Instituto tocando Pink Floyd

Bem foda o primeiro show da série Toca Aí, que o Sesc está fazendo durante janeiro, que rolou ontem na choperia do Sesc Pompéia. Ganjaman, o maestro do Instituto e, para quem não sabe, completamente fissurado em Pink Floyd, rearrumou a banda para um show para iniciados na banda, e a formação, mais do que eficaz, era reverente: além de Ganja assumir vocais, teclados e piano de cauda, o Instituto Floyd ainda tinha Régis e Catatau do Cidadão Instigado nas guitarras, Marcos Gerez do Hurtmold no baixo e Samuel Fraga na bateria. Juntos, encarnaram o grupo inventado por Syd Barrett por pouco mais de meia hora num show inacreditável.

Em vez de “Time”, “Comfortably Numb” ou “Another Brick in the Wall”, fomos presenteados com versões fiéis para músicas pouco conhecidas para quem só conhece Pink Floyd de orelhada. É o território de discos como Atom Heart Mother e Meddle, de uma banda inglesa tentando levar a influência do blues para outras dimensões. Para se ter uma idéia do tipo de leitura feita, basta dizer que a banda se aventurou por “Echoes” e “Atom Heart Mother”, músicas que, nas versões originais, são épicos que ocupam um lado inteiro do disco em vinil.

No palco, os dois guitarristas do Cidadão Instigado pagavam tributo a um de seus principais ídolos, David Gilmour. Catatau, de timbre mais personalista, até arriscava o tipo de solo e timbres usados no Cidadão Instigado, enquanto Regis Damasceno se revelava discípulo e devoto de forma quase literal do velho guitarrista do Pink Floyd. Gerez também encarnava um bom Roger Waters – um baixista que, sem suíngue, descobriu um groove quadrado que tinha tanto a ver com a psicodelia inicial do grupo com o som cabeçudo que assumiram logo a seguir. E não duvide se Samuel Fraga tenha decidido virar baterista por influência de Nick Mason. Mas o principal nome da noite era Ganjaman, cada vez mais à vontade nos vocais, e debulhando solos em teclados elétricos ou no piano acústico. Regeu um grupo coeso e afiado, que parecia tocar aquelas músicas há alguns bons anos juntos, e ainda chamou um naipe de metais – com o trompetista Guizado entre os músicos – para duas faixas: “Atom Heart Mother” e uma versão emocionante de “Summer ’68”.

A política de não tocar hits do grupo foi vencida ao final, quando, após sair do palco, a banda foi obrigada a voltar ao palco – o show não durou mais do que uma hora. E entre repetir mais uma música e ceder aos hits, foram de “Wish You Were Here”, desta vez liderada por Régis. Repetiram mais uma vez “Have a Cigar” e encerraram um show que, de repente, acontece em outras oportunidades. Encontrei Ganja na saída e ele comentou justamente isso, que ao final do show, os músicos perguntavam-se quando era a próxima. Levando em conta que estamos em janeiro e a São Paulo sempre esvazia nesta época – e que o show de quinta estava lotado -, não é difícil pensar que, a banda repete o show. Tomara.

Instituto toca Pink Floyd

É isso aí: os caras são os primeiros a abrir o projeto Toca Aí, do Sesc Pompéia, nesta quinta-feira. Além deles, o mês ainda inclui os Forgotten Boys tocando Stones (quinta que vem), a banda paralela do Cidadão Instigado (Clayton, Régis e Ryan atendem como The Mockers) tocando Beatles pós-66 e o Vanguart tocando Dylan. Mas confesso que, de todos, é o Instituto tocando Pink Floyd que mais me chamou atenção. Corre logo pra comprar o ingresso, que já tá acabando. Conversei com o Ganja sobre o que dá pra esperar desse show.

De onde veio a idéia desse show, hein: ela é parente do Dub Side of the Moon ou tem alguem na banda que é megafã do The Wall ou do Syd Barrett?
Na verdade, esse show faz parte de um projeto do Sesc chamado Toca Aí!. Serão quatro bandas tocando o repertório de outras bandas. Nos chamaram pra fazer o Pink Floyd e como o Instituto abre espaço pra eu montar a banda que eu quiser, chamei músicos amigos de outras bandas que são mega fãs do Pink Floyd como eu.

