Show

Boa notícia pra quem sente saudade (mais do espaço mais do que da empresa) da mega Livraria Cultura que funcionava no Conjunto Nacional, em São Paulo, e pra quem prefere fazer suas compras pessoalmente do que na internet. A Magazine Luíza pegou o espaço para transformar em sua nova loja conceito, a Galeria Magalu, em que vai ter lojas de suas diferentes marcas (como Netshoes, Kabum!, Época Cosméticos e Estante Virtual) além de um recém-anunciado teatro, patrocinado pelo YouTube.

A sala mantém o nome que tinha nos tempos da Livraria Cultura, Eva Herz, em homenagem à mãe do fundador da loja, Pedro Herz, mas leva a marca do site de vídeos do Google por pelo menos 18 meses. A gestão do teatro fica com o grupo Aventura Teatros, do empresário Luiz Calainho, e deve ter shows, peças de teatro, musicais, eventos de games e de literatura durante todo o ano. Como escreveu Fred Trajano em sua conta no LinkedIn (de onde saíram essas imagens), CEO da empresa que reinaugurará a megaloja e filho da gestora Luíza que batizou a rede com seu nome e a transformou neste império brasileiro, “o físico e o digital não disputam espaço, eles se completam; cada um amplia a força, a presença e a potência do outro”.

Vamos torcer pra ter uma programação à altura do célebre espaço da cidade.

As duas atrações que estrearam no palco do Inferninho Trabalho Sujo nessa sexta-feira no Picles vêm de origens diferentes mas se encontraram na canção, esse porto seguro para musicar sentimentos e sensações. A noite começou com a iluminadora Olívia Munhoz mostrando sua faceta compositora – e cantora e guitarrista, com direito a ótimos solos – frente a uma banda de bambas: o baterista Pedro Gongon (no seu terceiro show no Picles em menos de 24 horas – pois ele tocou nos dois shows que aconteceram na casa na quinta-feira), a tecladista Paola Lappicy e o baixista Guilherme D’Almeida. Com um time desses – e num ambiente mais relaxado do que sua apresentação de estreia, que aconteceu no Centro da Terra -, Olívia estava bem mais à vontade para mostrar suas lindas músicas, apenas com sua banda básica – sem vocais e sopros convidados, como aconteceu na outra noite – e disposta inclusive a fazer piadas e se emocionar no palco. Quando o público pediu bis, ela voltou ao palco para tocar a única versão da noite, uma versão tranquilinha para “Antes Que Seja Tarde”, do Pato Fu. Foi bem bonito – e quem venham os próximos!

Depois da Olívia, foi a vez do trio Los Otros assumir o palco e fazer seu primeiro show (quase) inteiro com músicas próprias, meta que se propuseram no início do ano e que se materializou com o lançamento do primeiro single, “Rotina”. Além de começar o show com números mais tranquilos que o “rockzinho básico” como eles mesmos se definem, também tocaram algumas músicas novas pela primeira vez no palco e esticaram seu único single com direito a público cantando junto como último número da noite. Mas depois que a plateia pediu bis, eles preferiram voltar para as músicas alheias do que repetir uma música própria que já tivesse tocado e puxaram sua já conhecida versão para “Papai Me Empresta o Carro”. O trio engrena cada vez mais! E depois eu e a Marina, estreando nas pistas em São Paulo, levamos a pista do Picles para lugares tão diferentes quanto rap dos anos 90, indie dos anos 00, rock dos anos 80 e baladas dos anos 70. Deu certo!

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Finalmente consegui ver nessa sexta-feira na Casa Natura o show em que Mãeana entrelaça os repertórios de dois JGs (João Gomes e João Gilberto) para traçar um paralelo entre dois momentos diferentes do Brasil e buscar um sentimento comum para estas duas nações aparentemente distintas, mas que, sob esta luz, tornam-se unidas emocionalmente. Como a própria autora da noite fez questão de frisar, é um show sobre amor romântico, mas que reflete as ansiedades e inseguranças dos indivíduos nestes dois momentos diferentes. Quis o destino que o show que assisti caísse no exato aniversário de três anos da primeira apresentação, quando Mãeana, morando em Salvador, cogitou a possibilidade de juntas bossa nova e piseiro mostrando que, apesar da distância do samba minimalisticamente acústico de um João harmonizasse e bem com o forró eletrônico do outro, graças ao carisma arredio da anfitriã, que ainda citou Miúcha quando explicou que o motivo de sucesso de um casamento. Infelizmente tive que sair antes do final pois tinha um @inferninhotrabalhosujo pela frente.

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Nessa sexta-feira temos mais um Inferninho Trabalho Sujo e abrimos outubro com um show quase inédito, quando trazemos pela primeira vez para o palco do Picles a querida Olívia Munhoz, mais conhecida como uma das melhores iluminadoras da cena independente, que traz seu repertório autoral ao lado de uma banda formada por Gongom na bateria, Guilherme D’Almeida no baixo e Paola Lappicy nos teclados e mostrando essas canções pela segunda vez num palco. A noite conta com a abertura do trio Los Otros, banda novíssima da cena paulistana formada pelo porteño Tom Motta, a rondonense Isabella Menin e o paraense Vinicius Czaplinski, que se encontraram em São Paulo, moram juntos e acabaram de lançar o primeiro single, “Rotina”, além de ser sua estreia no Picles. E as estreias não ficam só entre as bandas, pois ao meu lado teremos a estreia da DJ Marina, que está começando sua carreira agora e toca pela primeira vez profissionalmente em São Paulo nesta sexta. O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde e os ingressos já estão à venda.

