Sambas do Absurdo em modo remoto
O segundo volume dos Sambas do Absurdo que reuniu Juçara Marçal, Rodrigo Campos e Gui Amabis num trio tão preciso já estava em processo de composição de forma remota mesmo antes da pandemia começar. “Rodrigo apresentou os sambas no início de 2019. Via whatsapp!”, ri Juçara. “Estávamos os três com agenda muito corrida e, durante o ano, nas brechas de tempo, Gui foi armando com Rodrigo os arranjos, que a gente só conseguiu sentar pra ouvir juntos em fevereiro de 2020.” Mas a partir da quarentena eterna que começou em março do ano passado, o trio seguiu o trabalho de forma ainda mais remota e finalmente começa a mostrar o novo disco, que deve ser lançado ainda neste ano, com o belo single “Ladeira”, que ainda conta com o baixo do Regis Damasceno.
Ouça aqui.
“‘Ladeira’, por exemplo, foi uma música em que a voz eu gravei sozinha em casa. O Gui me emprestou o microfone dele, que é mais bacanão e assim foi. Todas as decisões de mix, master, capa… tudo feito remotamente”, continua Juçara. “É claro que preferiria ter feito todo processo do jeito costumeiro, com os encontros todos que a produção de um disco possibilita. No entanto, a gente conseguir realizar, apesar de tudo o que rolou e rola de dificuldade nesses tempos colapsados, é maravilhoso… Ouvir e sentir uma quentura boa, que vem da canção, que é linda, do arranjo, da voz… Como se a saudade dos nossos encontros de antes se materializasse em cada faixa dos novos absurdos em forma de calor: a gente ouve e se sente juntinhos, aquecidos!”
E termina citando os versos do autor da letra, Rômulo Froes:
“Muda a rua
Muda o chão
Não muda a cidade
Muda o tempo e a solidão
Não muda a saudade”