Salto no abismo
Na terceira noite de sua temporada Quem Vê, Pensa no Centro da Terra, os Fonsecas deram seu salto mais ousado ao se entregar em uma noite de improviso sem canções estruturadas. Mas se antes da apresentação estavam receosos do resultado, bastou subir no palco para entender que a maior dificuldade do salto era o primeiro passo – uma vez caindo no abismo os quatro lembravam que estavam juntos e a conexão musical de Thalin, Felipe Távora, Valentim Frateschi e Caio Colasante falou mais alto, criando uma liga de ritmo e harmonia que abria possibilidades extremas para a apresentação, indo de um terreiro fictício aos extremos do noise, passando por flertes com o krautrock e free jazz. Mas não estavam só e a presença de Anna Vis (soltando seu spoken word com pedais de efeito que alteravam sua voz), de Julia Toledo (equilibrando-se entre o piano preparado, teclados elétricos e synths) e de Francisco Tavares (o “seu Fran”, pai do baterista Thalin, que esmerilhou na percussão) os ajudou a descer nessa região desconhecida de sua própria musicalidade, mostrando que eles têm um show de improviso na manga, sempre que precisarem – é só ligar esse modo.
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