As 75 Melhores Músicas de 2016 – 67) Séculos Apaixonados – “Dedo em Riste”

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“Se cada um fizer o que quiser, você vai fazer o quê?”

Vida Fodona #539: Desanuviando

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Tudo passa.

“Se cada um fizer o que quiser, você vai fazer o quê?”

Lucas Paiva (sintetizador, voz); Arthur Braganti (teclado, voz); Lucas Freire (bateria); Gabriel Guerra (voz, guitarra) e Felipe Vellozo (baixo)

Lucas Paiva (sintetizador, voz); Arthur Braganti (teclado, voz); Lucas Freire (bateria); Gabriel Guerra (voz, guitarra) e Felipe Vellozo (baixo)

Lá pelo final da entrevista perguntei pro Gabriel Guerra, o Guerrinha, mais conhecido como ex-integrante do Dorgas, qual bebida ele escolheria para tomar enquanto ouve o novo disco de sua banda, Séculos Apaixonados. “Nós sempre fomos uma banda que bebe conhaque. Como é um disco feito de forma barata, então é digno que você beba algo não muito caro. Então se você quiser respeitar a banda, você pode ouvir o disco e tomar um Dreher com uma bala Halls extraforte dentro. Porém, a musica do Arthurzinho no disco, ‘Troianas a Go-Go’, menciona Tanqueray, então acho justo misturar gim com Brasilberg e ver os problemas que isso levará a sua vida”, teoriza.

A escolha faz sentido também esteticamente: em seu segundo disco, batizado de O Ministério da Colocação, o carioca Séculos Apaixonados se aprofunda ainda mais naquela estética de FM dos anos 80 que misturava a vontade de atingir um grande público com uma narrativa romântica, sem se prender a um refrão pegajoso, um riff repetitivo ou uma frase de efeito. E por mais que Guerrinha cite Tears for Fears e Bruce Springsteen, o resultado é indefectivelmente brasileiro, com ecos de Zero, Finnis Africae e das baladas do primeiro disco do Capital Inicial – uma tentativa de levar a sofisticação pós-punk para as massas. A banda antecipa o disco em primeira mão para o Trabalho Sujo, com a faixa “Dedo em Riste”, o soul tocado em teclado DX7, abaixo.

A capa do disco e o título das faixas vem logo após o bom papo com o Guerrinha, que fala sobre composição, gravação e como 2016 se parece com 1986, mesmo que ele ainda não tivesse nascido. O disco inteiro será lançado no dia 26 deste mês pela Balaclava Records.

Por que tenho a impressão de que esse é o primeiro disco de vocês? Olhando os dois discos em perspectiva, o primeiro, Roupa Linda parece mais uma demo, um rascunho, um exercício, do que um primeiro disco de fato. Deve ter a ver com o tempo que a banda está junto, claro, mas vocês têm essa impressão?
Eu tenho a mesma impressão e pelo mesmo motivo. Por mais que todo mundo toque a algum tempo em outros projetos,
todo o processo do Roupa Linda era muito inédito para gente. Em termos de banda mesmo, nós nunca tinhamos tocado ao vivo antes de fazer as musicas do primeiro disco, o que as vezes parece não ter grande efeito, mas se você não tem a dinâmica, você não tem uma noção das limitações da banda. Para mim, foi mais loucura ainda, eu nunca tinha escrito, no sentido tradicional da palavra, uma canção sozinho antes do Séculos. E por mais que você possa adentrar certas referências ou tentar seguir certos caminhos, se você não tem a disciplina da coisa, é dificil você sair com o resultado esperado, o que não significa uma coisa ruim. Mas resiliência sempre foi o meu unico metodo de aprendizado, eu não sou uma daquelas pessoas que conseguem fazer algo e abstrair depois, eu preciso fazer varios até pegar em uma posição mais confortavel com o troço.

