Sharon Jones e o domingo no parque de ontem

, por Alexandre Matias

Anti-Amy
Parque Ibirapuera @ São Paulo
12 de junho de 2011


Foto: Frá

Que show! Cheguei no finzinho do show do Joshua Redman Trio, quando eles tocavam uma versão instrumental para “The Ocean” do Led Zeppelin, e consegui pegar todo o show da Sharon Jones com os Dap-Kings no Ibirapuera, no domingo. A tarde já tinha virado noitinha (inverno, né… 17h45 parece 20h…) e a banda subiu no palco para uma apresentação contínua de pura soul music.

Muito já foi dito sobre a natureza estelar da ex-carcereira e tudo que foi dito parece pouco: a existência de Sharon Jones foi o que me animou a assistir Amy Winehouse no começou do ano – além de, claro, a vida de Amy ter assumido o papel de equilibrista na cerca da varanda, com o público assistindo entre o espanto e o “pula! pula!”. Felizmente, a onda do domingo era outra.

Sharon é o extremo oposto da morbidez autodestrutiva que empalideceu a alma de Amy – é pura entrega, transformando os quadris presentes em receptores da energia sexual que transmitia com a voz, dor e desejo vibrando cordas vocais e uma presença de palco em 220 volts. E mesmo brilhando sem parar, é impossível perceber que a luz também saía de sua banda – e os Dap-Kings não são mera banda de apoio. Estão no meio do caminho entre os JB’s e os MG’s, uma big band de bolso, igualmente ligada na tomada.

Fiz os vídeos com o celular, por isso nem optei pelo zoom (zoom digital, né… É uma bosta), mas dá para ter uma idéia do estrago que a mulher fez num fim de domingo memorável, fechando um dia dos namorados perfeito.

Palmas para a organização do evento, que reuniu algumas milhares de cabeça (Cinco mil? Eu ouvi gente falando em 10, mas será…?) para um showzaço – e de graça -, em plena São Paulo. Será que isso tá virando tendência? Tomara.

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