-Pará”, com Persie visitou o Little Quail (tema de sua próxima apresentação, segunda que vem) com o hit “Aquela” e com Thunderbird engatou um tributo ao Júpiter Maçã que começou com “Novo Namorado” e seguiu com “Ela Sabe o Que Faz”, quando Thunder chamou os outros dois convidados para fazer os vocais de apoio numa aparição conjunta que Gabriel agradeceu chamando-os de Trio Ternura. E foi nesse clima de Jovem Guarda que o candango mais roqueiro do Brasil encerrou a apresentação, invocando o gigante Erasmo Carlos com a irresistível “Minha Fama de Mau”.

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