Há uma presença muito forte de São Paulo no disco, mesmo sem o sotaque. O quanto vocês buscaram referências na cena pós-punk paulistana que deu ao pop brasileiro dos anos 80 figuras como Guilherme Isnard, Paulo Ricardo e Alex Antunes? E no pop pré-rock dos anos 80 de artistas como Zizi Possi, Jane Duboc e Roupa Nova?
Hmmmmmm, existem grandes discos dessa época as eu não sei se sinceramente posso afirmar que algum deles foi algo de estrita influência para o disco. O 40% Foda/Maneirissimo lançou um vinil do Akira S em janeiro desse ano, então eu e Lucas tivemos que ficar algum tempo ouvindo o próprio durante o ano passado. Mas eu creio que existe um ponto no pop e rock paulistano dos anos 80 – se é que é justo fazer essa generalização – que talvez se assemelhe ao nosso: A força motiva da música esta em passar um sentimento ao ouvinte e não servir de fidelidade ao gosto do ouvinte. Nós nunca quisemos e simplesmente nos voltamos contra a ideia de fazer um branding de banda. Se a música tem um saxofone ou uma orquestra de 20 cabeças ou uma guitarra que parece ter sido retirada de um disco do Satriani, tanto faz, entra o que esta valendo para a emoção final, e não para o estilo. Acho que grande parte dos discos feitos por essas bandas nos anos 80 reflete o mesmo: Ninguém estava muito encucado em como podia ser identificado o som e sim qual era o sentimento que ele passava. Quero dizer, se você pegar o produtor do disco do Garotas Que Erraram, o Luis Carlos Calanca, você vai perceber que ele produziu bandas da mesma época que tinham som dispares, de Harppia até Fellini. Eles eram ingênuos e estavam mais afim de ver “no que dava” do que conferir do que ver “qual era o som de teclado da banda X no disco Y” ou “vamos fazer A para acontecer B”. Quando você aponta para algo maior do que apenas uma referência sonora e deixa suas idiossincracias rolarem, os resultados são sempre mais interessantes. No começo, muitas pessoas – e eu acho que até a gente – caiu na armadilha de ser muito referencial, e isso foi algo que a gente queria quebrar com o tempo, e eu espero que esse disco mostre isso para o ouvinte.

Há uma lacuna entre a produção pop daquela época e a atual. O que aconteceu nos últimos 30 anos que o pop sofisticado perdeu o vínculo com a música popular? Quem você acha que ajuda a reinventar o cenário atual nesse sentido?
A disciplina das pessoas que fazem a musica popular hoje em dia é grotescamente diferente das de 30 anos atras, e não só pelo fato do barateamento da musica, mas tambem pela diminuição do numero de pessoas trabalhando em um disco. A propria expressão “produtor de quarto/bedroom producer” se tornou uma redundância porque a ética dos produtores de discos hoje em dia – até mesmo de super stars como Beyoncé e Rihanna – é a de quarto: Grande parte dos caras que fazem estes discos estavam fazendo batidas para algum rapper antes de entrarem nesse meio. E de certa forma, a ausência de cabeças com diferentes backgrounds tambem trazem efeitos de hoje em dia pois as questões que transformam uma musica super vendida tem mais a ver com o som do que com o arranjo, basta ver quanta gente tocava nos discos que seu pais gostavam. Em 2011-2012 eu trabalhei em um estúdio que era muito grande nos anos 80 e 90 e que até 2001 tinha como obrigação o gaitista de samba Rildo Hora fazer arranjo e escrever a partitura pros tecladistas – incluso bandas de rock – e ai de quem falasse ‘não’ para ele! É impossivel diminuir o impacto que é você ter alguem “nada a ver” fazendo as coisas PARA você… Digo, não foi o Michael Jackson ou algum cara nos seus 20-e-alguma-coisa que produziu o Thriller, foi o Quincy Jones, que era o que? 80 anos mais velho que MJ? Alem do mais, talvez seja hora de requalificarmos a palavra sofisticado. Até porque, se o Bob Clearmountain ou o Rhett Davis escutassem o nosso disco eles provavelmente iam falar que aquilo era a coisa mais lixo lo-fi que eles ja ouviram na vida. E nos tempos atuais não tem escolha: Ser independente é a unica saida. E uma observação: música hoje em dia é tão boa quanto a de 30 anos atras.