Quem tá na banda?
A formação será Fernando Catatau na guitarra e Regis Damasceno na guitarra e vocal – ambos do Cidadão Instigado -, Marcos Gerez -do Hurtmold – no baixo, Samuel Fraga – de uma das formações do Instituto – na bateria e eu nos teclados, piano e vocal. Montei um repertório bem lado B, focando na fase mais progressiva e de canções da banda. A idéia é seguir fiel aos arranjos do próprio Pink Floyd, mas é claro, tocando do nosso jeito.

O Instituto está há um tempo fazendo versões de outros artistas. Vem mais um projeto aí?
Olha, temos feito alguns laboratórios no Studio SP com shows temáticos e chamando vários convidados. É um formato que me agrada muito fazer, um exercício no que diz respeito a arranjos e direção musical. Dentre esses laboratórios, fizemos uma noite dedicada a música africana que foi incrível! Acredito que levaremos esse projeto adiante.

E o tão aguardado segundo disco, sai em 2010? Ou vocês já desistiram do formato disco?
Fazem 6 anos que dizemos em entrevistas “esse ano sai!”. Fico até com vergonha, mas a idéia é realmente sair esse ano. Eu sou fã do formato disco e acho um absurdo as pessoas quererem acabar com esse formato por conta de total incompetência da indústria fonográfica de grande porte. Acho que todos os formatos devem continuar existindo e o principal deles ainda é o disco – seja CD, vinil ou digital.

Marcelo Camelo catártico

O Hermano se apresentou em São Paulo durante o fim de semana e, além dos setlists, ele postou alguns vídeos e fotos dos shows no Teatro do Sesc Pompéia em seu blog no MySpace. Pra encerrar a minitemporada de shows, ele quebrou o protocolo da casa e liberou os fãs pra chegar mais:

Uma avalanche de good vibe, hein. Não é à toa que o cara não para de sorrir. E não custa lembrar que, na primeira noite, sexta, ele liberou prum fã subir no palco e… Quer dizer, não vou estragar a surpresa – vai lá no site da Fernanda (eu acho incrível que ela ainda use Multiply), que postou um vídeo flagrando um momento crucial na vida de qualquer um, mas com uma mãozinha camarada de um ídolo.

Wandula x Burro Morto

Esqueci de colocar aqui os vídeos que eu fiz no show que as duas bandas fizeram aqui em São Paulo no mês passado. Do Wandula, só consegui filmar uma (e essas meninas só conversam no comecinho do vídeo, depois elas param):


Wandula – “Borges”

A banda curitibana parece que vai dar um tempo porque um dos integrantes (ou mais de um) vai cuidar do lado não-banda de sua vida e a banda entra em suspensão criogênica por um ano ou mais. Depois deles teve o show do Burro Morto, da Paraíba, um filhote de Hurtmold, Nação Zumbi e Instituto, um Mombojó menos MPB e uma das melhores bandas novas no Brasil hoje, se liga:


Burro Morto – “Nicksy Groove”


Burro Morto – “Cabaret”


Burro Morto – “Colomentality (Colonial Mentality)” (do Fela Kuti)

Momo e Supercordas também

Pra quem não estiver disposto a pagar 200tinho pra ver o Soulwax, sexta também tem Supercordas e Momo no Sesc Pompéia.

Dada a dica…

O game_cultura festival de jogos eletrônicos | passando de fase | promove a Mostra_BR que tem como objetivo principal divulgar e fomentar a produção nacional de jogos eletrônicos.

Os jogos pré-selecionados entre os inscritos serão disponibilizados para serem jogados durante o evento que ocorre, no SESC Pompéia de 29 de julho a 06 de agosto de 2006.

A mostra tem caráter cultural sendo os jogos apenas submetidos a uma votação de júri popular, não existindo nenhum tipo de premiação, remuneração ou competitividade entre os selecionados.

Poderão inscrever-se na Mostra_BR, jogos independentes para computador ainda não comercializados e demos jogáveis produzidas a partir de 2002, feitos por desenvolvedores em território nacional.

Os trabalhos podem ser submetidos no formato CD-ROM ou DVD-ROM, contendo arquivos instaláveis e|ou executáveis com os jogos|demos. Os jogos|demos deverão ser executados sem a necessidade de outro software, além do sistema operacional e seus “plug-ins”. Os jogos|demos deverão ser compatíveis com sistema operacional Windows XP™.

