Como se previa, o público carioca não ficou quieto e o barulho, ao contrário do que se previa, não foi um problema para os Kings of Convinience ontem, no Circo Voador, ao menos segundo relatos.
Parece até que os dois se divertiram…
Exagero? Olha como foi em São Paulo:
Até as palmas que acompanhavam as canções foram vetadas. “Quem quiser nos seguir pode estalar os dedos”, avisou o duo. E, se a plateia aplaudia demais entre as canções, Erlend levava as mãos aos ouvidos.
Cantar era permitido? Ninguém sabia. Por via das dúvidas, o público cantarolou em baixo volume. “Qualquer ruído neste lugar é amplificado e o local está cheio de eco”, justificou Eirik.
Mas era impossível silenciar por completo o local e a dupla ameaçou parar o show no meio. “Não entendo. Sei que muitos estão aqui para assistir ao show, mas alguns insistem em conversar. Há muito o que falar, mas vocês podem fazer isso imaginariamente”, disse Erlend.
Já pro show dos Rio os caras queriam “só” fechar os bares da Lapa num sábado à noite. Frescura, maluquice ou direito de artista?
Que gênio.
O disco solo do Malkmus também tá na lista de melhores do ano, não?
Ronaldo e Biancamaria fizeram um dos eventos mais interessantes de São Paulo esse ano, o Goma-Laca.
O evento aconteceu no sábado passado no Centro Cultural Vergueiro, e além do site, dos programas de rádio e da exposição de discos, ainda promoveu um show-tributo aos tempos em que a música brasileira era registrada em discos de goma-laca (muito antes do acetato e da cera de carnaúba), nas décadas de 30, 40 e 50.
A banda-base era ninguém menos que o Sambanzo (a banda do Thiago França com o Kiko Dinucci) e um dos convidados foi o Emicida, recriando Moreira da Silva. Segura:
Repare como o breque do Morengueira muda completamente a rima de Leandro Roque. Emicida vem correndo o risco de virar caricatura de si mesmo se não começar a se reinventar – justamente como fez nesse improviso. Mandou benzaço.
E Ronaldo avisa que dentro em breve tem o volume 2…
Lana again.
Olha aí outro disco bom desse ano…
AM e Shawn Lee, senhoras e senhores!
Creedence pra exorcizar esses tempos de passaralho.