Que obras (discos, filmes, livros, programas de TV) que vocês tiveram contato durante a composição e gravação do disco que influenciaram no resultado?
Das viagens de carro que nós fizemos para shows e ensaio, me lembro de ouvir albuns como There And Back do Jeff Beck, Flesh And Blood do Roxy Music, Born In The USA do Bruce Springsteen, Afterburner do ZZ Top e quase todo o catalogo do Tears For Fears (aka Greatest Hits). O que não significa que nós pegamos inspirações concisas nestes para fazer o nosso, mas acho que bem ou mal nós acabamos por parar em uma atmosfera parecida a desses albuns, que são densos na sua instrumentação/produção mas que são divertidos por dentro. Isso somado ao fato da gente estar tocando mais e Lucas Freire – uma pessoa que sabe se divertir – ter começado a tocar direto com a banda acabou servindo como um motivo para nós não termos medo em tocarmos rapidos e assumir canções mais pesadas, não a toa, o disco não tem baladas. “Dedo em Riste” especificamente foi uma música com uma historia diferente, pois fiz com Zeca Veloso em que ele queria tocar um piano tipo Michael McDonald e eu acabei produzindo a musica de uma forma muito menos orgânica. De literatura, tirando a óbvia referência a Darwin em Origem das Espécies é muito difícil admitir que eu li livros para me inspirar para as letras porque eu passei grande parte do ano passado lendo para fazer minha monografia – eu acabei de me formar em Ciências Politicas – eram trabalhos de um vocabulário mais técnico, então eu acabei me influenciando para as letras por temas e ocasiões que pudessem ter a ver com o cotidiano da vida adulta. “Medo da Cidade Quando Chove” veio de uma conversa com um taxista em setembro de 2015 quando houveram as promessas de ter um toró no Rio de Janeiro. “Uma Vida Toda Planejada” só teve esse nome porque um belo dia eu tive que pagar uma conta atrasada e o banco diminuiu o meu limite total pois os meus gastos eram referentes a uma vida não-planejada. Enfim, é um disco que fala sobre questões urgentes e deixa um pouco reflexões ou devaneios de canto. Nós ainda colocamos em prática a idéia de que refletir é inutil.

As músicas começam a partir dos timbres desenterrados ou vão sendo compostas como canção e aos poucos ganham a roupagem de época? Quem dá as cartas na hora da composição, o teclado ou a guitarra? Ela surge coletiva ou individualmente?
As músicas sempre começam a partir de uma canção feita antes, Lucas escreve no piano, eu no violão e nós arranjamos para gravar e depois rearranjamos para a banda ao vivo. É claro que nós não somos fundamentais com a ideia inicial. Existem questões de produções que afetam totalmente o clima da música a ponto de a linha entre produção, arranjo e composição já não existir. Não à toa existem diversas musicas do Séculos que são absolutamente diferentes ao vivo do que no disco. Apesar disso, sempre fora precioso a idéia de canção para o Séculos. A idéia de que existe um esqueleto estrutural para a musica transforma na produção dela uma pratica muito mais prazerosa.