Refazendo o rock

Domingo passado fui ao lançamento do novo disco do Mateus Fazeno Rock na Casa Natura Musical e escrevi sobre o show em mais uma colaboração para o Toca UOL. Continue

De volta ao Tusk

2025 tem sido um ano agitado para Stevie Nicks, que além de ressuscitar – pela primeira vez no formato digital (incluindo CD) – o disco que fez em parceria com seu ex-companheiro Lindsey Buckingham antes que os dois entrassem no Fleetwood Mac (o ótimo Buckingham Nicks de 1973, que já está nas plataformas de streaming), ela voltou a fazer shows solo com a expectativa que, em algum momento, ela volte a tocar com os ex-colegas de banda para voltar a clássicos do rock dos anos 70. Mas se o Fleetwood Mac não volta aos palcos, ela aos poucos está voltando com a banda para seu repertório e, no show de estreia de sua nova turnê, que começou na quarta passada em Portland, além de sucessos de sua antiga banda que não saem de seu repertório (como as imortais “Dreams”, “Gold Dust Woman”, “Rihannon” e “Landslide”), ela pinçou uma música que não tocava há 42 anos (!) quando visitou “Angel”, do subestimado – e incompreendido – Tusk, disco duplo que sua antiga banda gravou em 1979 como sucessor do incensado Rumours, que funcionou como trilha sonora para os dois divórcios que aconteceram na banda durante sua gravação (o de Stevie com Lindsey e o do baixista John McVie com a vocalista tecladista Christine McVie) e quase acabou com o grupo. Mas felizmente ela não esqueceu…

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Fui ao penúltimo show que Ana Frango Elétrico fez de seu Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua em São Paulo, sexta passada, quando ela reuniu mais de duas mil pessoas da Áudio, atingindo o maior público ao vivo de sua carreira, e escrevi sobre a deliciosa noite em mais uma frila pro Toca UOL. Continue

Outubro já começou e a programação de música do Centro da Terra neste mês vem pesada! Começamos com a celebração da maioridade de uma das mais ousadas produtoras musicais brasileiras em cena, a Desmonta, que comanda por mais um herói de Guarulhos, o sagaz Luciano Valério, lança discos e realiza shows de artistas brasileiros que desafiam as fronteiras do som, além de trazer grandes nomes da exploração sônica para o Brasil. Durante as segundas de outubro, assistiremos a quatro apresentações intensas pautadas pelo selo, que reforçam a característica coletiva e de resistência cultural que lhe é característica. A primeira segunda-feira (dia 6) reúne o multiinstrumentista Sarine (que toca bateria nos Deaf Kids) à iluminadora Giorgia Tollani para, na segunda seguinte (13) trazer Kiko Dinucci experimentando sozinho novas sonoridades. Na terceira segunda do mês (20), o próprio Valério traz seu projeto MNTH ao lado do vocalista e guitarrista dos Deaf Kids, Douglas Leal, que solo apresenta-se como Yantra, da magnífica Juçara Marçal e das luzes chapantes de Mau Schramm. A temporada Desmonta 18 encerra no dia 27 com uma apresentação pesada do Crizin da Z.O. Nas terças-feiras, as apresentações começam no dia 7, com o compositor e multiinstrumentista mineiro Clóvis Cosmo abrindo a cortina para seu universo fantástico que se localiza num triângulo mineiro devastado pelo agroapocalipse num espetáculo batizado de Do Prognejo ao Vastopasto. Na segunda terça do mês (dia 14) é a vez da banda Repentina, formada a partir do encontro de Rafael Castro com Juliana Calderón, quando os dois fundiram suas carreiras solo num novo trabalho, que volta agora depois de um longo hiato com formação que inclui Ga Setúbal e Gongom numa noite chamada de Música de Amor. Na terça seguinte (21) é a vez de Juçara Marçal e Thais Nicodemo mostrarem seu encontro desafiador – Juçara cantando e soltando efeitos e Thais em seu piano preparado – no espetáculo A Gente Se F* Bem Pra Caramba. A última terça do mês (28) recebe o Duo Zimbado – formado pela vocalista e vibrafonista Marina Kono e pela pianista Amanda Camargo – que traz um repertório autoral entre o jazz brasileiro, a MPB e o samba-canção no espetáculo Zimbadoguê. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

Não tínhamos essas imagens porque no primeiro show de sua turnê pelos EUA (aquela Got Back Tour que passou por aqui em 2023), o cara teve a manha de fazer um show pra menos de 5 mil pessoas (“apenas 5 mil pessoas”) e com isso pode restringir o uso de câmeras ou celulares na apresentação que fez semana passada. Mas como sempre tem alguém filmando, eis que…

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Virou outubro e o Tiny Desk acaba de anunciar que a estreia de sua versão brasileira acontece na primeira segunda do mês, dia 7, às 11h da manhã. Só achei palha eles terem escolhido como trilha sonora do trailer de anúncio uma música dos hypados Ca7riel & Paco Amoroso em vez de um artista brasileiro… Tudo bem que eles não queiram dar spoiler, mas dá pra defender nossa soberania artística sem apelar pra hype gringo.

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