(Ói, até rimou)
É que a Rolling Stone também confirmou o show do Cee-lo – mais Roots, mais John Legend – no Brasil ainda nesse semestre ([lucioribeiro]O primeiro semestre é o novo segundo semestre?[/lucioribeiro]). Mas… no mesmo dia que o Scremadelica?
Sorry, Cee-lo. Te vejo numa próxima.
Mas vamo se acalmando aê…
Oi, tudo bem?
Você vem sempre aqui?
(E essa vaibe “Sympathy for the Devil” em “Loaded”, hein? E ainda há quem descurta… Tolos)
…a Rolling Stone confirma a lebre que eu havia levantado segunda.
Pra começar a semana com o dedo na tomada.
Falando no Camilo, ele volta ao Screamadelica, do Primal Scream, que viu ser lançado em clássica resenha da Bizz há vinte anos:
Levadas blues-soul a la Exile On A Main Street (Jimmy Miller, produtor desse clássico dos Stones, faz parte do time de Screamadelica), dub subaquático, jazz transcedental a la Sun Ra, trips PinkFloydianas, ambiências de Brian Eno, pisadas de house, beats de hip hop, coros gospel, discurso de Jesse Jackson, frases de Kraftwerk: o álbum tinha tudo isso e mais.
O texto faz parte da nova coluna que ele criou em seu blog, chamada DNA, que é uma espécie de Discoteca Básica de seu universo pop. Camilo, na minha nada humilde opinião, é um dos três nomes que mais me influenciaram como autor (os outros dois eu nunca sei quem são) e tê-lo como amigo há mais de quinze anos é prova de que ambos estamos certos em nossos rumos paralelos.
Mas loas aside, ao que tudo indica, corremos o risco de assistir ao Screamadelica ao vivo ainda este ano, no Brasil.
Será?
Dedos cruzados.
É isso aí, primeiro show do Cansei fora de festivais no Brasil desde 2006! O show é dia 7 agora, na Clash. Mais detalhes no Lucio.
Outro show que rola na Clash, dia 5 de maio, é do inacreditável Jamie Lidell. Vi ele ao vivo no Brasil em 2005, quando ele tocou no falecido Tim Festival e fez um showzaço sozinho, sem nenhum outro músico. Sente o estrago:
E fechando a lista de shows anunciados pra agora, olha que boa surpresa: o casal Dean Wareham e Britta Philips toca no Sesc em abril. São dois shows. Um deles se chama 13 Most Beautiful: Songs for Andy Warhol’s Screen Tests, em que os dois tocam sobre os clássicos testes de tela do Warhol, em que ele ficava filmando os rostos de gente que associava à sua prole, como o Velvet Underground e Dennis Hopper. Sente o drama:
O segundo show chama-se Dean Wareham plays Galaxie 500 songs e é exatamente isso: canções da banda que pôs Dean no mapa, mas… tocadas apenas por Dean? Britta sempre toca com ele…
E eles tocam até música dos outros:
Pra quem tá boiando na importância do show, uma aulinha: a aliança entre o Velvet Underground e Andy Warhol, em Nova York no meio dos anos 60, fez que o rock ganhasse uma aura impensável anos antes, quando os Beatles chutaram o balde cantando iê-iê-iê – e deu um sabor bem nova-iorquino à maturidade que o rock atingiu quase nos anos 60, quando Londres e a San Francisco viraram techicolor e Dylan, os Beatles e os Stones ganharam tons sépia (Dylan em Woodstock, Stones country e Let it Be, respectivamente). Nova York ganhou o preto e branco artsy dos filmes de Warhol e do free jazz, misturando-o à eletricidade típica do rock, ao mesmo tempo que a expandia-a para além do ritmo e do solo.
O cânone inaugurado pelo Velvet continuou por vias tortas com os Modern Lovers e o Television, sendo absorvido completamente quinze anos depois por uma nova geração, personificada no Sonic Youth. E antes do Yo La Tengo assumir o bastão com a entrada de James McNew na banda, no início dos anos 90, foi o Galaxie 500 quem manteve acesa a chama dessa música especificamente nova-iorquina.
Com três discos, a banda se tornou o grupo indie mais importante dos EUA ao lado dos Pixies, no final dos anos 80, americanizando uma tendência de retomar microfonia e doçura iniciada pelos irmãos Reid no Jesus & Mary Chain, na Inglaterra. E depois de sua existência, Dean formou o Luna, que contou com a ex-dubladora do desenho animado Jem e futura esposa Britta na formação a partir do ano 2000 – o grupo até tocou no Brasil em 2002, se não me engano… De qualquer forma, a vinda dos dois é uma ótima oportunidade para toda uma geração amamentada com roquinho fuleiro (já já falo do novo dos Strokes, do Arctic Monkeys e do Vaccines, guentaê) descobrir uma banda completa.
De brinde, um hit do casal que o Luciano sempre tocava nos primeiros anos da GB…