O título e os temas do disco conversam com o clima tenso – não apenas político – do Brasil de 2016? O quanto somos próximos e distantes do Brasil de 1986?
Sim. Para mim, o ponto de tomar responsabilidade politicas tem mais a ver com admitir as tensões da vida adulta do que necessariamente investigar a politica institucionalizada por si só. A não ser que você seja o Dado Dollabella ou alguem da familia Orleans e Bragança – e olhe lá -, é impossivel você não ter mais de 20 anos e não se relacionar com algo politicamente. Você simplesmente começa a configurar pequenas coisas do cotidiano – ir ao supermercado por exemplo – como propensas a uma discussão maior e tendo certeza que esta mesma pode conectar ou desconectar pessoas e grupos. E é um sentimento muito gratificante aceitar isso pois ao mesmo tempo que é uma situação totalmente alem do controle do indivíduo, cabe ao próprio regular no que isso afeta. Ela é feita de dissenso e isso tem de ser abraçado por tudo e todos, nem que pra isso você tenha que perder alguns amigos.
Fica muito claro que em 2016 o pensar-politico ainda tem um impacto efetivo. Digo, a polarização de hoje em dia me parece mais uma palavra de ordem do que propriamente uma simples consequência do espectro político, as pessoas não são só politizadas por causa de um tema, elas querem ser isso custe o que custar porque tem a ver com a identidade delas. Não estava vivo em 1986, mas vejo em discursos de familiares e amigos mais velhos um tom recheado de petulância estratégica, e sinceramente, pra mim tem que deixar o pessoal aprender na pele mesmo, que nem os velhos aprenderam. A nivel de sistemas políticos, é justo dizer que todas gerações passaram, passam e vão passar pelo momento em que elas vão ter dizer pra elas mesmas que a democracia não dá os confortos que elas esperavam para seus anseios, até mesmo Platão admite o poder da tirania naquela bíblia republicana que ele escreveu lá a séculos atrás. Quero dizer, hoje em dia existem paginas de memes com Stalin, quem é jovem não tem tempo para ser muito precioso com os bastiões da política passada porque eles querem presenciar as tensões políticas que são figurativas do seu tempo.

E sobre o processo de gravação, ele aconteceu de uma vez só? Onde o disco foi gravado?
Foi tudo pingado, grande parte foi gravado no meu quarto entre 2015 e inicio de 2016. Algumas canções ficaram meses borbulhando no meu HD como “A Origem das Espécies” e “Disfarçando Riquezas na Triagem” e outras como “Troianas a Go-Go” e “Dedo Em Riste” não demoraram mais do que 2 ou 3 sessões de gravação.

Quais são os próximos passos do novo disco? Shows? Clipes? Turnê?
Hmmmmmm. Shows! a gente vai marcando shows durante todo mês, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e São Paulo sempre rola por questões de proximidade. Existe a grande chance da gente fazer shows em Brasilia e Salvador em novembro, mas nada concreto ainda. Clipe… eu e Arthurzinho estamos programando algum, mas a gente ainda quer ter uma boa/grande sacada, senão não vale a pena – não tem nada pior do que ver uma banda gastando muita grana com um clipe desinteressante hoje em dia.

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“Disfarçando Riquezas na Triagem”
“Medo da Cidade Quando Chove”
“Ele Também Foi Para São Paulo”
“Dedo Em Riste”
“Troianas a Go-Go”
“Uma Vida Toda Planejada”
“A Origem das Espécies”
“Contas Internacionais”

Pequenos grandes artistas para 2015

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Escrevi pra Elle do mês passado sobre três pequenos artistas que podem crescer neste ano: a australiana Courtney Barnett, a norte-americana Meghan Trainor e os cariocas do Séculos Apaixonados.

Meghan Trainor

O hit “All About That Bass” concorreu ao Grammy de melhor música de 2014 e explodiu em quase 60 países no ano passado. O talento da norte-americana Meghan Trainor já havia despontado desde a pré-adolescência, quando participou de grupos de jazz e frequentou conservatórios musicais. Mas foi no pop que ela se encontrou, primeiro como compositora (para artistas como Rascall Flats e Sabrina Carpenter) e depois com a pérola grudenta em que canta “mamãe sempre me disse para não ligar para o meu tamanho/ Os garotos gostam de mais quadris”.