Cada desenvolvedor poderá submeter mais de 1 (um) trabalho à seleção. Jogos com conteúdos publicitários, promocionais ou de sexo explicito ou que caracterizem qualquer tipo de preconceito, descriminação ou violência não serão aceitos.

O período de inscrição é de 15 a 25 de Junho de 2006, valendo a data de postagem. Inscrições feitas fora desse período serão desconsideradas.

As inscrições deverão ser feitas via Correios enviando:

• CD ou DVD contendo o game|demo
• Formulário de inscrição, impresso, preenchido e assinado.
PARA:
SESC Pompéia A/C Equipe de Cultura Digital e Internet LIvre Rua Clélia, 93 | Cep 05042-000 Tel: 3871-7700 | game_cultura@pompeia.sescsp.org.br www. sescsp.org.br | 0800 118220

Os detentores dos direitos dos trabalhos selecionados cedem o direito para que a mostra possa utilizar trechos e fotos de tela para difusão pela imprensa, para fins promocionais.

O Ato da Inscrição implica na aceitação do regulamento.

Os selecionados serão informados via email a partir do dia 30 de junho e posteriormente divulgado em nosso site:
www.sescsp.org.br

Para outras informações e programação do GAME_CULTURA visite também:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=15226416

Jackson Bandeira


Foto: pstrelkow

Ontem, na gravação do programa Bem Brasil, no Sesc Pompéia, a Nação Zumbi tocou uma música sem guitarra, “Cidadão do Mundo”. Mas Lucio Maia, o guitarrista, ainda estava no palco – só que comandando um oscilador que distorcia os ruídos emitidos por seu instrumento, largado ligado no chão. Isso é uma amostra do que o novo projeto de Lucio, Maquinado, está fazendo com a cabeça do cara. Ao lado dos bambas cearenses Junior Boca (que toca com Otto) e Fernando Catatau (do Cidadão Instigado) nas guitarras (isso mesmo, três guitarras!), ele estréia o projeto ao vivo hoje, ali no Sarajevo, na balada Frankáfrika, do Radiola Urbana. Vai ser istaile.

Pequenas epifanias à medida em que o ano embica pro fim

Reciclando um post do meio do ano:

– Um poste no final da ladeira do Paraíso
– Catra + Digital Dubs na Casa da Matriz
– Grenade no Milo e abrindo pra Nação em Curitiba
– Sorvete noturno
– Camilo x Nepal duas vezes, no Fosfobox e na Casa da Matriz
– 15 dias em Floripa
– Quatro parafusos a mais
– Jamie Lidell no Tim Festival
– Catra + Dolores, Nego Moçambique + Gerson King Combo no trio elétrico do Skol Beats
– Batman Begins
– Imersão em Rolling Stones (quatro bios, todos os discos oficiais, filmes, outtakes, raridades)
– Paulo Nápoli na Popcorn
– Disco do primeiro semestre: O Método Tufo de Experiências, do Cidadão Instigado
– DJ Rupture no Vegas
– Tarja Preta 4
– Kings of Convenience no Tim Festival
– Disco de Ouro – Acabou Chorare com Lampirônicos, Baby Consuelo, Luiz Melodia, Rômulo Fróes, Elza Soares e Davi Moraes no Sesc Pompéia – catártico
– Wax Poetic e Vitallic numa mansão em Floripa
– Publicar o Cultura Livre no Brasil
– Damo Suzuki e convidados no Hype
– Baladas gastronômicas
– A mixtape do Nuts
– Quinto Andar e Black Alien no falecido Jive
– Disco do segundo semestre: Futura, Nação Zumbi
– Pipodélica na Creperia
– “Capitão Presença” – Instituto
– Curumin, Jumbo Elektro e KL Jay na Casa das Caldeiras
– Úmero de titânio
– Television no Sesc Pompéia
– Violokê no Chose Inn
– Turbo Trio
– Stuart e Wander Wildner no Drakkar
– Rockstar: depois dos GTA, Beaterator
– Lafayette & Os Tremendões no Teatro Odisséia
– Donnie Darko
– Sandman pela Conrad
– Mylo no Skol Beats
– “The Other Hollywood”
– Weezer em Curitiba
– Buenos Aires
– Comprar livros em Buenos Aires
– Disco de Ouro – Da Lama ao Caos com Orquestra Manguefônica no Sesc Pompéia
– Anthony Bourdain
– Instituto + Z’África Brasil no Vivo Open Air
– Animal Man, de Grant Morrison
– Bátima, com direito à entrevista em vídeo
– Segundas-feiras no Grazie a Dio (Cidadão Instigado, Moreno + 2, Junio Barreto, Hurtmold, Wado, Curumin)
– Transformar uma discotecagem num toque de atabaque pós-moderno (as minhas melhores: duas vezes na Maldita, abrindo pros Abimonistas na Revolution da Funhouse, aniversários da Laura e da Fernanda na Vila Inglesa, esquema lo-profile no Adega, duas vezes duelando com o Guab na Rockmixtape e abrindo pro Satanique Samba Trio e pro Diplo no Milo, aniversário da Tereza no Berlin, com o Cris numa festa fechada no Vegas)
– “Promethea” – ufa!
– Paul Auster
– A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Tim Burton
– Papo sobre o futuro do jornalismo com o Alex Antunes e o Claudio Julio Tognolli na Abraji
– Oséias e Los Hermanos no Trama Universitário
– O melhor duelo de sabres de luz de todos os tempos
– E.S.S. duas vezes, no Atari e na Funhouse
– Dar a dica pro Diplo tocar Cyndi Lauper no bis do set na choperia do Sesc Pompéia (que, aliás, tá com uma caixa nova que, ela mesma, é uma epifania)
– MP3s dos Sebozos Postiços
– O sábado do II Encontro de Mídia Universitária
– A volta do Pink Floyd clássico e Saucerful of Secrets do Nicholas Schaffner
– Sopa e chá na hora certa
– O novo do Cronenberg
– Sebozos Postiços no Vivo Open Air
– Temporada no Takara no Coisa Fina
– Ju, Ana, Dan, Fab, Tati – uma senhora equipe de trabalho
– DJs residentes: MZK, Bispo, Guab e Miranda
– China e Mombojó no Sesc Pompéia
– “Quanto Vale ou É Por Quilo” – só falta ser mais pop pra sair do cineclube (alguém explica o Michael Moore pro Sérgio Bianchi e ele pára com o pessimismo “já era”)
– Labo e SOL num Blém Blém quase vazio
– Wilco no Tim Festival
– Ter certeza que nunca tanta música ruim e desinteressante foi produzida na história como hoje – fora do Brasil (inclua o nome que você imaginar nessa lista – do Nine Inch Nails ao Coldplay passando pelo Wolf Eyes e Teenage Fanclub, ou Weezer e Sleater-Kinney). Só o Jack Johnson e o Franz Ferdinand salvam
– Aqui dentro, por outro lado, é outra história
– Jazzanova no Ampgalaxy
Piratão, do Quinto Andar
– Walverdes no Rose Bon Bon
Milo Garage
– Pipodélica e Zémaria no Avenida
– “Feel Good Inc.”, colosso
– It Coul Have Been So Much Better – Franz Ferdinand
– Jurassic 5 em duas noites em Santo André
– Bad Folks abrindo pro Mundo Livre em Curitiba
Sites de MP3 e mixtapes de funk carioca
– De La Soul no Tim Festival
– Mike Relm no Vegas
– “I Feel Just Like a Child”, Devendra Banhart
– Entrevistar o J.G. Ballard por fax
– Mercury Rev, perfeito, em Curitiba
– Sessão privada do Sou Feia Mas Tou na Moda com a Laura, a Denise, o Bruno, o Boffa, o Diplo e a Mia
– O livro do Sílvio Essinger
– Sonic Youth no Claro Q É Rock de São Paulo
– Chopinho vespertino numa Curitiba belga
– Acompanhar as turnês do Mundo Livre S/A e da Nação Zumbi pelo sul do Brasil
– Superguidis ao vivo
“Galang”
– Abajur pra sala no quarto
– “Music is My Hot Hot Sex” – Cansei de Ser Sexy
– As voltas do Akira S e do DeFalla
– Gravação do DVD do Otto
– Chaka Hot Nightz
– A volta da Bizz (muito istaile)
– R2D2 do Burguer King
– “Nada melhor do que não fazer nada…”, Rita Lee, mesmo que só em canção, realmente sabe das coisas
– Cuba! – e com a Laura…