Apesar da safadeza, o hit é doce como o melhor soul, e Meghan convenceu o CEO da gravadora Epic a lançá-la tocando a canção apenas em um ukulele. Seu primeiro disco saiu no início de 2015 e promete catapultar uma cantora que tem pitadas de Adele, um quê de Katy Perry, muito ritmo e personalidade.

Uma curiosidade: a blogueira brasileira Camila Coutinho participa do clipe de “Lips Are Movin”, outra canção candidata a hit.

Courtney Barnett

Irônica e ácida nas letras, a australiana Courtney Barnett enverniza seus comentários sobre relacionamentos frustrados com partes iguais de folk rock clássico, indie dos anos 1990 e country – além da personalidade divertida, que parece ser uma de suas principais forças rumo ao topo.

Seu EP duplo A Sea of Split Peas foi lançado em 2013, quando se tornou queridinha dos blogs especializados. Ela passou 2014 colhendo os frutos do sucesso. Em breve, será lançado seu novo disco, gravado no fim do ano passado.

Séculos Apaixonados

Depois do fim do Dorgas, uma das bandas mais promissoras do Rio de Janeiro, o produtor Guerrinha entou em uma trip existencialista, que o levou aos anos 1980 de sua infância – época marcada pelos timbres sintéticos utilizados pela produção de Liminha para artistas pop, como Marina Lima, Gilberto Gil e Lulu Santos, e pelas trilhas sonoras de programas jovens da Globo.

Com nova banda formada, de nome Séculos Apaixonados, já tem um disco, Roupa Linda, Figura Fantasmagórica, lançado no fim de 2014 pela gravadora Balaclava, a mesma de nomes como Holger, Single Parents e Supercordas.

Vida Fodona #484: As 75 Melhores Músicas de 2014

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Mais de cinco horas de programa…

Lorde – “Don’t Tell’Em”
Eric Clapton – “For Jack”
Séculos Apaixonados – “Um Totem do Amor Impossível”
Marion Cotillard – “Snapshot in LA”
André Paste + Fepaschoal – “A Calma”
MØ – “Walk This Way (Slowolf Remix)”
Escort – “If You Say So”
Mercúrias – “Desse Jeito”
Say Lou Lou – “Instant Crush”
Hotlane – “Whenever”
Phonat – “Never”
Haim – “My Song 5 (Movement Version)”
Mahmundi – “Sentimento”
Alessandra Leão – “Mofo”
Nação Zumbi – “Defeito Perfeito”
Melody’s Echo Chamer – “Shirim”
David Bowie – “Sue (Or In A Season Of Crime)”
Jungle – “Busy Earning”
AlunaGeorge – “Supernatural”
Black Keys – “Turn Blue”
Jungle – “The Heat”
Pipo Pegoraro – “Aiye”
Todd Terje – “Inspector Norse”
Racionais MCs – “Quanto Vale o Show?”
Tops – “Change of Heart”
Lana Del Rey – “Florida Kilos”
Thiago Pethit – “Romeo”
Angel Olsen – “Stars”
Chet Faker – “1998”
Meghan Trainor – “All About That Bass”
André Paste + Holger – “Cosmos”
Banda do Mar – “Mais Ninguém”
Broken Bells – “After the Disco”
Silva – “Entardecer”
Tops – “Outside”
Thurston Moore – “Forevermore”
Belle & Sebastian – “The Party Line”
Grimes + Blood Diamonds- “Go”
Mr. Twin Sister – “In the House of Yes”
Sants + Estranho + El Mandarim- “Madruga”
Mombojó + Laetitia Sadier – “Summer Long”
Sia – “Chandelier”
Chromeo + Toro Y Moi – “Come Alive (The Magician Remix)”
Banda do Mar – “Me Sinto Ótima”
Damon Albarn – “Everyday Robots”
Criolo + Juçara Marçal – “Fio De Prumo (Padê Onã)”
Flying Lotus + Kendrick Lamar – “Never Catch Me”
Russo Passapusso – “Paraquedas”
Leo Cavalcanti – “Inversão do Mal”
De Leve – “Estalactite”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Lana Del Rey – “West Coast (Munk Remix)”
Les Sins + Nate Salman – “Why”
My Magical Glowing Lens – “Dreaming Pool”
Ariana Grande – “Problems (Bo$$ in Drama Remix)”
Kendrick Lamar – “i”
Jungle – “Time”
Michael Jackson + Justin Timberlake – “Love Never Felt So Good”
Mark Ronson + Kevin Parker – “Daffodils”
Metronomy – “Love Letters (Soulwax Remix)”
Bixiga 70 – “100% 13”
Angel Olsen – “Windows”
Nação Zumbi + Marisa Monte – “A Melhor Hora da Praia”
Saint Pepsi – “Fiona Coyne”
Taylor Swift – “Shake it Off”
Lana Del Rey – “Ultraviolence”
Iggy Azalea + Charlie XCX – “Fancy”
Racionais MCs – “Você Me Deve”
Taylor Swift – “Blank Space”
War on Drugs – “Under The Pressure”
Criolo + Tulipa Ruiz – “Cartão de Visita”
Spoon – “Rainy Taxi”
Alvvays – “Archie, Marry Me”
Courtney Barnett – “Avant Gardener”
Juçara Marçal – “Ciranda do Aborto”

Aqui ó.

As 75 Melhores Músicas de 2014 74) Séculos Apaixonados – “Um Totem do Amor Impossível”

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Séculos Apaixonados 2014: “Baby love, baby love”

Seculos Apaixonados_credito Tay Nascimento

Primeiro deixa o Guerrinha explicar: “A gente pediu para o Zé e o Badeco (José Menezes e André Dip, diretores do clipe) fazerem o que a gente mais fez durante as sessões de ensaio e gravação do disco – ir para a Feira de São Cristóvão cantar no karaokê. A gente é super fã de karaokê e grande parte das canções que vem nesse sistema da RAF Electronics – o karaokê leãozinho – são excelentes, como ‘Cadeira de Rodas’ do Fernando Mendes e ‘Stars’ do Simply Red, canções realmente apaixonadas. Abolimos a idéia do roteiro e fizemos um clipe que representa o que essa banda faz todo dia. Belas amigas Bia Falcão e Fê Rebello estão lá no clipe, elas também acompanharam a gente durante toda essa fase de iniciação dos Séculos Apaixonados. É divertido também ver o quanto a letra é apoteótica e dramática e o clipe é de caráter cotidiano mesmo. Além do mais é uma letra que começa com ‘Deus não me deu essa vida de playboy…’ e você vê no clipe um bando de gente da Zona Sul indo para feira de Sâo Cristóvão, chega a ser quase uma piada.”

Aí você vê o clipe:

O Séculos Apaixonados também é quase uma piada. Mas não é só isso. Ele se inclina para o pop brasileiro dos anos 80 com a mesma desenvoltura que o Chromeo faz o mesmo com o pop oitentista norte-americano. Não estou falando de rock brasileiro nem sequer de “pop rock”, mas de um pop nacional que antecedeu a chegada da Blitz e de toda aquela geração que empunhava guitarras e compunha principalmente com teclado (se for portátil, melhor ainda). Um gênero musical coabitado por Lincoln Olivetti e Michael Sullivan e Paulo Massadas, Guilherme Arantes e Joanna, A Cor do Som e Ritchie. E que canta músicas apaixonadas.

“O Séculos saiu exatamente pelo fato de ter que dar vida a canções para que elas não fossem apenas algo solto por aí na internet, mas que servissem de aprendizado para mim mesmo, pra certas filosofias da vida. Eu passei por uns maus bocados no coração há um ano e agora eu estou por aí cantando canções que refletem esse período do tempo, simplesmente não posso ser complacente com as coisas que eu canto”, continua o vocalista, que em vez de cantar fino como no Dorgas prefere passar-se por tenor, soando cômico. O que aumenta ainda mais a melancolia das músicas do grupo – e aí o clipe do videokê começa a fazer sentido.

“A banda já era algo que eu tinha na cabeça desde o final de 2012, algo que eu compartilhava com o Arthurzinho, (Arthur Braganti, que tocava no Letuce) mas como a gente tinha nossos compromissos com Dorgas e Letuce, era muito difícil dar dedicação mental para a coisa, o que não significa que eu não tivesse escrevendo canções de cunho ‘apaixonado’. ‘Totem do Amor Impossível’, por exemplo, era uma canção que eu tinha desde novembro de 2012. Quando o Dorgas acabou em 2013, eu estava tendo alguns sérios problemas pessoais, mas eu tinha todas essas canções que estavam flutuando por aí e que eram bem honestas a forma em que eu sentia – eu juntei essas canções com o Lucas (Paiva, produtor e autor do projeto Pessoas que Eu Conheço), que também tinha terminado uma com uma namorada da época e a gente começou a arranjar elas com (Felipe) Vellozo (que tocava com a Mahmundi), Arthurzinho e João (Pessanha, baterista do Baleia)”, continua.

O grupo está prestes para lançar seu primeiro disco, Roupa Linda Figura Fantasmagórica, que será lançado pela Balaclava. “Já esta gravado e mixado, a gente esta recebendo da masterização essa semana. É bacana, tem 8 musicas, que acho que é o nível de paciência que as pessoas têm com disco hoje em dia. Tem 3 músicas do Lucas, 4 minhas e uma do Arthurzinho. Eu e Lucas gravamos e mixamos na casa do Lucas durante 2014, fizemos algumas gravações de bateria em um sobrado na Lapa, mas grande parte dessas sessões não valeram a pena pois as baterias soavam que nem bosta. Nós tendemos a ser um pouco ‘non-nonsense’ com gravação de canções/’reais bandas’ – uma vez que a gente sabe que verdadeira mensagem esta na forma bruta dessas canções, e não na ética tomada na engenharia de som – o que não significa que seja um disco ‘lo-fi’, ao contrario, é um disco muito mais polido e limpo do que muito disco ‘hi-fi’, gravado em estúdio por ai. A tecnologia que oferecem hoje para gravar em casa é excelente, e nós não somos “puristas do áudio”, por mais que seja muito bacana procurar na internet por equipamento maneiro.”

A banda carioca se apresenta nesse sábado em São Paulo, no Neu, para quem quiser conferir ao vivo. “Lá é demais, todo mundo é amigo meu, amo lá. Vai ser de graça e tem comida boa rolando.” Quem quiser conhecer mais a banda tem outras duas músicas aí embaixo:

Vida Fodona #425: Mais uma nova fase

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Um quarto de promessa cumprida e rumo aos preparativos pra esse junho, que promete!

Fickle Friends – “Swim”
Sales – “Wow”
Constantina – “Escafandro”
Nação Zumbi – “Nunca Te Vi”
Haim – “My Song 5”
Marvin Gaye – “I’ve Heard it Through the Grapevine (Autograf Remix)”
Lana Del Rey – “Ultraviolence”
JJ – “All White Everything”
Jamie xx + Nicolas Jaar – “Girl vs Work It (Nico’s Bluewave Edit)”
Kimbra – “90s Music”
Séculos Apaixonados – “Um Totem do Amor Impossível”
Daughter – “Smother (Tennyson Remix)”
Sants – “Didn’t Try (Make it Better)”
Shura – “Touch”
Moreno Veloso – “Coisa Boa”
La Roux – “Let Me Down Gently”
A.G. Coco – “Beautiful”

Colaê.